04 | sempre ele

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Havia se passado duas semanas, e Alex e Tate logo se tornaram inseparáveis

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Havia se passado duas semanas, e Alex e Tate logo se tornaram inseparáveis. Sempre fugindo juntos dos valentões do time de basquete após fazer alguma gracinha com os mesmos. Não eram pegos por pouco.

— Porra, você tropeça muito — Alex empurrou o loiro para o lado, rindo e bagunçando os cabelos dele quando eles já estavam em segurança.

— Cala a boca, você que fica tentando me derrubar — ele a beliscava, sorridente. Seu humor melhorava muito quando estava com ela. Era viciante o quanto ela o fazia rir à toa. Tate não sabia o que era ser feliz havia tempos.

— Você está me devendo um tuor pelo seu lugar especial, se lembra? — ela cobrou, de repente, quando eles voltavam andando para casa em silêncio.

— Eu já teria te levado, se você conseguisse escapar da sua mãe — ele rebateu, vivia enfurnado no quarto da garota, se escondendo embaixo da cama ou dentro do closet toda vez que ouviam a mãe dela chegando. Alex fez careta.

— Ela só precisa arranjar um emprego, aí vai passar o dia todo fora — Alex sorriu sugestiva para o garoto.

— Ainda não entendo por que você finge que mal me conhecer quando nos vemos na rua e você está com ela. Não facilitaria as coisas ela saber que é comigo que você está andando?

— Muito provavelmente — Alex fez careta. — Eu estou adiando porque não quero que ela te olhe diferente tão cedo e fique me provocando...

— Diferente? — Tate repetiu, sem poder impedir a mágoa. Tivera tanto cuidado nos últimos dias para que ela não reparasse quão diferente ele era. — Como ela te provocaria comigo?

— Ela acha que todo garoto que eu ando quer me usar e, sei lá, ficar comigo pra nada — Alex deu de ombros olhando para o chão e mordendo o lábio, envergonhada. — E eu sei que você não é assim. Sei que não me usaria.

— Como? — ele sorriu a encarando. Ela tomou coragem de o encarar enfim e sorriu sincera.

— Porque você é uma boa pessoa — ela disse como se fosse óbvio, Tate parou de andar fazendo-a o imitar, ele piscou várias vezes, confuso.

— Você acha? — ele a olhou querendo acreditar, nunca tinham lhe dito isso. Alex foi para sua frente.

— Eu sei que é — ela falou com firmeza, Tate ficou sério por um momento e encarou o chão.

A vida toda os fantasmas lhe sussurraram que ele era um demônio, que ele era fraco, um merdinha, um ninguém, assim como a mãe dele. A vida toda. Aquilo significava muito para ele, ele estava quase acreditando que o que sua mãe e os demônios diziam era verdade.

— Tate — Alex chamou, diminuindo a distância entre eles ainda mais. — Eu falei alguma coisa? — quis saber, preocupada.

— Ninguém nunca tinha me dito isso — ele admitiu num sussurro, perdendo-se no olhar dela, sempre bondosa, ele queria ser como ela, à altura, queria que ela gostasse dele... mas ela não merecia tê-lo por perto, porque assim ficaria mais perto também de sua casa. Ele não queria que ela passasse um momento sequer ali. Ele baixou o olhar pro chão de novo, envergonhado pelo egoísmo. Não previu o movimento dela.

HELL BOY, Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora