¡aqueles com chenry!

Aquele com a Lua

A noite de lua cheia parecia inundar seu coração. Toda aquela luz o enchia e o fazia pensar em tudo que já vivera em todos os seus 17 anos.
Cheio e vazio ao mesmo tempo;
Tudo era estranho sem ela.
Aquele loiro que se encontrava deitado no telhado de sua casa em plena madrugada ansiava por paz de espírito. Até um pouco de sono,mas talvez isso fosse pedir demais a um universo que tinha sido bem generoso com ele hoje...

Hoje deve ter sido o pior dia de sua vida, mas não conseguia sentir nada direito, então não podia afirmar com certeza.

A última coisa que sentiu foi o quão horrível é o mundo sem ela, provavelmente seria a primeira coisa que iria sentir também, quando se forçasse a seguir em frente. A volta da cena em sua mente fez seu estômago embrulhar e os olhos dele encheram d'água pela primeira vez depois do ocorrido. Ele quase chorara muitas vezes enquanto vivia aqueles terríveis minutos, mas ainda não tinha se livrado das lágrimas.

Se tinha uma certeza nessa vida era que...

Um mundo sem Charlotte não era um mundo em que Henry viveria.

Por isso não sabia o que fazer agora, estava perdido no buraco negro que havia se instalado em seu interior a um tempo.

◇◇◇

"NÃO!" Gritou com desespero quando o homem robusto segurou a arma na altura do ouvido dela. A garota chorou,seu corpo tremendo dos pés a cabeça enquanto clamava a Deus por sua vida.

Ambos estavam na Bugigangas quando um cara de aproximadamente dois metros de altura, e que parecia ostentar cem quilos, arrombou a porta, na hora em que se preparavam para ir embora. Schwoz estava em seu quarto e Ray havia saído, ou seja,estavam inconscientes das movimentações da loja.

"Se você não entregar todo o dinheiro dessa porcaria,ela morre!"

Morre...
Fim.

"Por favor,moço. Aqui não tem dinheiro, essa loja está quase falida!"

Em cada palavra, uma nota de desespero se fazia presente. As lágrimas de Charlotte ameaçavam saltar de seus olhos.

"Você quer a sua namoradinha viva ou não?" Ameaçou, levando um arrepio a espinha de Henry.

"Eu n-não sei onde tem dinheiro,por favor" Implorou, não se importando com o quão quebrada parecia sua voz.

A situação era preocupante porque como a loja era só uma fachada eles não tinham dinheiro guardado no caixa. Desejou arduamente que fosse ele sob a ameaça de um gatilho. Em parte porque ela já teria livrado ambos desse cara-monstro, mas principalmente porque ele não suportaria a ideia de que ela... Não, ele preferia mil vezes estar no lugar dela.

Henry tentava, por tudo que era sagrado, manter a mente no lugar, mas parecia uma missão impossível. Tinha consciência de que precisava chamar alguém ou se esconder e estourar seu chiclete ou fazer alguma coisa que a salvasse, mas desviar o olhar daquela arma não era uma opção.
Aquela era marcação da linha tênue que mantinha sua amiga entre a vida e a morte.

"Me deixe ir..."

A voz falha pelos soluços dela sussurrou alto o bastante para os dois escutarem.

"Com prazer... É só ele me dar a grana."

Tudo se passava pela mente dela tão rápido que memorizar um só pensamento era simplesmente inviável. A jovem sabia que estava chorando, tremendo, e com a morte a circundando. Tinha noção também do desespero mútuo nos olhos de Henry.