Uma sequência de suspiros inconscientes eram produzidos pelos lábios entreabertos, cortando o silêncio do ambiente escuro. Um calor em torno de sua cintura foi a primeira sensação que foi capaz de perceber enquanto seus olhos se abriam ainda em meio à escuridão.
Luffy franziu o cenho desnorteado, piscando lentamente numa tentativa de enxergar o ambiente à sua volta e distinguir onde estava. Um sentimento incomum de não pertencimento tomava seu corpo, causando uma incômodo por sua epiderme em contato com o ar frio que havia ao redor. Estava no seu quarto e havia deixado a janela aberta? Não sabia dizer, contudo não foi necessário.
Um calor característico adornou ambas as mãos frias e finalmente um ponto de luz foi formado à sua frente, embora apenas uma voz melódica em forma de risada chegou aos seus tímpanos.
– Muito obrigada, Luffy. – O moreno franziu o cenho ao ouvir a voz familiar que, apesar disso, ainda estava distante de suas lembranças.
Luffy cerrou as pálpebras novamente, tentando recordar-se o porquê de reconhecer aquela voz calma e suave, porém ao sentir ficar levemente tonto pelo esforço, voltou a abri-las. No mesmo instante seus olhos dobraram de tamanho enquanto sua boca se abria, tão logo recebendo em sua face um semblante surpreso que não tardou a ser substituído por um sorriso imenso oriundo de uma genuína felicidade. A sua frente, segurando sua mão entre as suas, estava uma jovem castanha com carinhosos olhos dourados pousados sobre si.
– Lami!
– Olá, Luffy. Desculpe por te trazer assim sem que esteja entre o sono e o despertar, mas precisava lhe agradecer. – Um suave carinho foi deixado em suas palmas pelos polegares da garota e Luffy reconheceu o calor sobre ela, também reconhecendo, por mais que não visse, a quem pertencia o calor característico em sua cintura. – Obrigada por não desistir do meu irmão.
– Eu jamais desistiria do Tral, eu amo ele!
Os olhos dourados marejaram com o brilho incandescente que havia no olhos ônix, carregados de certezas e sentimentos dos quais ela jamais duvidaria.
– Eu fico feliz que vocês tenham um ao outro. – Oferecendo um sorriso gentil, Lami foi retribuída com um olhar caloroso e acolhedor do moreno. – Eu estava preocupada com o Law e precisava cuidar dele, ele é meu irmão querido e nunca deixei de amá-lo, creio que entenda o que é isto, certo? Mas meu lugar não é aqui, mesmo que haja apenas uma parte de mim restando neste mundo, preciso estar perto de outra pessoa.
– An? Você tá indo embora? - Luffy estava surpreso e confuso com a fala dela, conquanto, de alguma forma entendia o que ela queria dizer. – O Law não vai te odiar por isso.
– Eu sei que não. – Num suspiro o olhar da garota se tornou distante e nostálgico. – Ele sabe que o amo, sei disso, mas agradeceria se o lembrasse mais uma vez por mim. – Com um aceno em concordância do moreno, a garota prosseguiu. – Também sei que não há necessidade de pedir, só que eu preciso garantir: por favor, cuide bem do Law... Eu confio em você.
Um olhar era o suficiente para entender a promessa implícita naquele pedido, bem como a confirmação dele que veio pelo largo e brilhante sorriso de Luffy. Evidentemente, por tudo que viveram e sentiam, o laço que eles tinham eram mais que o suficiente para a certeza de que ambos garantiriam a proteção um ao outro, sempre; Lami não havia com o que se preocupar.
– Acredite, eu gosto muito de você. Foi realmente um prazer te conhecer, Luffy.
E, assim como num piscar de olhos surgiu, a imagem desintegrou-se a sua frente como partículas pairando e espalhados pelo ar, deixando marcado apenas o sorriso tranquilo e olhos dourados gentis na mente do jovem, como uma boa e feliz lembrança. Luffy gostaria de tê-la conhecido em vida, seria bom ter a companhia dela constantemente e conhecer um pouco mais daquela que era um pedaço de quem foi e se tornou o lupino em sua companhia. Ao menos esperava que ela ficasse para onde fosse.
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O lupino da floresta proibida
FanficLuffy, mesmo com as inúmeras proibições, insistia em ir à floresta proibida. Ele não conseguia evitar de sentir a necessidade sufocante de ver aquele lupino de pelos soturnos e orbes douradas o consumir. E agora, que enfim podia vê-lo e falar com el...