Capítulo 13 - Monte Northrodan

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"Uma batalha por vez, uma guerra vencida."


   Aos poucos os ânimos de Ivy se acalmaram, o que permitiu ao grupo seguir em frente na busca pelo cetro. Anameor já se preparava para guiá-los, remexendo os fundos de uma bolsa marrom, velha e surrada, de onde retirou duas pequenas esferas prateadas.

  - Aqui estão os últimos portais esféricos que possuo no templo. Com eles, conseguirei deixar vocês no pé do monte em que o cetro se encontra! É o máximo que posso levá-los, pois existe uma espécie de barreira que impede a abertura de portais mais próximos. Quando subirem encontrarão a entrada na metade do caminho, dando acesso a uma caverna dentro da montanha. Peguem o Cetro, retornem para a base e abram o segundo portal de volta para cá, entenderam?

  - Parece um plano bem simples! - Observou Hérion. - Se não levarmos em consideração todos os inimigos e armadilhas que certamente encontraremos pelo caminho!

  - Pois é, a vida não é um grande arco íris Hérion! Agora pare de reclamar e guarde logo uma dessas esferas. - Disse o velho entregando o portal ao caçador. - Quanto a outra, é melhor darem um passo para trás, pois a usaremos agora mesmo.

   Anameor colocou a outra esfera sobre o chão, erguendo os braços com ambas as palmas das mãos viradas para ela.

  - Nosfam Ipiyas!

   Não demorou até que o pequeno objeto começasse a levitar, partindo-se em quatro partes iguais que se afastaram abrindo um portal roxo circular, com altura e largura suficiente para que todos pudessem passar.

  - Aglácia, monte Northrodan. - Completou o velho.

   Um vento gelado passou pelo portal beijando o rosto pálido de Ivy, o que levou a menina a estremecer com um arrepio ao longo de toda a sua coluna. Burty, por sua vez, foi o primeiro a passar pela camada roxa, sendo transportado até uma região distante, rodeada por neve e montanhas congeladas em um local de difícil acesso, propício para esconder objetos raros ou sumir do mapa quando fosse preciso.

  - Droga! Se eu soubesse que iria fazer tanto frio assim teria trago mais casacos. - Comentou Miguel, com a neve nas canelas.

  - Vai por mim garoto, quando a ação começar você nem vai se lembrar da temperatura.

  - Nossa, muito obrigado Hérion. Reconfortante! Estou bem mais tranquilo sabendo que ao invés de agasalhos posso ser aquecido com arranhões, mordidas e até alguns socos para deixar meu olho roxo combinando com a cara.

  - Se quiser posso te ajudar com isso agora mesmo. - Sorriu o caçador de forma maliciosa. - Não... eu não seria capaz! Ou seria? Ah... vamos esquecer isso. Por que não dá uma olhada ao redor Ítalo? Seria bom fazermos uma análise do território antes de prosseguirmos.

   O arauto concordou com a ideia e subiu às nuvens bem a tempo de ser visto por Ivy, a última a passar pelo portal, antes dele se fechar. Em segundos, Ítalo retornou com um olhar animado, como se tivesse boas notícias para a equipe.

  - Há uma entrada no meio da montanha, como Anameor havia nos dito. É só seguirmos morro acima que chegaremos lá! Também não avistei nenhum inimigo pelo caminho, o que pode ser reconfortante ou extremamente suspeito.

  - Está mais para segunda opção. - Concluiu Hérion. - Agora vamos, quanto antes voltarmos melhor!

   As brisas congelantes dançavam contra a equipe, tornando seus agasalhos inúteis perante o clima adverso. O que passava a sensação de estarem nus em toda aquela nevasca. Ivy constantemente era obrigada a ajustar o capuz de seu casaco, pois o vento insistia em derrubá-lo, chacoalhando a cabeleira lilás da menina contra seu próprio rosto.

Hérion Burty - O caçador de LendasOnde histórias criam vida. Descubra agora