CONCLUÍDO
Em 1884, Min Yoongi chega ao Brasil e, depois de estabelecido nas terras maranhenses do nordeste, aceita se casar com a filha de seu novo parceiro comercial, Eilen Almeida.
Problemas financeiros, familiares e pessoais vão se colidir com o...
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Eilen
⊱✿⊰
Dezembro, 1887
Yan crescia e entendia boa parte das coisas que, um dia, pude omitir em sua inocência.
Mamãe insistia em mandar presentes para ele sempre com um cartão e veio nos visitar ensinando-o a chamá-la de avó. Doía ver aquela cena, pois era sempre longe dos ouvidos de meu marido. Caso ele soubesse, não perdoaria facilmente.
Naquela manhã, levara-o para o jardim quando Joane nos surpreendeu com uma visita. Com brinquedos e doces, ela conquistou a atenção do garoto dificultando fazê-lo entender que ela deveria partir.
Ele chorou até adormecer em meu colo e quando senti os braços formigarem em agonia, decidi que já era hora de voltar para dentro da mansão.
─ Lina, peça a babá para levá-lo ao quarto. Ele já está cansado.
Um rosto a mais apareceu próximo à janela e reconheci a criada de Yoongi observando-nos. Mesmo sendo sua senhora, Nubi era leal ao seu senhor. Provável que deixasse escapar algo.
─ Sim, sinhá.
Lina pegou meu filho e retirou-se do lugar. Atravessei as portas chegando ao corredor que Nubi permanecia encolhida. Olhei para a criada pessoal do meu marido acenando para que se aproximasse. Não precisava de mais problemas do que já tinha.
─ Nubi? Nenhuma palavra sobre. Conversarei com meu marido ainda hoje.
Ela ficou temerosa e irritou-me sua lealdade cega para com ele.
─ O patrão 'tá com muita raiva do senhor Almeida.
Um fato que eu e toda a Alcântara já sabíamos.
─ Sei, isso que me preocupa.
Refletia sobre até onde os desencontros de opiniões entre os dois poderia levar nossa família a desunião. Continuei por mais tempo até aproximar-se o momento da refeição. Desde cedo, não encontrava o Min, mas esperava que ele estivesse presente.
⊱✿⊰
─ Como foi hoje?
Virei quando o ouvi entrar no quarto.
Tomava um pouco de ar na sacada enquanto o esperava. Tentava decidir as palavras certas para convencê-lo, mas nem eu mesma estava realmente segura daquela decisão. Mesmo querendo concordar com meu marido, eles ainda eram meus pais, claro que agiram errado, mas tinham o meu sangue.
Não fazia muito tempo desde que nos perdoamos da última discussão, mas já parecia haver outra no encalço.
─ Consegui transportar algumas mercadorias para a capital e outras cidades. Está dando para continuar.
