CONCLUÍDO
Em 1884, Min Yoongi chega ao Brasil e, depois de estabelecido nas terras maranhenses do nordeste, aceita se casar com a filha de seu novo parceiro comercial, Eilen Almeida.
Problemas financeiros, familiares e pessoais vão se colidir com o...
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Yoongi
⊱✿⊰
Junho, 1887
Tudo parecia se virar contra minha existência e a vontade insana de me perder entre as matas daquele lugar para nunca ver pessoas outra vez foi forte. Já estava abeirando as encostas da minha amizade com o Jung.
Com as ameaças do fim da parceria com Alencar e a inveja cada vez mais crescente de produtores rivais deixou-me no pico de um estresse absurdo. Refleti que apenas um último âmbito restava a ser atingido, meu casamento.
─ Eilen está no quarto, Nubi?
O sol já havia se posto a horas atrás e mais uma vez, eu perdia o jantar com minha esposa.
─ Sim, patrão, Lina já deixou a sinhá sozinha.
Se as coisas estivessem bem, nós estaríamos na biblioteca juntos enquanto eu acompanhava sua leitura treinada da semana.
─ Tudo bem, pode ir. Boa noite.
─ Boa.
Subi as escadas ouvindo apenas a madeira soar a cada passo dado. Não tinha barulhos e boa parte da iluminação estava apagada. Eilen não adormecia tão cedo e imaginei que ela estivesse desperta ainda esperando-me.
Atravessei o longo corredor entrando no quarto e minha esposa recostava sobre a cabeceira da cama olhando a paisagem através da sacada. Estávamos no verão e os ventos fortes faziam barulhos altos do lado de fora.
─ Achei que já estivesse dormindo.
Seus cabelos permaneciam presos e as bolsas escuras sob os olhos marcavam o rosto cansado.
─ Você está chegando cada vez mais tarde. Como quer que eu durma em paz?
Sentou sobre os joelhos encarando-me e sentei na poltrona removendo as botas e a camisa. Olhei a pêndula vendo as horas altas marcarem o momento.
─ Sabe que preciso trabalhar.
Levantou inquieta e passou a me seguir em cada direção que tomava. Mesmo não querendo, fui rude ao tentar afastá-la. Retirei as roupas do corpo querendo apenas um banho para conseguir relaxar.
─ Seus inimigos ficam maiores a cada dia e quer que eu fique em paz com isso? Como acha que me sinto todas as vezes que vejo-o sendo ameaçado? Corro o risco de ficar viúva todos os dias!
Eilen não costumava falar-me alto, mas o seu langor cegou-lhe o recato. Mergulhei na tina d'água sendo ainda observado.
─ Estou cansado, Eilen. Pode me deixar por agora? Prometo que amanhã conversaremos.
Minha cabeça já doía e cheguei a pensar em tomar álcool para apagar logo de uma vez. Seria mais fácil que tentar dormir racionalmente, ainda mais com os resmungos de Eilen.
