Capítulo 5

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Espero que gostem, tenham uma boa leitura e se divirtam!

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"Você diz que precisa de mim depois você vai e me derruba
Mas espere
Você diz que está arrependida
Não pensou que eu daria a volta por cima e diria:

Que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais" – Apologize (One Repúblic)


Europa – Itália – Veneza.

Autora.

Sentada em uma pequena sacada do quarto de um hotel luxuoso, ela bebia tranquilamente seu café sem açúcar, amargo e forte do jeitinho que gostava, esperava que aquele dia fosse bom, fosse satisfatório, mas era domingo e ela não gostava dos domingos, para falar a verdade, ela os odiava e não importava o quão bom e bonito ele estava naquele dia, ela o odiava. Levou a xícara de café até seus lábios e bebeu o último gole do líquido amargo; sempre ouviu das pessoas no geral que as segundas-feiras eram os dias mais chatos e  mais odiosos da semana, mas ela discordava, adorava as segundas-feiras, adorava poder acordar e ir para escola, ficando o máximo possível longe de sua casa, adorava segundas-feiras, pois era quando voltava a trabalhar e ela não tinha espaço para pensar em outra coisa além de seu trabalho, ela adorava as segundas-feiras pois elas a impediam de pensar no passado. 

Constantine odiava domingos, pois eles a faziam lembrar-se da hipocrisia de sua família, ela odiava os domingos pois lembrava de sua infância, quando era praticamente arrastada até uma igreja e ela tinha que fingir ser a filha perfeita do pastor. Odiava os domingos pois ela recordava-se de quando sua mãe lhe obrigava a usar roupas que não gostava e se sentia desconfortável, a obrigava a usar maquiagem e bijuterias, ela odiava os domingos pois quando chegavam em casa, as máscaras caiam, a jaula era aberta e os monstros eram libertos, ela odiava aquele dia, pois escutava constantemente as brigas de seus pais, o motivo? Ela acreditava que nem mesmo eles sabiam. Constantine realmente odiava ter que ficar três horas sentada, apenas escutando seu pai gritar lá de cima do altar, o louvor até que era legal, ela admitia, mas o culto de jovens? Aquilo não era para ela, pois não se encaixava, se sentia um peixe fora d’ água, uma espectadora, então ela sempre arranjava uma desculpa para não comparecer, mas quase nunca dava certo.

Soltou um suspiro e encarou a cidade do lugar em que estava, observou aquelas pessoas indo e voltando, para onde iriam? De onde vieram? O que iriam fazer? Era curioso pensar sobre elas, sobre aquelas pessoas que por mais que você tenha visto-as, você não irá vê-las novamente, muito menos ira esbarrar nelas eventualmente. Constantine odiava os domingos pois sentia-se culpada, culpada por não se encaixar, culpada por não conseguir sentir, ela odiava os domingos pois seus ideais e suas crenças, não batiam com aquilo que era pregado, algumas até que se enquadravam, mas outras? Ela acreditava que apenas não havia pegado fogo por causa da graça divina. Ela não gostava dos domingos, não gostava do falso clima alegre que ele trazia, não gostava dos domingos pois eles lembravam-lhe sobre sua quebradiça família, domingos eram ruins, nunca bons e saber disso a deixava irritada. Ergueu a manga de seu paletó e olhou as horas no seu relógio de pulso, era 12:35 e estava quase na hora de irem, levantou-se da cadeira e andou até seu quarto, suas coisas já estavam arrumadas e separadas, tudo em perfeito estado, agora é só ir no quarto ao lado e estariam prontos para irem embora, e foi o que ela fez, pegou suas coisas e foi ao quarto 204, bateu na porta, nada, bateu novamente, nada, bateu uma terceira vez, dessa vez com mais força devido a sua irritação.

– Já vai! Já vai! – Escutou a voz gritar de lá de dentro. – Nossa, que estresse! – A porta foi aberta, revelando um homem negro e com cara de sono, parecia que havia acabado de acordar.

The Lost Alpha! - (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora