18. RENASCIMENTO

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Um mês de passou, entraram no mês de março e Jhenny passou a deixar outras pessoas passarem mais tempo com Cristiano, ela sabia que era importante que ele soubesse que todos estavam ali, o que era bom para ela, pois seu corpo já não estava suportando a rotina cansativa e as noites dormindo na cadeira. Seu corpo inteiro doía, sua barriga já estava enorme e as dores em sua pelve ficavam cada vez mais insuportáveis.

Jhenny questionou ao médico se existia a possibilidade de Cristiano tomar um banho normal, afinal ele não era dependente dos aparelhos e desde o acidente era limpo apenas com panos úmidos, ela imaginava que poder sentir a água morna em seu corpo poderia ser prazeroso para ele. Os médicos decidiram que era possível tentar e uma cadeira de rodas especial foi providenciada.

Sendo assim, deu-se início a um processo de adaptação, pois Cristiano não poderia ser sentado de uma vez, e aos poucos as enfermeiras erguiam a maca todos os dias, aumentando a angulação cada vez mais até que ele estivesse completamente sentado. Os médicos explicaram que senta-lo sem esse período de adaptação prejudicaria a circulação sanguínea no cérebro devido a falta de movimentação e o tempo que ele passou deitado, e isso faria com que ele se sentisse mal e até perdesse a consciência, se é que ele a tinha.

Como ele não abria os olhos, ninguém sabia quando estava acordado, se escutava, se tinha qualquer noção do que acontecia ao seu redor. Levou pouco mais de uma semana para que tentassem tirá-lo da cama pela primeira vez, era complicado, eles tinham um equipamento próprio que funcionava como um guincho e erguia o corpo de Cristiano.

Na cadeira de rodas haviam suportes que sustentavam o tronco e o pescoço e assim, Cristiano ficou fora da cama pela primeira vez após o acidente, enquanto vários médicos acompanhavam o momento, todos os aparelhos foram ligados, os parâmetros eram cautelosamente observados e somente após se certificarem de que ele estava bem, o liberaram para o banho.

O coração de Jhenny vibrava de alegria, com todo cuidado para não molhar os acessos, ela deu o banho que ele merecia, lavou os cabelos e todo seu corpo cuidadosamente com a ajuda de uma enfermeira. Cristiano teve uma ereção enquanto Jhenny lavava suas partes íntimas, deixando-a extremamente envergonhada. Ela pegou uma toalha e jogou por cima para esconder, enquanto brigava de forma séria com ele.

- Cristiano, você não acorda, mas pelo visto o resto está muito bem acordado, né? E sua mente pervertida está funcionando super bem!

A enfermeira gargalhava tentando acalmá-la.

- Calma Jhenny, isso é natural, é involuntário e acontece com muitos pacientes. - Ela explicou entre risos.

- Mas nunca aconteceu, eu estava lavando e se fosse com uma enfermeira ele ia apanhar!

A enfermeira já não conseguia conter a risada, e Jhenny parecia realmente estar chateada.

- Você está ouvindo, Cristiano? Você sabe que não estou sozinha aqui, se controle seu sem vergonha!

- Vou sair, tá bom? Assim você termina o banho mais a vontade e quando finalizar me chama, tudo bem?

Jhenny concordou e finalizou o banho sozinha. Quando ela saiu a enfermeira estava conversando com um médico do lado de fora, e ambos sorriam, provavelmente comentando sobre o ocorrido.

- Acabei, pode me ajuda por favor?

Ela pediu sem graça, e alguns enfermeiros se juntaram para subi-lo novamente. Na cama ela passou os cremes enquanto massageava seu corpo para ajudar na redução do edema, antes de colocar a fralda e vesti-lo com o capote que ficava apenas por cima de seu corpo cobrindo-o.

- Agora sim, cheiroso e refrescado. Gostou, meu amor?

Ela acariciava o rosto dele, sua feição estava plena.

O destino dita as regras III - Além da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora