Outro suspiro escapou dos lábios de Luffy, indicando sua ansiedade. Finalmente veria Law de novo depois de quase um mês sem vê-lo e estava terminando de se arrumar para seu encontro - não sabia se era certo chamar assim já que só iriam se conhecer.
Era inegável a empolgação do garoto. Já havia até mesmo feito tudo com antecedência e tomado um banho realmente caprichado. Seus cabelos, no entanto, ainda estavam levemente bagunçados, mas isso era o de menos já que o chapéu de palha o cobriria em minutos.
Seus olhos se voltavam ao celular a todo momento enquanto mantinha um bico frustrado nos lábios, por que não havia combinado mais cedo? Um fim de tarde não era um bom momento, demorava demais.
Porém, apesar da animação, também se sentia um pouco nervoso, o que era estranho. Parecia que cada vez que ficava mais tempo afastado dele se sentia mais desesperado e impulsivo, e quando estava com ele, se sentia nervoso e com receio que ele se afastasse. Mas Luffy era alguém despreocupado demais e logo desistia de focar sua atenção nessa mudança de comportamento.
Além disso, ele preferia dar mais atenção aos seus desejos. A vontade de conhecê-lo e estar perto dele tornou-se tão constante em sua mente, havia se tornando um desejo tão forte, que era impossível de cessar. Luffy estaria contente em conhecê-lo e ser amigo dele apenas, mas se conhecia bem o suficiente para saber que queria, na verdade, muito mais que isso. Era quase palpável o desejo que sentia pelo moreno. E mesmo que toda aquela situação não seguisse uma lógica ou uma linha de tempo aceitável, ele não se importava o quanto estranho e apressado aquele sentimento poderia ser ou parecer, ele só queria senti-lo.
- Luffy, você viu meu caderno de capa laranja? Eu acho que deixei na gaveta do seu guarda-roupa. Eu vou precisar para... - A voz do irmão que adentrava seu quarto - sem bater - chamou sua atenção.
Quando crianças, os três irmãos Sabo, Ace e Luffy dividiam o mesmo quarto, que por opção dos três, ficava no sótão. Porém à medida que foram crescendo, decidiram que cada um teria o seu próprio e Luffy ficou com o que era dos três. Mesmo assim, os irmãos constantemente vinham ao quarto do irmão ou deixavam algo lá por puro costume.
- Espera, você tá usando perfume?! Vai sair com alguém, Luffy?
- Uhum. - Luffy confirmou pegando seu chapéu e pronto para ir, mesmo se fosse um pouco mais cedo que o combinado. Não conseguiria esperar mais. - O que foi?
- Eu não estou gostando de nada disso. - O moreno mais velho parou de frente ao garoto com os braços cruzados. - Como assim você vai sair com alguém? Se eu não tivesse vindo aqui você nem me contaria, né?
Luffy arqueou uma sobrancelha se perguntando qual era o problema.
- Desde quando você esconde algo da gente, Luffy? Por que eu sinto que você não compartilha mais nada que acontece na sua vida?
Luffy tombou a cabeça para o lado ponderando sobre a fala do irmão. É verdade que não contava algumas coisas à eles como sobre o Law ou ele ir à floresta, mas não é como se ele quisesse esconder algo dos irmãos ou mentir, só sabia o quanto eles prezavam por sua segurança e se preocupavam com o que ele fazia - que na maioria das vezes era algo imprudente e perigoso. Ele não queria que seus irmãos sentissem, de qualquer forma que seja, que não fizessem parte de sua vida.
- Hmm... Eu não falei do Tral para vocês, mas ele é um cara muito legal. Quando eu voltar, eu falo. - Essa era uma solução fácil. Só precisava contar que ele era alguém que queira conhecer e guardar o segredo dele ao mesmo tempo, simples assim.
Com um sorriso do irmão, como se não fosse nada demais, Ace revirou os olhos. Luffy não tinha jeito, se não queria falar de algo não tinha quem o obrigasse - isso quando estava realmente empenhado, do contrário qualquer manipulação de palavras eram o suficiente -, mas era impossível não se preocupar com o cabeça de vento que ele era. Se metia em encrencas com facilidade e não saber ao menos o que estava acontecendo com ele, o preocupava. Se ele precisasse de ajuda como chegaria a tempo para ajudar? Mas também sabia da sorte e força do irmão, confiava nos instintos dele e em momentos como esse - que tinha plena certeza que seu irmão estava fazendo algo imprudente -, só poderia se preparar para resolver qualquer problema que ele se metesse.
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O lupino da floresta proibida
FanfictionLuffy, mesmo com as inúmeras proibições, insistia em ir à floresta proibida. Ele não conseguia evitar de sentir a necessidade sufocante de ver aquele lupino de pelos soturnos e orbes douradas o consumir. E agora, que enfim podia vê-lo e falar com el...