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Eilen

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Eilen

⊱✿⊰

Março, 1888

Pela tarde, um cheiro infestou toda a sala.

Era uma sopa sendo preparada na cozinha e que devia até estar bom, mas meu estômago não. Um enjoo subiu pela garganta e me retirei dali rapidamente acompanhada de Lina. Acabei me encurvando perto da escada com uma mão cobrindo a boca. Meus olhos ardiam em agonia pela dor aguda.

─ O que foi, sinhá?

A criada se prostrou ao meu lado preocupada e segurou meus braços impedindo-me de ir ao chão. Fora tão ímpeto que franzi a testa procurando um motivo.

─ Estou me sentindo enjoada. Lina. Oh! Meu Deus!

Meu descanso a noite foi tranquilo e até acordei disposta para o que viesse, mas após o desjejum que o mal-estar se fincou. Já corria um bom tempo que minha saúde mostrava-se fragilizada, seja por uma mudança no tempo ou qualquer alimento forte demais. Mas nunca um enjoo tão intenso.

─ Quer que eu vá preparar um chá? Pode ser alguma peste que tenha chegado na cidade.

Nas dores que eu estava sentindo, duvidei que um chá simples realizasse um milagre. Parecia queimar de dentro para fora e minha cabeça latejava de um lado para o outro. Não ousei levantar, pois, poderia cair sobre minhas pernas.

─ Pode ir, mas não sei se passará. Comecei a sentir isso hoje.

Lina ficou calada enquanto limpava a bagunça e ajoelhou-se em minha frente curiosa. Sua mão correu para meu rosto.

─ Será que a sinhá 'tá de barriga?

Minha boca abriu-se e a olhei desacreditada. Grávida? Se realmente tivesse um bebê ali, como contaria a minha família? Mais um neto que não veria os avós? Eu não sabia o que pensar sobre isso. Meu peito subia e descia descomedido. Fechei os olhos desejando estar deitada sobre uma cama macia.

─ Oh!? Santo Deus, ficaria louca se estiver. Mal consigo lidar com Yan. Estamos em um momento tão complicado, como contarei a meu marido? Ah! O que estou pensando? Nem deve ser isso...

─ Pedirei 'pro médico da cidade vir.

Ela retirou-se do lavabo e fiquei sentada no chão até seu retorno. Puxei o cinto do vestido que, mesmo sendo confortável, ainda pressionava meu estômago sensível.

─ Tudo bem.

Minhas mãos correram para o ventre plano e suspirei angustiada. Talvez fosse uma benção para acalmar aquela tempestade ou piorar. Um tempo depois, a criada apareceu seguida pelo mesmo médico que me relatou da existência de Yan.

─ Bom dia, senhora Min.

─ Olá de novo, doutor. Desta vez, não terá ameaças para o senhor.

Lembrei-me do trabalho que dei quando veio para dar-nos a notícia de Yan. Fiquei envergonhada. O homem fez-me as mesmas perguntas e checou meus batimentos e visão. Lina olhava-nos aficionada por notícias, mesmo já tendo seus remates.

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