Coffee Shop || André Silva

XVI

Mel

Eu e André estávamos naquela amizade colorida a um mês não avançamos mais do que sexo oral e pouco mais, eu sabia que o amava sabia que tudo a minha volta era apenas ele. O homem passava mais tempo no meu apartamento do que no seu e talvez se tivéssemos numa relação ele se mudasse, mas da maneira que as coisas iam sabia que não ia acontecer.

- Miguel. – Chamei o mesmo com o cheiro a bolos nas minha narinas.

- Cozinha! – Gritou o mesmo daquela parte da casa fazendo-me caminhar até lá.

- Vais alimentar um club de futebol? – Perguntei ao mesmo devido a todos os bolos que estavam espalhados pela cozinha. – O que é que se passa?

- Estou a fazer bolachas! – Informou ignorando-me.

- Miguel olha para mim agora! – Exigi ao mesmo que suspirou e olhou-me. – O que é que se passou em Dortmun...

- Vou fazer crepes enquanto as bu...

- Filipe Miguel! – Ralhei para o mesmo que me olhou.

- Eu estive com a Maggy. – Começou a contar ao pegar alguns ingredientes para os crepes. – Ela acabou com o... falta-me a baunilha.

- Eu sei que eles acabaram como é que ela esta? – Questionei para o mesmo que tinha voltado com a baunilha.

- Nós falamos e ela chorou no meu peito disse que se sentia mal por nunca o ter amado. – Continuou a contar enquanto mexia a massa. – E que era burra por pensar que podia esquecer alguém com outra pessoa e que tinham sido os piores 6 anos da vida dela!

- Tu não estás assim por essa conversa o que é que fizeste? – Perguntei de boca cheia com um croissant de ovos.

- Porra eu pensei que a tinha esquecido Mel, pensei que tinha enterrado tudo o tínhamos tido no passado! – Exclamou frustrado. – Mas bastou-me vê-la para tudo voltar.

- Tu nunca a esqueceste! – Resmunguei para o mesmo. – Viras-te um playboy come todas por causa dela e no final nunca a tinhas esquecido.

- Obrigado por me recordares! – Ralhou ao virar o crepe. – Nós fodemos, e porra ela era exatamente como me lembrava.

- Não quero pormenores Mi! – Pedi ao mesmo que revirou os olhos. – Se vocês foderam... Tu não lhe fizeste o mesmo que a 6 anos Filipe Miguel!

- Ela expulsou-me de casa dela depois de nos envolvermos! – Explicou a razão pela qual se tinha refugiado na cozinha e ligado para vir comer. – Ela expulsou-me de lá dizendo que o ia fazer de qualquer maneira e que não queria voltar a magoar-se.

- E tu vieste! – Exclamei para o mesmo negando com a cabeça.

- Querias o que se ela me expulsou de casa dela! – Respondeu-me como se não soubesse o que fazer.

- Começares por dizer o que aconteceu a 6 anos atrás! – Relembrei-o ao qual ele bufou. – Que a amas desde os 18 e que nunca a conseguiste esquecer.

Ele olhou-me e negou com a cabeça fazendo mais crepes.

- Miguel tu gostas dela desde os 18! – Relembrei-o. – Sei que tens medo do que sentes mas isso são coisas que tens de ver com ela.

- Ela não me quer Mel! – Respondeu tristemente.

- Pensei que tu ao seres crânio percebias que tudo o que ela menos queria ontem era que te fosses embora e tu em vez de deitares tudo o que sentes para fora fugiste e estas aqui a fazer bolos a parva porque a perdes-te mais uma vez! – Gritei para este que me olhou pensativo. – Diz-lhe o que sentes Miguel, diz-lhe que a amas e que foste embora naquele dia porque a tua mãe foi para o hospital conta-lhe a verdade em vez de a deixares fugir pelas tuas mãos mais uma vez!

Miguel suspirou e abraçou o meu corpo.

- Obrigada Winnie não sei o que era de mim sem ti! – Agradeceu o mesmo ao sorrir.

- Quero ser a madrinha do casamento! – Exclamei para o mesmo que se riu da minha fala. – Estas a queimar os crepes Génio.

Miguel era o nosso quadrigémeo, crescemos juntos e passamos por muito e como eramos ambos prodígios acabamos por ficar mais unidos do que com os outros dois, a minha relação com os meus irmãos era incrível e adotarmos o rapaz que punha a última parte da massa na máquina tinha sido a melhor escolha.

- Como vão as coisas com o jogador? – Perguntou curioso fazendo-me suspirar.

- Na mesma. – Contei-lhe triste. – Sem rótulos sem responsabilidades sem nada!

- Mel tu merecias um príncipe encantado e só arranjas sapos! – Resmungou o mesmo ao olhar-me triste. – Todos nós gostamos do André e percebemos que estas feliz com ele, mas sabes que precisas de alguém que...

- Eu sei! – Interrompi-o. – Eu desta vez sei que amo alguém Miguel não é como aquele namoro adolescente que tive com o Lins, eu nem pensei poder sentir-me assim, mas sei lá parece que ele tem medo!

- Pelo que disseste ele já passou por muito Mel, se ele te expor agora tu sabes que não aguentas o hate das fãs dele! – Falou. – Mas tambem sei que gostavas de o poder chamar mais do que "amigo".

- A minha vida esta uma merda isso sim! – Suspirei e levantei-me assim que recebi uma mensagens do jogador a informar que estava em minha casa. – Vai ter com a Maggy eu vou para casa, ele já esta a minha espera.

- Deseja-me sorte! – Pediu assim que chegamos aos carros.

- Fico à espera da mensagem a dizer que deixas de ser um playboy! – Contei ao qual este riu e entrou no carro.

A minha casa estava silenciosa se não fosse por um ser felpudo saltar para cima do meu sofá e olhar-me curiosa. A gata listrada olhava-me atenta quando me aproximei dela para mimar o seu pelo macio e esfregou-se na minha mão ronronando enquanto recebia o carinho.

- Oi pequena! – Cumprimentei a mesma que continuava a ronronar contra a minha mão.

- Era suposto ter sido uma surpresa, mas pelos vistos ela fugiu do quarto! – Resmungou o jogador ao aparecer do corredor com um sorriso no rosto aproximando-se de nós. – O Ruben contou-me que querias adota-la mas que a tinham adotado primeiro!

Olhei o moreno que se sentou no sofá, não conseguia conter as lagrimas antes de nos conhecermos eu tinha visto aquela mesma gata branca que tinha o cinza das suas riscas mais abondante que o branco do seu pelo, os seus olhos verdes esmeralda olhavam-me como se tivesse medo de voltar ao abrigo. Tinha-me apaixonado por ela assim que a tinha visto mas uma família tinha-a adotado quando estava prestes a fazer o mesmo e com tudo o que estava a acontecer na minha vida acabei por desistir de adotar um animal de estimação por não encontrar outro que me senti conectada apenas com o olhar.

- Espero que essas lagrimas sejam de felicidade Mel! – Brincou o mesmo puxando-me para si para me poder beijar.

- Obrigada sempre quis um gato! – Contei-lhe sorridente.

- O Ruben disse-me! – Informou com um sorriso. – Faço tudo para ver o teu sorriso Mel nem que isso me leve ao fim do mundo.