XIV

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Mel

Sabem quando encontrão uma música que define tudo o que sentem? Que diz tudo o que querem dizer, mas não têm coragem de fazê-lo? Era assim que me sentia com a musica que tinha cantado a minutos atrás, eu estava viciada nela desde que tina percebido que estava apaixonada pelo jogador e porra era tão sedo para ter sentimentos por alguém como aqueles que sentia mas isso não me impedia de os sentir.

Mas tinha tudo sido lançado ao chão como se nada valesse a pena afinal tinha acontecido de novo eu tinha-me apaixonado por alguém que não sentia o mesmo por mim e mais uma vez eu tinha saído magoada daquela história! Claro que queria que ele ouvisse a "It's you" mas não naquele momento, não quando tinha tudo desmoronado.

- Vou dormir, devias fazer o mesmo. – Informei ao levantar-me do banco de madeira do piano.

Não esperava que ele viesse atrás de mim, esperava, no entanto, dele manter a sua distancia depois do que disse mas uma pequena parte de mim uma minúscula parte de mim queria gritar ao jogador tudo o que não conseguia dizer-lhe. Mas então ele não só entrou no meu quarto como fechou a porta atrás de si!

- Nós precisamos de falar e desta vez tu vais ouvir-me! – Exclamou ao olhar-me nos olhos.

- Já dissemos tudo o que tínhamos a dizer um ao outro. – Falei magoada caminhando para o closet.

- Não, não dissemos Mel! – Exclamou firme então olhei-o com uma sobrancelha levantada. – Tu disseste tudo o que querias eu não cheguei a falar nada!

- Eu acho que disseste tudo o que tinhas a dizer quando disseste que podia dar para quem eu quisesse! – Relembrei-o. – Por isso não vale a pena dizeres mais nada que só me vai magoar ainda mais.

- Como é que tens tanta certeza de que te vou magoar? – Perguntou chateado. – Como é que tens tanta certeza do que eu tenho para dizer te vai fazer desistir de tudo?

- Não tenho, mas foi o que fiz-te a pouco. – Falei tentando manter a calma.

- Tu não és um brinquedo para mim, e isto não é a porra de nenhuma fanfic ou novela que correu mal. – Falou ao usar o que lhe tinha dito na cozinha. – Tu desde que começamos isto tens medo que te magoe e porra esqueces-te do que eu disse que me podia magoar tambem Mel.

Fiquei em silencio, ele tinha razão eu só estava a pensar em mim e nunca pensei que talvez ele se fosse magoar tambem.

- Eu tive tantas oportunidades para te fazer perder a virgindade, podia ter ignorado o facto de ter namorada e ter feito isso assim que nos conhecemos, no dia em que me contaste que eras virgem eu não tentei nada! Porra eu nunca fiz nada que tu não quisesses! – Relembrou. – Nós parecemos os dois crianças do secundário a brincar em vez de resolvermos as coisas como dois adultos!

- O que é que queres que te diga? – Perguntei ao olha-lo triste. – Isto não vai resultar se continuar.

- Dá-me uma razão para isso acontecer! – Pediu irritado.

- Tu próprio o disseste! – Falei olhando-o. – Não foi eu André.

- Querias que admitisse que tinhas razão? – Perguntou chateado. – Porra Mel eu ainda estou a tentar lidar com tudo o que sinto por ti, lidar com o facto de voltar a ser ciumento e sei que te magoei ok mas no momento fiquei furioso só por me dizeres o que estava a sentir!

- Tu fizeste-me sentir uma qualquer só por...

- Eu sei que te magoei Mel, mas porra eu estou a dar em louco! – Desabafou. – É a primeira vez que estou a tentar resolver algo que fiz, é a primeira vez desde que me lembro que vim atrás de alguém que gosto porque fiz merda Mel e isso é assustador. Eu não quero apressar as coisas e talvez a minha cena de ciúmes não tenha ajudado muito, mas porra mulher eu estou de quatro por ti e talvez não o demostre o suficiente mas eu quero-te mais do que aquilo que possas sequer imaginar!

Coffee Shop || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora