Capítulo 4

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Espero que gostem, se divirtam e tenham uma boa leitura!

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"O meu lado secreto
Eu nunca deixarei você ver
Eu o mantenho preso, mas não consigo controlá-lo
Então fique longe de mim
A fera é horrenda
Eu sinto a raiva e eu não consigo aguentar isso" – Monster (Skillet).


Europa  Itália  Veneza.

Autora.      

 No pequeno e improvisado jardim, havia uma garota, dona de um longo e bonito cabelo de fios acastanhados, presos em um rabo de cavalo com algumas mexas propositalmente soltas, as quais hora ou outra caiam por seu rosto, dando-a uma aparência mais doce, como se fosse o desabrochar de uma delicada flor de cerejeira; a pele era clara, macia como algodão, isenta de falhas ou imperfeições; a expressão de plenitude e serenidade transmitida pelas feições de seu rosto ainda em desenvolvimento, causava uma sensação de tranquilidade e admiração em qualquer pessoa que olhasse para ela, a mandíbula marcada, o arco do cupido que formava seus carnudos lábios róseos, pareciam terem sido desenhados por algum pintor renascentista, os longos e curvados cílios davam a ela um ar de inocência, principalmente quando eles encostavam um pouco acima de sua pálpebra, suas sobrancelhas castanhas eram finas e bem-feitas, a jovem era bela. Incrivelmente bela. Porém, o que chamavam bastante atenção das pessoas que a conheciam, além de sua aparência estonteante, era uma pequena e sutil tatuagem, localizada um pouco acima do espaço entre suas sobrancelhas, era uma delicada flor de lótus da cor vermelha e com suas adoráveis pétalas abertas, a tatuagem possuía um tamanho bem pequeno, não chegava a medir três centímetros. 

Naquele exato momento, a jovem encontrava-se sentada em cima de seus joelhos, com ambas suas mãos em seu colo, sua mão direita sobre a esquerda e seu polegar esquerdo em cima do direito, formando assim uma espécie de círculo, estava daquele jeito a mais de uma hora e não apresentava sinal algum de cansaço ou desconforto, também não havia se mexido um centímetro se quer, ela era como uma estátua viva, que apenas inspirava e expirava, nada habitava sua cabeça naquele momento, pois já havia esvaziado-se de pensamentos frívolos e superficiais, focando apenas no expandir e retrair de seu peito, do ar entrado por seu nariz e enchendo seus pulmões, para só então ser liberado lentamente, sentindo seus músculos tensos soltarem um grito de alívio e relaxarem, quase momentaneamente, até mesmo os sons externos foram abafados, tornando possível escutar apenas os batimentos ritmados de seu coração. Foi por estar tão presa naquela imersão, que nem ao menos notou que era observada. 

Debruçando-se sobre o parapeito da varanda e levando a xícara de café até seus lábios, para que pudesse degustar do sabor amargo do café, sentiu o líquido quente desceu por sua garganta, fazendo um arrepio gostoso subir por seu corpo, espalhando a cafeína por suas veias e a tornando mais ativa, renovando seu ânimo e vigor. Era um domingo típico e por sorte, havia recebido uma folga no trabalho naquele dia, sua única expectativa naquele fim de semana era descansar e relaxar, mas isso era apenas a teoria, sempre fora uma pessoa inquieta e hiperativa, não conseguia ficar parada em algum lugar por muito tempo, sempre procurava algo novo para fazer e naquele momento, bebendo o último gole de seu café, ela admirou a garota de cabelos castanhos, pois sua força de vontade e determinação era absurda, talvez fosse sua melhor qualidade, porque quando colocava algo em sua cabeça, era mais fácil fazer os porcos voarem do que ela mudar de ideia, afinal, foi assim que ela começou a meditar, ter um tempo para si. A sensação nostálgica brotou em seu peito, fazendo um pequeno, mas singelo sorriso brotar em seus lábios, lembrou-se de quando a jovem completou dez anos e decidiu que teria algumas horas para ela, para que meditasse ou que fizesse algo sozinha, claro, havia sido influenciada por um médico da época e por alguns desenhos japoneses ao qual gostava, mas o que era uma fase tornou-se uma rotina, rotina essa que ela seguia arrisca todos os dias e sem falta, e caso ocorresse alguma coisa que a impedia de segui-la, ela auto se punia, ficando de jejum por dois dias inteiros. Suspirou e encarou sua filha, quando as punições que ela mesma impunha sobre si começavam, Croix e ela ficavam preocupadas, tentavam fazê-la comer algo, mas era teimosa, irritantemente teimosa e negava qualquer tipo de alimento ou suco, a única coisa que ela ingeria era água e nada além disso, com o tempo, Croix e ela se acostumaram, mas a preocupação ainda persistia e elas sempre sondavam a jovem garota de olhos vermelhos.

The Lost Alpha! - (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora