dedicado a: adharasz, feliz aniversário, eu te amo.
Todo mundo conhece a sensação de procurar algo e não encontrar. Algo que sempre foi deixado no mesmo canto, e que provavelmente é importante.
Pode ser uma jaqueta da sorte, que você sempre deixa no fundo do armário para ocasiões especiais, pode ser a chave reserva de algum quarto, que você sempre deixa na gaveta de tralhas da cozinha ou no criado mudo.
São coisas que você não vê sempre, mas sabe que estão ali quando precisa. E que te enlouquecem se não estiverem, se de repente sumirem, porque são únicas.Há coisas na vida que simplesmente parecem ter o seu lugar, coisas que causam estranhamento se não forem achadas no mesmo local de sempre.
Henry e Charlotte descobriram que pessoas podiam passar a mesma sensação.
— Então…— Mais fogos de artifício estouraram no céu, o ritmo era parecido com as batidas de seu coração. Ela engoliu em seco, tentando forçar a voz a ficar mais alta do que o som daquelas explosões coloridas— Você não… Você não vai comigo?
Henry segurou seu pulso, sua pele estava fria, levando-a para dentro de casa. Seu estômago estava embrulhado e ele queria vomitar. Desviou de todos no caminho, subindo as escadas de sua casa cheia de pessoas, prontas para comemorar o novo ano, com Charlotte logo atrás de si. Ela passou a sua frente e ele fechou a porta, suspirando, de olhos fechados e de costas para ela, sem querer largar a maçaneta.
— Henry…— A voz da cacheada deslizou no ar, chamando-o como se soubesse no que ele pensava. Talvez soubesse mesmo.
— Mamãe disse que vou ficar aqui.— Ele começou a falar, como se as palavras fossem pedras e ele estivesse atirando-as num lago escuro.— Disse que agora que o verão acabou, e eu concluí a escola, vou arrumar outro emprego e ocupar meu tempo com atividades que me façam entrar numa universidade.— Ele riu amargamente, ainda sem se virar.— Ela disse que quer garantir que eu vou ser responsável dessa vez, e que vou ter apoio.
O silêncio ocupou todo o cômodo em segundos. Charlotte não sabia o que dizer, o que fazer, e nem porque estava reagindo assim.
Quer dizer, já estava preparada para isso antes…
Claro, ela ficou realmente feliz –embora tivesse escondido– por saber que seus dois melhores amigos iriam acompanhá-la em Dystopia, mas seu plano inicial era ir sozinha, então não deveria estar se sentindo tão mal.Mas ela estava com um enorme caroço na garganta agora e esse era um jeito horrível de começar o ano.
— Então você vai me largar para lidar com o Jasper sozinha?— Brincou, mas o tom divertido não parecia verdadeiro.
Talvez o tom não fosse verdadeiro, mas ainda sim conseguiu acalmar Henry. Ele finalmente se virou, olhando para ela com ternura, e sorriu, tomando uma respiração longa e lenta.
— Sabe que eu daria tudo pra estar com você lá…— Ele enfiou as mãos nos bolsos, olhando para os pés. Estirou a perna, batendo o calcanhar no assoalho, quando se deu conta do que havia acabado de dizer.— Quer dizer, vocês. Você e Jasper.— Outra pausa. Henry precisava de um tempo pra fazer seu coração se acalmar do susto.— Só não transforme ele no seu melhor amigo preferido.— Alertou com uma piscadela.
— Nunca disse que você era meu melhor amigo preferido.— Ela arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços de jeito prepotente. Um sorriso queria escapar.
— E precisa?— Aproximou-se, inclinando o corpo para olhá-la de perto.— Aposto que está segurando o choro por saber que não vai mais me ver todos os dias…— Ele analisou seu rosto, curvando-se um pouco mais.— Não? Nenhuma lágrima? Jesus, onde estão seus sentimentos, mulher?!
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¡aqueles com chenry!
RomanceHenry Prudence Hart. Um jovem que tem aparentemente tudo para ser comum, mas na verdade, esconde um segredo: Ele é o Kid Danger, assistente do super-heroí de Swellview, sua cidade natal. Como não se pode esconder nada na vida por muito tempo, alguma...