14 | não o suficiente

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Ele contou tudo

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Ele contou tudo. De maneira desorganizada e cheia de interrupções. Contou sobre a casa, sobre os assombros, sobre sua mãe — aquela vaca desgraçada — sobre seu irmão, sobre seus pesadelos, sobre como se sentia perdido as vezes e como ficava assustado.

Alex ouviu tudo sem dar um pio e enquanto o loiro cuidava da ferida em seu ombro ela foi parando de tremer. Estava fascinada e completamente perdida. Havia acabado de ser arremessada contra a parede por um coisa que não soube identificar, mas sabia que ainda que não tivesse acontecido isso, não duvidaria de Tate nem por um momento.

Sempre teve certo fascínio por coisas do tipo, sempre havia se perguntado o que poderia haver após a morte, e apesar de não ser religiosa nem nada, sabia que não estamos sozinhos.

Poderia ser loucura, mas pensando com mais calma ela também sentiu certa atração pela casa. Voltaria lá, estava decidida. Só teria de tomar cuidado de não se encontrar com aquele monstro de novo. Tate mesmo, disse que nem todos eram ruins, e no fim, ela poderia sim conhecer o irmão dele. Como não se encantar com isso!?

Imortalidade, é uma coisa infernal com certeza, e Beau não merecia passar por isso, preso num lugar tão problemático, Tate teve que se interromper mais de uma vez e desviar o rosto para não chorar, estava irritado também com a clara vulnerabilidade que Alex o expunha, lhe fazendo se sentir seguro.

Era horrível o tanto que ele gostava dela, rendido e agora completamente exposto. Parte de si estava apavorada com o futuro, com o que a casa queria, mas esses pensamentos pessimistas foram ignorados, o loiro ficou cego pela vontade de contar tudo a ela, e ainda ficar contente em não receber nenhum olhar crítico.

Amava tanto ela, ainda mais por ver que não a merecia.

Os dois estavam no banheiro dela, Alex sentada na pia enquanto Tate cuidava do machucado em seu ombro.

— E agora eu espero que você fale algo — Tate limpou a garganta, terminando o curativo e deixando Alex ajeitar a blusa. — Sei lá, me diga que é loucura demais, que você vai se afastar — ele a olhou, corroendo-se de nervosismo, havia evitado mencionar aqueles pesadelos em que ela aparecia morta nos braços de seu assassino, com nojo de que aquele assassino era ele. — Está com medo?

Alex suspirou e hesitou, pensando.

— Eu fiquei com medo... mas agora que você está aqui comigo, eu sei que tá tudo bem — ela admitiu, massageando o ombro, não tinha visto muito, o que era ótimo, seu terror bastava ser sonoro.

Tate fechou os olhos, cruzou os braços e balançou a cabeça fazendo careta.

— Não... Não faz isso — ele pediu murmurando. — Eu não devia... eu não queria que você conhecesse nada assim, você não merece isso...

— Pare de falar isso, Tate. — Alex o interrompeu segurando seu braço. — Você precisa parar de agir assim, como se eu fosse pura e devesse ser protegida do mundo... O mundo é uma merda, a última coisa que eu quero é fantasiar sobre ele.

HELL BOY, Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora