VII

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Mel

Lili estava sentada no seu sofá a espera de Matilde que tinha ido buscar os hamburgers para comermos. A loira tinha acabado de nós contar como tinha sido a semana com o primo mais velho de André e acreditem quando digo que ela estava com um sorriso que não via a anos.

- Vocês não têm noção da fila que estava no KFC. – Resmungou a mesma ao entrar em casa do meu irmão do meio. – Puta que pariu se não fosse pelo meu sobrinho acredita que tinha saído de lá antes de comprar!

- Nós adoramos-te! – Elogiou a minha cunhada ao pegar o seu hamburger e olhou-me. – Já sabemos que a Matilde daqui a anda deixa de estar solteira e tu Mel?

Matilde revirou os olhos mas tinha um sorriso no rosto, tinha de admitir que Filipe fazia bem a minha melhor amiga.

- Contei ao André. – Falei deixando as duas chocadas a olharem-me.

- Contas-te o que? – Questionou Matilde mordendo uma batata frita.

- Tudo! – Exclamei ao morder o hamburger.

- Tudo, tudo? – Perguntou a minha cunhada chocada.

- Tudo, tudo, tudo. – Repeti sem me aprofundar esperando que elas percebessem o que falava.

- Eu ainda não sei ler mentes, por isso tudo, tudo, tudo o que? – Exaltou-se Matilde sem perceber o que falávamos.

- Ele acabou com a Maria e foi lá a casa, começou a falar sobre as relações dele e eu acabei por lhe contar sobre o Lins. – Falei sem dar muita importância. – Ele disse que homens como ele eram daquela maneira porque não conseguiam satisfazer uma mulher e que agora estava melhor para que outra pessoa me mostrasse o que tinha perdido.

- Tu és virgem! – Relembrou Matilde divertida.

- Na verdade ele não mentiu tenho a certeza que aquela puta deve estar mais que arrependida sexualmente! – Brincou Lili fazendo-me olhar a bebida.

- Eu disse-lhe que era virgem! – Exclamei para as duas que me olharam com os olhos arregalados. – Pensei que ele se fosse jugar em mim ou algo parecido, mas em vez disso ele disse que eu ia virar freira e que não tinha o direito de ser a madrinha dos gatos dele.

As duas mulheres entreolharam-se e não disseram nada até acabarmos de almoçar.

- É estranho estarem os dois solteiros e ele não tentar nada contigo Mel! – Exclamou pensativa Lili.

- Pelo que o Filipe disse o André antes era tipo o Daniel estou chocado por ele não te ter fodido!

- Acho que ele gosta realmente da Maria. – Contei-lhes triste afinal eu estava a ter sentimentos pelo jogador das quinas.

- Faz sentido gostar dela e não ter feito nada contigo! – Explicou Matilde confusa. – Ou respeita as mulheres para fazer alguma coisa que elas não querem.

🐚🐚🐚

Fazia zapping na televisão da mansão onde me encontrava, todos os meus amigos estavam ocupados a trabalhar ou a estudar naquele momento e não estar ocupada não era bom para a minha sanidade mental. O meu cérebro relembrava-me todos os sorrisos do jogador, passava flashes de tudo o que tinha vivido e de todas as vezes que André me fazia rir. Os meus olhos estavam pesados e a minha vontade de dormir era enorme se não fosse pelo telemóvel que começou a tocar freneticamente em cima da mesa de centro da sala de estar de Ruben.

- Jogador o que devo a honra da tua chamada? – Cumprimentei com uma piada ouvindo o seu riso do outro lado da linha.

- Olá Cusca da aldeia! – Riu com a alcunha. – Estas ocupada?

Coffee Shop || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora