Coffee Shop || André Silva

II

André

Mel era incrível, engraçada, divertida, doce e um monte de coisas que foi percebendo ao longo do tempo que estivemos os dois. Nós podíamos ter ficado focados no facto de ter perdido o jogo, ela podia ter falado do jogo que sei que viu já que estava com a minha camisola daquela equipa vestida mas ignorou o facto de termos perdido sempre que tocava nesse assunto ela desviava-o como se tenta-se fazer-me esquecer que existia.

- Obrigada pelo jantar André! - Agradeceu a mesma assim que sai-mos do estabelecimento. - Vemos-mos por ai jogador!

- Eu levo-te a casa! - Informei a mesma que me olhou.

- Vivo a 15min a pé daqui posso ir sozinha, mas obrigada na mesma! - Contou-me.

- Não te vou deixar ir a pé sozinha as 2 da manhã por uma rua que não tem ninguém Mel! - Insisti com a morena que me olhou confusa.

- Não precisas de te preocupar comigo sei defender-me! - Garantiu e logo continuou. - Mando-te mensagem quando chegar.

- Ficava mais tranquilo se fosse contigo Mel! - Pedi a mesma que suspirou derrotada.

Ela podia ser tudo o que disse e mesmo com as suas frases com duplo sentido ela tinha um olhar puro e magoado ao mesmo tempo como se alguém lhe tivesse partido o coração e a frase da senhora: "Devias de arranjar um homem assim Mel que te barrasse o chão e não um que te obrigava a fazer isso por ele!" deixava-me curioso como a muito não acontecia. Eu queria saber a história dela, e quanto mais tempo passava junto da morena mais queria descobrir.

- Tudo bem! - Aceitou após alguns segundos. - Só não quero que andes depois 40 min para chegar ao carro!

- 40 min é para chegar a minha casa a pé Mel! - Contei-lhe ao começar-mos a caminhar. - Não moro longe daqui.

- Não me queres dar a morada assim facilitavas o meu Stalk! - Brincou fazendo-me rir.

- Stalker! - Chamei-a ao entrar na sua brincadeira. - Devo chamar a polícia?

- Não ia adiantar muito André já que quem esta de serviço é o meu melhor amigo! - Contou ao rir. - Acho que não me ia levar presa.

- Isso significa que tens amigos na polícia? - Perguntei curioso.

- Tenho os meus contactos! - Brincou ao piscar o olho. - Nunca saberás se não sou uma assassina em serie que gosta de vender órgãos ao mercado negro, ou que seja dona do mercado negro.

- É preciso ficar com medo? - Questionei fingindo preocupação.

- Não. - Riu-se. - Acho mesmo que se um dia descobrirem o meu computador que vou realmente presa pelas minhas pesquisas. Sou escritora quando tenho tempo para isso e estou a escrever uma história da Mafia Americana.

- Então és escritora? - Perguntei interessado.

- Amadora aos fins de semana ou quando a faculdade me deixa sê-lo! - Continuou e riu.

- Estas a fazer faculdade de que? - Perguntei curioso.

- Estou no segundo ano de licenciatura de economia.

A rapariga estava encolhida ao meu lado enquanto andávamos, a camisola do club daquela cidade de manga curta não era a ideal para aquela noite fria na cidade alemã com isso acabei por tirar o meu casaco e por o mesmo pelos seus ombros levando-a a olhar-me confusa.

- Estas com frio! - Exclamei obvio para a mesma.

- Assim ficas tu com frio André! - Exclamou preocupada.

- Prefiro ficar eu com frio do que tu ficares doente Mel! - Afirmei. - Para alem disso eu aguento o frio!

- Obrigada! - Agradeceu ao fechar o casaco contra o seu corpo.