1| A Festa

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JENNIE KIM

É claro que eu me culpei por horas desde que aquilo aconteceu. Pensar que me joguei de forma tão... abrupta ao prazer, deixei que uma completa desconhecida me tocasse, falasse aquelas coisas... é vergonhoso. Uma parte de mim sente ainda mais vergonha do quão prazeroso foi, simplesmente me entregar para ela.

Hêdone.

Daemon do prazer. Na verdade, é o próprio prazer, considerada uma Daemon pois mexe diretamente com a conexão corpo-espírito dos humanos. Ela é frequentemente representada por uma mulher com asas de borboleta—o que faz muito sentido, se me lembro bem, aquela maldita máscara.

É claro, ser uma idiota por qualquer coisa relacionada a mitologia me fez amar seu nome, porém, naquela hora nenhuma dessas coisas vieram a minha mente. Pensando agora, talvez a dominadora que conheci seja mesmo a Deusa grega: dotada de luxúria, persuasão e a personificação do prazer.

Eu a odeio.

E o que foi aquilo? Eu nem mesmo sabia como contata-la. Qual era seu nome. Quem ela era além de uma dominadora sádica que gosta de torturar jovens sexualmente frustradas.

Como eu poderia ir para um fim de semana teste em sua casa?

Jen. — Pierre me ligou, assim que cheguei em casa. — Desculpe a demora, mon chéri. Estive ocupado.

Pensei que sua agenda estava livre hoje.

Ele suspirou. Consegui ouvir quando seu corpo bateu contra a parede.

Sim, mas arranjei algo para fazer. Corri, malhei e tirei algumas fotos para o Instagram. Estava indo para o banho, quando vi sua mensagem. — Fiquei quieta, sem saber se acreditava nele ou não. Meu coração doía por o que estava por vir, e por outro lado, queria muito mesmo lhe contar tudo que tinha acontecido. Eu só não sabia como. — Isso é tortura pra mim, Mon amour. Eu não sabia... Pensa como é pra mim, saber que alguém que nem te conhece pode te tocar... te fazer sentir coisas que eu, que te amo desde o maldito segundo que sorriu para mim? Eu me sinto um fracasso.

Você não é, amor. — É verdade. Ele não é, nem eu sou. A culpa não é de nenhum de nós.

Sou, sou sim. Sou um fracasso de noivo, de amigo, de homem... Porra, eu fiz tudo errado. — Ele xingou baixinho. Sua voz está tão quebrada. Agora sou eu quem me sinto a bruxa, quem devia ter ficado calada o tempo todo e casar com ele mesmo assim. Só que é uma merda. Eu não podia. — Pare, pare de se sentir mal. A culpa não é sua. Nem minha, eu não deveria ter dito isso. Minha psicóloga que disse. Esses são sentimentos que vem, mas, não quer dizer que seja assim. Desculpe, Jen. Não vou mais fazer isso.

Você tá certo. Não podemos pensar assim, ou aí mesmo não vai ter solução...

Murmurei. Tínhamos três meses. Três meses para consertar isso antes que nossos pais sentassem para conversar e nós anunciaremos nosso noivado. Se não concertar isso até lá, não vai ter jeito. Ou eu vou mentir, ou ele vai.... sei lá.

Quer me contar como foi a festa? Tenho certeza que tem muito para dizer, princesa.

Sorrio, me esforçando para lhe contar como aconteceu. Pierre permaneceu levemente animado, não tentei descobrir se forçado ou não, mas pareceu realmente interessado na masmorra de BDSM que fui. Ele riu junto comigo sobre as cenas, como as pessoas falavam e até disse que era interessante a cena em que as três mulheres transavam. Surpreendentemente, me senti menos envergonhada de falar sobre sexo com ele—Não que seja um tabu para mim, porém, sei lá, acho estranho sair falando sobre—e continuei enrolando até que foi a hora de contar sobre Hêdone.

Carnal ⛓️ BDSMOnde histórias criam vida. Descubra agora