04. See You Again

4.9K 448 1.4K
                                    

Você teve a oportunidade de se livrar de mim, eu não iria atrás de você.

Sacudi as cordas fazendo o cavalo correr um pouco mais rápido, a brisa do vento batia contra o meu rosto, meus cabelos eram balançados e jogados para trás, mantinha minha feição séria, eu queria mais e mais, olhei para o lado vendo o que era meu, tudo aquilo era meu, voltei a olhar para frente vendo que faltava pouco para chegar no final daquele penhasco, bati mais a corda, meu corpo todo era controlado pela adrenalina, um barulho baixo de cavalo atrás de mim surgiu, olhei para o lado direito vendo Anastácia montada em um cavalo preto com manchas brancas, seu cabelo soltou sendo balançado pelo vento, usava um vestido branco longo, em seus lábios havia um sorriso aberto, seus olhos bateram com os meus, sorrir para a mesma, observei a fechar os olhos e joga a cabeça para trás aproveitando as tal sensações, em segundos ela já não estava mais alí.

— Mente traiçoeira. — Digo baixo, balancei a cabeça negativamente, olhando para frente.

No final do penhasco, puxei as cordas do cavalo para o lado com força fazendo suas patas da frente se a levantarem, segurei firme nas cordas para não cair para trás, olhei para aquela paisagem, o sol estava se pondo, céu alaranjado, montanhas espalhadas, um riacho lá em baixo, árvores enormes e gramados.

— HEY! — Gritei alto. — VOCÊ PODE ATÉ ESTAR LONGE DE MIM, MAS VOCÊ VIVE EM MIM. — Completei, fechei meus olhos aproveitando aquela sensação boa.

Podia ouvir os barulhos dos pássaros, o som das folhas das árvores balançando, as águas caindo naquele riacho, sentir a brisa do vento como se estivesse abraçando seu corpo. Abri meus olhos lentamente vendo o céu se escurecendo aos poucos, fiquei mais um pouco até ver o sol se pondo de vez, segurei as cordas apertando as mesmas, uma lágrima escorreu rapidamente pelo meu olho esquerdo, molhando minha bochecha, trinquei meu maxilar me mantendo firme para não desabafar.

Cresci ouvindo que eu nunca deveria me apaixonar, pois o amor era um caminho para a solidão e morte. Em nenhum momento acreditei que isso fosse possível, eu me apaixonar, mas eu paguei com a língua e me apaixonei por uma mulher que a conheci desde de pequena, nossos caminhos se cruzaram e deixaram marcas que ficarão para sempre, talvez nós duas fomos destinada uma a outra. Anastácia não foi apenas uma mulher para mim, foi tudo que eu poderia imaginar, foi a tal luz branca, foi meu tudo, me fez enxergar como era o outro lado da vida, me ajudou a analisar as coisas de maneiras diferentes, me ensinou a amar. Minhas implicâncias com ela, eu sentia falta, sinto falta de abri a porta da casa e ser recebida com ela pulando em cima de mim e dizendo que sentiu minha falta, ou das vezes que topei com ela encolhida no sofá dormindo me esperando, das vezes que fui dormir com ela, porque seus pesadelos não a deixava dormir. É verdade sim, todos nós sentimos falta de alguém mesmo negando. Eu ainda caminho pela estrada vaga esperando um sinal, mesmo que seja pequeno.

Em todo o meu tempo protegia ela, protegia de todos que tivesse intensões de machucá-la, briguei por ela, me machuquei por ela só para vê-la bem. Não é fácil superar alguém, nunca será fácil, principalmente quando se ama tanto que chega a ser dolorido, foi tão pouco tempo para esses sentimentos criassem, mas eles já existiam, só faltava ter certeza e quando eu tinha, Anastácia já não estava mais.

Chegando em casa, entrei o cavalo ao homem que cuidava dele, entrei na casa pela porta dos fundos. Desde que voltei para Los Angeles com Lucy, tenho evitado sair de perto dela, mas naquela tarde ela estava com a babá que recentemente começou a cuida da menor, nós morava do lado da floresta, um lugar vazio, era a casa que estava em construção, fazia questão de deixá-la como Ana sempre queria, a casa que nós morariam com nossos filhos. Assim que Lucy me viu entrando na sala, saiu correndo dos braços da babá para pular em cima de mim, agachei com os braços abertos, levantei com ela em meus braços, beijei suas bochechas, inalando seu cheiro doce.

The Prisoner II |G!P|Onde histórias criam vida. Descubra agora