VIII

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André

- O que é que te deu? – Questionou-me Filipe assim que mandei o meu telemóvel para longe.

- A Mel pós uma foto no insta! – Contei entre dentes irritado.

- Eu vi e o que tem?

- O que tem é que o filho da puta do Sancho comentou com dois corações amarelos e ela respondeu-lhe! – Expliquei. – Para não falar do gosto do outro tambem.

- Ela mexe contigo? – Perguntou divertido.

- É como se tudo girasse a volta dela! – Comecei ao sentar-me no sofá. – Desde que acordo até ir dormir tudo é sobre ela.

Desde que tinha conhecido a morena que tudo girava a sua volta desde o facto de ir todos os dias ao mesmo café para ver se Melany lá estava até ao facto de me deitar a pensar como seria tela ao meu lado naquela cama. Saber que era virgem só tinha aumentado o meu desejo por ela, mas tinha aumentado o facto de a quer proteger do mundo, queria protegê-la de mim e da minha mente perversa.

- Não me digas nada! – Suspirou o meu primo. – A Matilde deu-me a volta de uma maneira era tudo só diversão e agora...

- Ficas-te realmente de quatro pela melhor amiga da Mel! – Ri-me dele.

- Tu dizes isso porque ainda não fodes-te com a Mel porque se ela for maluca como amiga acredita priminho que ficas de quatro por ela no instante. – Contou e levantou-se para atender o telefone que tocava com o nome "Maty 💖".

Eu não lhe tinha dito e talvez não diga o segredo da Melany a ninguém, conhecia demasiado bem o meu primo e o meu irmão para lhes contar que a morena era virgem. A vontade que tinha de a ter pegado naquela cozinha no dia que me contou tinha sido tão grande, queria tirar-lhe a pureza que tinha, queria ser o primeiro, mas tambem queria ser o único a fazer isso.

O meu cérebro traia-me, o meu corpo traia-me perto dela. As suas brincadeiras de duplo sentido, as frases motivacionais que me dizia, o apoio antes dos jogos, o seu sorriso, o seu riso, a pureza no seu olhar e o brilho que os seus olhos tinham, toda a sua natureza, carinho e cuidado com tudo e todos eram alguma das coisas que comecei a enumerar com o tempo e a por numa lista mentalmente que só ia crescendo com o tempo que passávamos juntos.

Melany ia ser a minha porta do desespero, a minha queda da realidade e a porta para a perda da minha sanidade mental. Ela fazia-me sentir coisas que pensei nunca sentir, fazia-me sentir coisas que pensei não voltar a sentir mais nenhuma vez numa intensidade ainda maior que me dava medo.

- Tudo bem Mel? – Questionei confuso para a morena que me tinha acabado de ligar.

- Não estou numa crise criativa! – Choramingou a mesma do outro lado da linha. – Os meus melhores amigos devem estar todos a foder preciso que me digas uma coisa!

- Afinal eu é que sou a última opção! – Brinquei com a mesma que se riu. – Precisas de mim para que então.

- O rapaz é um filho da puta que troca de mulher como troca de roupa interior, mas conheceu uma rapariga que lhe deu com os pés. – Contou-me apressadamente. – Ele quer a moça, mas...

- Mas?

- A rapariga tem problemas e sofreu muito e não quer ninguém perto dela. – Explicou-me como se estivesse a andar de um lado para o outro. – Merda o meu chá favorito acabou!

- Posso ir ter contigo e levar-te o chá preciso de comprar café. – Menti-lhe eu tinha café, mas era uma oportunidade irrecusável de estar com ela.

- Não te quero incomodar André. – Suspirou. – Eu consigo passar sem o chá!

- Estou a sair de casa dá-me 20min e estou ai, assim podes-me contar o resto da historia e explicar-me porque é que precisas de mim! – Falei ao qual ela suspirou aliviada. – Qual é o chá?

Coffee Shop || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora