17 | sonho lúcido

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Alex abriu os olhos de repente, como se tivesse acabado de sair do fundo d'água, e olhou assustada ao redor

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Alex abriu os olhos de repente, como se tivesse acabado de sair do fundo d'água, e olhou assustada ao redor. Eram coisas demais para processar.

Estava no porão, descalça, vestindo apenas calcinha e uma blusa de Tate que lhe cobria pouca coisa, mas isso não era o que assustava. Ela segurava uma faca com as duas mãos e apontava a lâmina para sua barriga, viu que alguém segurava seu pulso, a impedindo de continuar aquele ato, a figura torta e maltrapilha mantinha a cabeça baixa e respirava com dificuldade. Alex obedeceu, sentindo-se perdida, a cada comando silencioso que o homem ajoelhado lhe fazia. Não era como da última fez que ela esteve ali, ela não sentia-se péssima com aquela presença, o que a fez pensar.

— Beau? — ela indagou baixinho. Beau manteve a cabeça baixa pegando a faca das mãos da garota e recuando para a sombra com ela. Alex insistiria em chamá-lo, no entanto, odiava aquele porão e recuou de costas, subindo a escada com dificuldade já que não via por onde ia. Conseguiu sair sem mais complicações.

Não tinha ideia de como havia parado ali e ao fechar a porta, ficou a encarando com nervosismo por um bom tempo enquanto suas mãos tremiam com um pressentimento péssimo. Estava escuro do lado de fora, ela tinha que ir para casa agora. No momento que se virou para sair dali, se deparou com Larry a encarando, ele não parecia ser capaz de tirar os olhos das pernas dela.

Alex recuou tentando baixar a blusa de Tate, querendo se esconder de um monstro diferente.

O jeito que Larry encarou seu corpo a deixou nauseada.

— O que estava fazendo lá embaixo, menina? — ele pergunta, se aproximando deixando Alex agitada e arisca, ela desejava ainda ter aquela faca.

— Eu... — ela deixou a voz morrer, o que falaria afinal? Não se lembrava. Larry deu mais dois passos na direção dela, fazendo-a se encolher contra a parede, estava a menos de um metro de distância.

— Precisa que eu a ajude?

Não chega perto de mim — ela disse entredentes, fazendo com que Larry finalmente a olhasse nos olhos. Alguma perversidade monstruosa brilhou no rosto do homem.

Os dois ouviram os passos pesados de Tate correndo as escadas, e Larry recuou um passo largo quando o loiro apareceu olhando ao redor, vestindo apenas uma calça moletom preta.

— Alex — ele chamou em voz alta antes de encontrar a mesma no segundo seguinte, prensada contra a porta dos fundos, a raiva dominou o corpo de Tate quando ele viu a proximidade de Larry da garota que te olhava como se pedisse ajuda. Rapidamente foi se meter entre os dois, escondendo Alex atrás de si, ele empurrou Larry com uma mão. — O que é que estava acontecendo aqui? — Tate perguntou em tom firme. Alex viu a mudança de personalidade de Larry, de um predador para uma presa bem covarde, ele se encolheu, confuso.

— Nada, eu só a estava oferecendo ajuda. — Larry disse.

— Ninguém precisa de você aqui. — Tate rosnou, olhando o homem com ódio. — É melhor você sair da minha frente — alertou, não que se importasse em socar Larry na frente de Alex, mas se importava caso – ocasionalmente – perdesse o controle e o matasse na frente dela. O que era uma ideia inaceitável. Pelo menos na frente dela.

Larry recuou devagar e logo sumiu de vista, Tate se voltou para Alex a examinando.

— O que houve? O que aconteceu? Por que saiu da cama? Ele tocou em você? — Tate a bombardeou de perguntas.

— Eu vi Beau — foi a primeira coisa que conseguiu falar. — Acho que ele me salvou — franziu a testa, a memória lhe escapando. — E-eu não sei como vim parar aqui. Tate, eu preciso ir para casa, minha mãe já deve ter voltado.

Tate olhou para a porta do porão e examinou Alex de novo.

— Não está ferida? — ele insistiu.

— Eu estou bem. — Alex segurou os pulsos dele fazendo com quê ele a encarasse. — Está tudo bem. Mas eu preciso ir para casa.

Tate não se convenceu, mas concordou que ela deveria ir. Já estava tarde, o dia foi ótimo, mas era melhor não se acomodar demais. A casa estava silenciosa demais, Tate estava ficando com medo.

— Vem dormir comigo hoje a noite? — Alex perguntou com um sorriso torto. Tate sorriu de canto e assentiu.

— Vem aqui — ele a puxou para um beijo lento e molhado, ele queria que sua vida de resumisse a isso.

Tate vigiou todo o caminho de Alex como um cão de guarda, se visse ao menos a sombra de Larry, já atacaria.

Roubou mais uns beijos dela e disse que iria mais tarde quando sua mãe acabasse de lhe dar a bronca, Alex revirou os olhos já vestindo suas roupas e saiu depois de desejar boa noite a Adelaide.

Alex respirou fundo e acenou para Tate antes de entrar em casa, onde sua mãe lhe esperava na sala, sóbria e ainda zangada.

Tate suspirou e voltou correndo para o quarto, encarou a cama com um sorriso no rosto pelas memórias daquela tarde e se jogou na mesma fungando o cheiro de Alex. Daria uma hora antes de ver se a garota já estava longe da mãe, qualquer coisa esperaria no quarto dela.

Sua mente ficou nublada e desconexa, e ele logo caiu no sono.

Tate gemeu confuso e tateou a cama em busca da namorada querendo prende-la num abraço. Ao notar que ela não estava ali, ele se levantou depressa, preocupado.

As roupas dela ainda estavam jogadas no seu chão. Ela não tinha ido embora seminua.

Ele foi até sua porta e estranhou o fato de ela ainda estar trancada, mas logo se esqueceu disso quando o medo de que alguma coisa a tivesse pego, cresceu.

— Alex! — chamou, verificou cada quarto do segundo andar com o olhar nervoso. Ele foi até o sótão e assim que pisou lá soube que ela só podia estar em um lugar. Desceu as escadas correndo e virou para a direita para ir na direção do porão.

O que viu o fez vibrar de cima a baixo em puro ódio. Alex estava prensada contra a porta dos fundos, claramente desconfortável e com medo, e Larry mexia com ela tentando levantar sua blusa. Ela chorava pedindo para ele se afastar.

Tate foi até os dois rapidamente e socou Larry contra a parede. Aquele ratinho miserável já havia usado demais de sua paciência. Tate o enforcou e o socou com a mão livre.

— Não toca nela! — vociferou, socando o mais velho. — NÃO CHEGA PERTO DELA! — Alex o puxou para trás agoniada.

— Tudo bem, tudo bem! — Alex falava trêmula. — Tate, eu tenho que ir para casa, por favor, eu tenho que ir — ela dizia. Tate ficou parado no lugar por um momento, queria muito acabar com tudo agora mesmo, mas algo o fez pensar melhor, não queria deixar Alex mais agitada tampouco assustada. Largou Larry de qualquer jeito e puxou a garota consigo de volta para o quarto. Ela se controlou melhor apesar de as mãos ainda tremerem. Tate a vigiou como um cão de guarda enquanto ela se vestia  — Está tudo bem — ela insistiu sem o olhar, Tate não falou uma palavra. — É sério, Tate — ela o encarou — Não aconteceu nada.

Tate não se convenceu, mas assentiu, estava na hora de ela ir embora. Ele estava mais decidido que nunca.

— Eu tenho que ir, minha mãe já deve ter voltado — Alex disse novamente. Tate a acompanhou até a saída, sua mente estava clara como água cristalina — Você vai ficar bem? — Alex hesitou a porta.

— Você está bem? — ele perguntou segurando o rosto dela.

— Se você estiver — ela rebateu, o encarando séria. Tate não respondeu, apenas a roubou um beijo de despedida e a assistiu voltar para casa.

Voltou para o quarto calmamente e se deitou na cama de barriga para cima. As coisas ficaram confusas, duas memórias parecidas o deixaram perdido. As vozes voltaram com vontade agora, lhe instruindo, lhe lembrando de que ele devia proteger Alex a todo custo.

Larry a tocou, Larry a fez chorar, Larry, mate Larry, vingue-se de uma vez..

Mate todos eles, Alex têm que ficar segura.

Ela é nossa agora. Proteja ela.

Não fazia ideia do que era real, mas seguiria pelo pior caminho.

HELL BOY, Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora