CAP 09 – MAIS UMA CARTA E ATENAS ENCURRALADA
A volta do pequeno pelotão do mensageiro foi marcada pela presença eufórica de seu melhor amigo que o aguardava na entrada da cidade para recebe-lo, quem via de fora achava que era só um amigo preocupado, mas o real motivo era um pequeno rolinho de papel que este esperava ansiosamente. Obviamente que Jimin sabia que seu amigo estava muito ansioso quase desesperado ele diria, mas o torturaria um pouco mais. Desceu de seu cavalo calmamente e o Kim correu em sua direção.
— Então Jimim como foi lá, achou ele? — o jovem mensageiro sabia a quem o melhor amigo se referia então acenou positivamente arrancando um enorme e retangular sorriso dele.
— Ele respondeu? — novamente o Kim teve um meneio de cabeça em positivo e não pôde evitar de dar pulinhos, estava eufórico enquanto o melhor amigo estava entediado, era só um papiro, não era para tanto, pobre Jimin nunca tinha se apaixonado então não entendia o que o outro realmente estava sentindo.
— Cadê? — Tae lhe perguntou já estendendo a destra para que o amigo lhe entregasse o papiro e o que recebeu fora um tapa estalado e ardido nas costas de sua mão.
— Primeiro o dever, está louco Tae, estamos no meio da rua, se alguém ver eu te entregando um papiro logo na volta de uma missão nós dois seremos acusados de traição. Mais tarde eu te entrego, me encontre na minha casa em meia hora, só vou entregar a resposta para o conselho e vou para lá. — Taehyung suspirou derrotado, o melhor amigo tinha razão estava sendo descuidado, tudo em nome do amor, como já diziam os antigos "o amor é cego" e estava tão focado em saber do namorado que esqueceu o mundo ao redor, nem sequer ponderando as consequências se não fosse por Jimim fazendo o papel da voz da razão teriam entrado em problemas com certeza.
Jimin adentrou ao conselho entregou o papiro e não perdeu mais tempo correu em direção a sua casa, além de ter mais um papiro para entregar, estava cansado e necessitava muito de um banho para tirar o suor e todo o estresse que passara durante sua primeira missão, foi muito estressante passar por toda aquela apreensão, nervosismo e principalmente o medo que sentiu, precisava relaxar e tirar todo aquele peso do corpo.
Ao adentrar sua casa se deparou com o Kim sentado em uma cadeira na sala inquieto batendo insistentemente a sola do pé no chão em sinal de extrema ansiedade, e ao notar o mensageiro ali levantou em um sobressalto e correu em sua direção.
— Você demorou Chin. — o mencionado não pôde deixar de estampar uma expressão de pura indignação.
— Como assim demorei Taehyung, eu disse meia hora e levei metade do tempo, você que não tem um resquício de paciência, a pressa é inimiga da perfeição. — dessa vez quem fazia cara de tédio era o Kim.
— Está bom, agora me entrega logo o papiro antes que eu tenha um ataque. — Jimin se deu por vencido e apenas enterrou a mão em sua bolsa lateral e entregou o papiro ao melhor amigo.
— Fique à vontade, eu vou me lavar, estou morto. — dito isso o jovem mensageiro deixou o melhor amigo sozinho em sua sala para que enfim pudesse ler o que o espartano tinha o escrito.
Taehyung estava com o coração acelerado devido a ansiedade lhe dominava, aquele simples e pequeno papiro tinha um grande significado para si, se sentou na mesma cadeira de outrora e se pôs e desenrolar o pequeno papiro com uma certa urgência, respirou fundo encarando as letras nada delicadas do amado, era uma caligrafia torta e desajeitada, mas à seus olhos era perfeita assim como o dono dela.
Meu amado Taehyung...
Confesso que nunca me senti tão feliz e eufórico por um papiro antes e essa proeza é toda graças a ti que é responsável por despertar tantos sentimentos em mim. Fico extremamente feliz por saber que você está bem e seguro, mas ainda assim não me preocupar com sua segurança é algo impossível para mim. As coisas aqui estão indo bem, recuperamos todo nosso território e agora aguardamos os próximos passos. Saber que está com medo me atinge de uma maneira inexplicavelmente dolorida, se pudesse lhe tiraria todas as dores e aflições, ou ao menos gostaria de estar ao seu lado para lhe acalentar e passar-lhe conforto, mas isto é algo impossível no momento.
Acredite meu amor, a falta que você me faz vai além do suportável, há momentos que tudo o que quero é desistir e fugir com você para longe de tudo e todos mesmo correndo riscos, mas me acalmo ao lembrar de nossos doces momentos, quero que saiba que também sonho contigo e que também compartilho de imensa tristeza ao acordar e perceber que aquilo é apenas sonho, mas agradeço por tê-los, pois são eles que me dão força e coragem para continuar aqui. Acredite quando também lhe digo que não me importaria em perder esta guerra somente para poder ficar ao seu lado.
Termino esta carta com o pedido de que permaneça forte e saudável, mantenha-se seguro e não esqueças de mim, pois penso em você a cada segundo do meu dia. Amo-te.
Do teu também amado...
Jeon Jungkook.
Ao terminar de ler a carta sentiu o rosto molhado enfim se dando conta de que a emoção lhe tomou conta, também não pôde deixar de notar que o espartano havia se esforçado muito para lhe escrever aquele papiro, tinha evoluído bastante nesses últimos tempos, resultado da paixão do Kim por ensinar e do interesse de Jeon por aprender.
Estava choroso e sentimental graças aquela carta, aquele pedacinho de papel enrolado lhe dera força para aguentar por mais um tempo, dormiria mais tranquilo esta noite por ter se comunicado com o namorado, leria aquela carta mais uma centena de vezes antes de cair no sono tinha a mais absoluta certeza.
Ao chegar em sua casa Taehyung notou que seu pai estava mais alterado do que o costume, ele andava de um lado para outro, gesticulava muito com as mãos e falava mais rápido e mais alto que a normalidade, aquilo já foi um sinal de alerta para o jovem que logo pensou que aquilo era reflexo da guerra, sabia que a situação de Atenas não estava nada boa e tentava adivinhar o que poderia ter acontecido para ver seu pai tão afetado, não pensou duas vezes foi diretamente questioná-lo.
— O que houve meu pai?
— Meu filho, uma catástrofe aconteceu, aqueles desgraçados não aceitaram o acordo e nos mandaram estar preparados para uma ofensiva, não posso acreditar nessa audácia. Estamos encurralados.
— Desculpe-me por lhe perguntar isto, mas quando se começa uma guerra, não deve-se estar preparado para ela? Porque fomos nós quem começamos quando quebramos o tratado de paz invadindo as terras de Esparta, agora temos que arcar com as consequências, fui instruído dessa maneira desde muito jovem pelo próprio sistema de ensino ateniense.
— De onde vem essa petulância garoto, esqueceu que é com seu pai que falas? Perdeu o juízo?
— Eu não falei nada do que não fosse verdade meu pai, Atenas deu início a essa guerra por pura ganancia, agora devem arcar com as consequências lutando ou se rendendo.
— Chega Taehyung, estou cansado da sua insubordinação, vá para seu quarto agora e a partir de amanhã seus treinos serão dobrados, faço questão de te pôr para lutar, não foi isso que me disse para fazer? Lutar ou se render, pois bem lutarei até o fim e você vai lutar ao meu lado. — e com essa trágica noticia o jovem ateniense se recolheu em seus aposentos deveras chateado pela postura do progenitor, onde já se vira colocar o próprio filho inexperiente para lutar na linha de frente em uma guerra? Só podia ter enlouquecido, o medo tomava conta de si, o que faria? Tinha medo de morrer, tinha medo de que seu amado morresse, tinha medo de Jimin morrer, tinha medo de que se saíssem todos vivos ainda assim não pudesse estar ao lado do espartano, eram muitos medos e no meio de tudo isso lembrou-se da carta. A pegou novamente e ficou ali lendo e relendo, sentindo se acalmar aos poucos com os sentimentos bons que aquele papiro o fazia sentir, ficou nessa bolha de sentimentos por tanto tempo que ao menos notou quando foi vencido pelo cansaço e tomado pela escuridão.
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AMOR NA GUERRA °TAEKOOK°
RomantikAtenas e Esparta eram duas cidades-estados que viviam em meio a uma guerra que jà perdurava 10 anos, uma guerra cansativa que desfalcava ambos os lados mas que Esparta levava vantagem, pois os atenienses se viram obrigados a se refugiarem nos muros...