6 - A primeira semana

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Se passou a primeira semana em Hogwarts e Harry estava maravilhado. Tinham de estudar o céu da noite pelo telescópio toda quarta-feira à meia-noite e aprender os nomes das diferentes estrelas e os movimentos dos planetas. Três vezes por semana iam para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Profa. Sprout, com quem aprendiam como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobriam para que eram usados.

 
De todas as matérias, a aula mais chata era a de História da Magia, a única matéria ensinada por um fantasma. O Prof. Binns era realmente muito velho quando adormeceu diante da lareira na sala dos professores e levantou na manhã seguinte para dar aulas, deixando o corpo para trás.

Binns falava sem parar enquanto eles anotavam nomes e datas e acabavam confundindo Emerico, o Mau, com Urico, o Esquisitão.

O Prof. Flitwick, que ensinava Feitiços, era um bruxo miudinho que tinha de subir numa
pilha de livros para enxergar por cima da mesa. No começo da primeira aula ele pegou a
pauta e quando chegou ao nome de Harry soltou um gritinho excitado e caiu da pilha,
desaparecendo de vista.

Já a Profa. Minerva era diferente. Harry já sabia que ela não era professora para aluno nenhum aborrecer. Severa e inteligente, fez um sermão no instante em que eles se sentaram para a primeira aula.

– A Transfiguração é uma das magias mais complexas e perigosas que vão aprender em
Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados.

Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa. Todos ficaram muito impressionados e ansiosos para começar, mas logo perceberam que não iam transformar os
móveis em animais ainda por muito tempo. Depois de fazerem anotações complicadas,
receberam um fósforo e começaram a tentar transformá-lo em agulha. No fim da aula, somente Hermione Granger produzira algum efeito no fósforo; a Profa. Minerva mostrou à classe como o fósforo ficara todo prateado e pontiagudo e deu um raro sorriso à aluna.

A matéria que todos estavam realmente aguardando com ansiedade era a de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas as aulas de Quirrell foram uma piada. Sua sala cheirava fortemente a alho, que todos diziam que era para espantar um vampiro que ele encontrara na Romênia e temia que viesse atacá-lo a qualquer dia. Seu turbante, contou ele, fora presente de um príncipe africano como agradecimento por tê-lo livrado de um zumbi incômodo, mas os alunos não tinham muita certeza se acreditavam na história. Primeiro porque, quando Blaise Zabini pediu ansioso para Quirrell contar como liquidara o zumbi, Quirrell ficou vermelho e começou a falar do tempo; segundo porque eles repararam que havia um cheiro engraçado em volta do turbante, e os gêmeos Weasley insistiam que devia estar cheio de alho também, de
modo que Quirrell estava protegido em qualquer lugar.

Os murmúrios acompanharam Harry desde a hora em que ele saiu do dormitório no dia
seguinte. A garotada que fazia fila do lado de fora das salas de aula, ficavam nas pontas dos pés para dar uma espiada, ou ia e vinha nos corredores para vê-lo duas vezes. Harry desejou que não fizessem isso, porque estava tentando se concentrar para encontrar o caminho para suas aulas. Draco sempre que percebia que encaravam Harry de mais dava um jeito de espanta-los, mas Crabbe e Goyle se mostraram mais eficientes, era só olharem feio que as pessoas se afastavam.

- Meu deus, como você aguenta isso ? É uma chatisse ! - foi Pansy quem disse também incomodada com os olhares.

- Vivo dizendo isso ao Dray, mas ele fala que é o máximo, se desse pra trocar de lugar com ele, já teria trocado.

- Você reclama de mais Potty, tem que saber aproveitar, do jeito que te babam você poderia ter até um fã clube. - Draco parecia animado com essa ideia.

Severo Snape e o Menino Que SobreviveuOnde histórias criam vida. Descubra agora