03 | cuidado

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Estava escuro quando Tate decidiu voltar para casa, ele tentou não fazer barulho, mas era como se sua mãe usasse o sexto sentido da casa em seu favor

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Estava escuro quando Tate decidiu voltar para casa, ele tentou não fazer barulho, mas era como se sua mãe usasse o sexto sentido da casa em seu favor.

Ela estava bem vestida como sempre, com uma grande tigela vazia em mãos, barrando-o na porta da frente.

— Onde é que você esteve? — Constance perguntou entredentes.

Tate lhe lançou um olhar arisco apenas e tentou desviar dela, mas ela agarrou seu braço antes que ele subisse o primeiro degrau da escada.

— Não seja infantil! Tivemos visita das novas vizinhas ainda agora, como me envergonha não saber responder onde meu próprio filho estava enfiado! O único apresentável é o mais descontrolado!

Tate livrou seu braço bruscamente.

— Único filho apresentável — ele repetiu com raiva — você não se importa com porra nenhuma a não ser se exibir para os outros, mostrar o que não tem! Nós não somos e nunca vamos ser uma família, então para de me cobrar como se eu tivesse a mínima obrigação de ser apresentável, não é problema meu se você é uma vadia fracassada! — ele gritou, cego de ódio.

Levou um tapa forte no rosto que o fez voltar a si depressa. Sua bochecha ardeu e ele recuou um passo, olhando para o chão.

— É melhor tomar cuidado com o que fala, menino — Constance tremia, o olhando furiosa. — Eu faço o que é necessário para manter essa família inteira, se você soubesse do quanto eu te poupei! Não seria tão ingrato!

— Talvez não tenha poupado o suficiente — Tate praticamente rosnou e correu escadas acima.

Não se perguntou nem por um segundo sobre as novas vizinhas, se jogou na cama cobrindo a cabeça até o topo. A sua raiva ficava mais indomável quando estava em casa, os demônios queriam ele, todo ele.

Talvez não restasse nada para ser salvo naquele garoto. Talvez já fosse tarde demais.

[...]

Alex ajeitou os seus desenhos na parede de seu quarto, já era tarde e ela estava cheia da torta de frango da vizinha, foi um dia agitado. Estava mais contente do que o esperado.

— Querida? — a sua mãe chamou.

— Sim? — Alex se virou para encará-la, a sua mãe era uma cópia sua mais velha, os cabelos um pouco maiores batendo na altura do quadril, mais corpulenta e com mais rugas ao redor dos olhos.

— Precisa de ajuda?

— Não, já acabei — ela sorriu para a mãe.

— Alex, se incomoda de ir sozinha para a escola amanhã? — ela perguntou. Alex deu de ombros.

— Não, tudo bem, por quê?

— Vou sair mais cedo para procurar emprego, então vai ter que ir de ônibus. Fique assim pelo menos até eu comprar seu carro.

HELL BOY, Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora