Você não quer estar comigo?

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Luffy sentiu o choque de temperaturas atingir seu rosto assim que saiu da pequena e aconchegante lanchonete The D'z, sentindo o vento gélido da noite fria fazer seu corpo estremecer.

O moreno sempre achou divertido como o clima da sua cidade oscilava bastante naquela época do ano, mas no momento não apreciou tal característica, uma vez que não estava com roupas apropriadas para o tempo, apenas uma camisa de mangas, uma bermuda e seus inseparáveis chinelos.

Por sorte estava bem alimentado e isso já era mais que o suficiente. Se pôs a caminhar para a casa, já que aquela lanchonete ficava próxima à ela, bem como da floresta, mesmo que dá última fosse muito mais, quase à frente.

Ao lembrar desse detalhe, Luffy rapidamente voltou a pensar no lupino da floresta que havia combinando de encontrar naquele lugar, e talvez por isso estava indo com muito mais frequência ali, já que esquecera de marcar uma data e ele lhe prometera que viria, então não poderia simplesmente ir até ele e interferir na sua promessa, afinal ele quem tinha que cumpri-la e Luffy confiava que ele o faria.

Um suspiro involuntário escapou de seus lábios ao notar em como estava sempre pensando nele e não conseguia, de forma alguma, tirá-lo de seus pensamentos. Já era bastante comum ter a presença dele em sua mente o acompanhando ou surgindo a cada brecha que aparecia, porém agora, tais pensamentos eram muito mais recorrentes, eram um vício ao qual ele não se esforçava para se livrar, até porque não era sua vontade parar de tê-los, mas seria infinitamente melhor se pudesse trazer aqueles pensamentos à realidade. Ainda mais que, agora eles vinham de duas formas: na forma exuberante de lupino e no moreno alto e charmoso. E isso apenas ampliava a sua vontade de ir até ele e vê-lo pessoalmente, o que era estranho de se pensar, pois a sensação que tinha era quase como se fosse uma necessidade.

Ainda caminhando distraidamente sobre o meio fio a se equilibrar Luffy parou de repente, ainda com um dos pés suspensos, sentindo um arrepio percorrer por sua nuca ao sentir a aproximação daquela presença tão conhecida por si.

– Isso me parece um pouco injusto. - Não precisou vê-lo para saber que ele sorria, notava apenas pelo tom divertido da voz e se virou, sentindo o coração falhar algumas batidas ao ver o dono da voz e dos seus pensamentos de instantes atrás caminhar em sua direção com as mãos no bolso da calça jeans e uma camisa fina de manga longa um pouco caída nos ombros, revelando o início de algumas tatuagens que o menor não havia notado antes, essas que não apareceram em seu sonho, mas com certeza estariam agora. – Desse jeito nunca vou conseguir surpreendê-lo.

– Acho que isso é bom de alguma forma. - O menor abriu um imenso sorriso quando Law parou em sua frente. – Eu sempre vou saber quando você estiver por perto.

– Acho que é como uma faca de dois gumes. - Retribuiu o sorriso com um de canto, mas recebeu um franzir de cenho do outro.

– Mas nenhum dos dois lados é ruim, Tral.

– É, talvez.

Um silêncio se formou entre eles, mas não se preocuparam em cortá-lo, era confortável. Além do mais, era muito mais interessante para ambos que continuassem a se encarar, percorrendo os olhares por cada pedaço um do outro, conhecendo mais detalhadamente o físico iluminado pelas luzes dos postes na rua.

Era impossível não notar o aumento da temperatura ao redor.

– Como sabia que eu tava aqui?

– Não sabia, eu estava saindo da floresta e... Senti seu cheiro.

Luffy poderia ficar curioso ou até assustado com aquela informação, isto é, se fosse uma pessoa comum e também não se sentisse de modo semelhante. Mesmo não tendo um olfato tão apurado quanto o dele ainda sentia o cheiro dele extremamente forte, e se pegou desejando senti-lo direto da fonte, como na outra vez.

O lupino da floresta proibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora