“Eu sou a lei
Eu sou a lei
Eu sou a fuga, salvação
A mãe das mentiras
Eu sou a maça, o mapa
A queda, o alto
Eu sou o criador do caos
A ordem da vida
Eu sou a dor, o ceifeiro
Uma estrutura de mentiras" – Reach (The Law).
Segunda-feira, dia 11 de outubro de 2840.
Europa – Itália – Veneza.
Narrador.
Sentado no sofá de sua casa, encarava um ponto aleatório do cômodo, roendo o que restou de sua unha, enquanto sua perna esquerda subia e descia ininterruptamente, sua mente trabalhava a mil por hora, fazia um tempo considerável desde que chegou da escola e mesmo assim, a ansiedade não foi embora, ao contrário, apenas se intensificou, esperava que pudesse encontra-la naquele mesmo dia, mas o quão surpreendente foi quando ele não a avistou no meio daquele aglomerado de alunos? Aquilo sim era preocupante, Atsuko nunca havia faltado as aulas, principalmente sendo líder do Grêmio e Capitão do time de natação do Setor Beta, se antes isso já era motivo o suficiente para ele ser constantemente assediado por alguns estudantes, agora que o nome da Meridies corria solto pelos vários sites de Notícias da região, do país e até mesmo de alguns outros países, o assédio redobrou de tamanho, principalmente pelo fato do seu sumiço repentino, agora ele entendia o motivo da garota fugir deles como o diabo foge da cruz, era extremamente irritante e estressante, não conseguia entender como os famosos lidavam com toda aquela atenção e perseguição, começava até a repensar se valia mesmo a pena se tornar um pintor famoso, não saberia dizer, mas tudo indicava que não.
– Está tudo bem? – Assustou-se com a voz repentina. – Desculpa!– Ah, é você, Mario... – Suspirou aliviado e encarou seu irmão. Mario Rossi, era a cópia fiel de seu pai, Louis Rossi, cabelos loiros, pele clara, sardas ao redor do nariz e um belíssimo par de olhos verdes, Mario era dois anos mais novo que Anthonny, ou seja, ele tinha 15 anos. – Não, não precisa se desculpar, está tudo bem... – Ele sorriu e bagunçou os fios de cabelo loiro de seu irmão.
– Pare com isso! – O menino pediu. – Eu demorei muito para arruma-lo. – Bufou. – Enfim, o que te aconteceu?
– Akko. – Mario rolou os olhos já prevendo o final daquela conversa e com tedio estampado em sua face angelical, se jogou no sofá.
– O que houve dessa vez?
– Ela não foi para a aula.
– E o qual o problema? Isso é normal.
– Não, não é! – Levantou-se bruscamente do sofá. – Ela nunca faltou a uma aula se quer! – Começou a andar de um lado para o outro.
– Vai ver ela só está doente... – Mario sugeriu, enquanto brincava com alguns fios soltos da almofada.
– Pensei nisso também, mas Akko nunca ficou doente! Nunca pegou nem uma gripe!
– Por que você não vai falar com ela? – Anthonny parou de andar imediatamente quando escutou a proposta. – Faz três semanas que vocês não se veem e ninguém aqui em casa te aguenta mais, até os gêmeos estão irritados com esse drama.
– Você é um gênio! – Beijou rapidamente a testa do irmão, pegou seu celular e seu moletom em cima do sofá e correu para fora, deixando Mario completamente confuso para trás.
Não era como se Anthonny já não tivesse pensado em ir falar com a Meridies, mas seu orgulho não o permitia se aproximar, ele queria que ela corresse atrás, pelo menos, dessa vez, mas mesmo distante, ele nunca deixou de olha-la e o que via não era bom, a cada dia que se passava, Thonny via a bomba relógio que Atsuko estava se tornando e como toda bomba, uma hora ela iria explodir e não seria bonito, esperava que estivesse ao lado dela, para que pudesse ajudá-la a se reerguer, entretanto, como ajudar alguém que não quer e não reconhece que precisa de ajuda? O garoto optou por dar a ela espaço e tempo para que ela percebesse o buraco em que estava se enfiando, porém, aquela criatura surgiu na vida da garota e a sua esperança dela perceber o erro que estava cometendo, morreu, não gostava daquela recente amizade, mas ele não podia fazer nada a respeito, reconhecia que depois de Olívia, Atsuko estava um pouco mais radiante, talvez pelo sentimento do novo e desconhecido, não fazia muita diferença, ele só esperava que Atsuko não se machucasse ou que corresse algum perigo. O garoto respirou fundo e apressou seu passo mais um pouco, não estava indo diretamente para a casa das Meridies, antes disso, precisava conversar com aquela criatura irritante, precisava ter certeza de que ela não sabia onde a jovem, entretanto, quanto mais adentrava o subúrbio da cidade, mais incomodado se sentia, aquele era um bairro perigoso e vir sozinho nunca era uma boa ideia, mas não tinha outra opção, tinha? Não, ele não possuía.
Thonny não deveria estar ali, tudo dentro de si pedia para que desse meia volta e fosse para casa, mas não podia fazer isso, estava preocupado e por mais que odiasse admitir, ela era a única pessoa que talvez poderia saber o paradeiro de Atsuko, possuía 99% de certeza que ela estaria em casa, junto com suas mães, mas aquele 1% de incerteza era o que perturbava-o, então ele só foi em frente, em frente e em frente, sabia onde Olívia morava pois já havia vindo aqui com Atsuko, já que ela queria que seus dois melhores amigos se dessem bem, uma péssima ideia, Olívia era dissimulada, irritante e insuportável, isso claro, na visão do garoto, na visão da jovem, ela o via como um inseto, indigno de atenção e talvez fosse a sua indiferença para com o garoto que o deixava extremamente irritado, por isso, a evitava sempre que podia e ela constantemente ia até ele apenas para o irritar, admitia para si mesma que aquilo era muito satisfatório, causava-lhe inúmeras gargalhadas, pois a cara enfezada do garoto era extremamente cômica, entretanto, vejam como a vida é irônica, não era ela que foi ao seu encontro hoje e sim ele; foi aquela constatação que amargou fortemente sua boca e Anthonny podia jurar que quase vomitou sangue, sua aversão para com a jovem era irracional, mas não procurava ser racional, não quando o assunto era ela.
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The Lost Alpha! - (Hiatus)
Hayran Kurgu"Como posso eu, sentir falta de algo que nunca foi meu? Como posso eu, pensar no vazio sem fim, que habita dentro de mim? Como posso eu, gostar sem nunca ter gostado? Me diga, como posso eu, amar sem nunca ter amado?" (Aviso 1: Ômegaverse. Aviso 2...