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Eilen 

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Eilen 

⊱✿⊰

Junho, 1886

Ouvir palavras tão duras de meu pai e irmão machucou e desmanchou minhas expectativas de ter o sonhado apoio da minha família. Eles deveriam ser meu sustento, mas meu coração detinha o vexame sofrido tornando-o em amargor.

Graças ao que existia de divino nos céus, meu marido foi um homem concedido por Deus para iluminar minha mente e segurar minha mão dentre todos os homens deste tirânico mundo. Era nele que estava o meu apoio sólido e confiável. O único que me susteria em todos os tempos. Bons ou ruins.

Talvez pessoas de má fé criticassem minha profunda confiança em um homem que conheci a poucos anos ou que viera de tão longe para cá, mas sentir uma íntegra segurança em alguém é algo raro demais para se errar. Levando em conta todas as pessoas que conheci, ele fora o único.

Ainda assim, precisava manter meu papel de boa esposa e anfitriã para nutrificar o ego coletivo, organizei uma tarde de chá com algumas das mulheres ricas e renomadas de Alcântara e regiões vizinhas.

Elas eram minha passagem para criar meu nome como uma senhora casada e conseguir influência. Não podia abusar da influência que só meu marido demorou tempos para conquistar.

─ Lina! Venha aqui.

Depois do almoço, reservei o tempo que tinha para arrumar a aparência.

─ Sim, sinhá?

─ Me ajude com o vestido.

Meus dedos não alcançavam os muitos botões do corpete atrás.

─ Por que está se arrumando tanto assim?

Ela aproximou-se abotoando de forma hábil, como já era acostumada.

─ Sabe que sou esposa de um produtor renomado, preciso aparentar domesticidade. O primeiro passo é a aparência.

─ A sinhá engana tão bem aquelas mulheres.

Sorriu soprado e olhei a imagem refletida no longo espelho. Uma versão de Eilen Min preparada com triunfo.

─ Aprendi com meu querido marido. Vá até a cozinha e veja se o chá e biscoitos caseiros estão prontos. Vou verificar a sala. Yan passará a tarde com a babá.

─ Sim, sinhá.

Pouco depois, as mulheres chegaram se acomodando nas cadeiras e sofás da grande sala. Sempre com olhares atentos a todo detalhe da mansão seguido de rigorosa rotulação. Mantinha um sorriso para todas, sem distinção. Cada uma mergulhada em seu egoísta desejo de se destacar mais que as outras. 

O brilho das jóias de ouro junto aos panos nada baratos em seus vestidos trazia a certeza de que elas gostavam de esbanjar e pleitear discórdias sobre quem estava melhor. No meu pensamento, mulheres deveriam unir-se, não procurar intrigas.

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