É incrível como as pessoas vão embora e nunca mais voltam. A gente diz o tempo todo que não liga, mas na verdade é mentira, somos os primeiros a se importar, preocupar, chorar e saber o quanto isso é agoniante. Essa sensação voltou depois de anos, a primeira vez que senti isso foi no dia em que perdi minha mãe, e eu entendo perfeitamente o que eles estão passando.
Eu estava na sacada com Lucy em meus braços, eu a balançava lentamente em meus braços, pois Lucy estava cochilando com a cabeça encostada no meu ombro esquerdo. Em nenhum momento Billie tirava seus olhos da gente, ela estava dentro da casa com os outros, todos estavam desabilitados e abalados. Patrick se mantinha de cabeça abaixada ao lado de Billie, a mesma passava sua mão direita em suas costas tentando consolar, Maggie estava no outro lado da sala com Abigail que chorava feito desesperadamente.
— Mamãe, volta para mim, por favor — Chorei perto do caixão com as mãos encima das mãos da minha mãe, meu pai tentou me tirar de perto para que fechasse o caixão. — MAMÃE, VOCÊ ME PROMETEU.
— Filha, está na hora. — Disse, meu pai.
— Eu quero ficar com a mamãe. Eu quero ficar aqui — Entrei dentro do caixão e abracei o corpo da minha mãe como se minha vida dependesse desse abraço. — Mãe, acorde. Não me deixe sozinha. Eles querem me tirar de você, por favor, acorde. Isso dói. Dói saber que a senhora não vai estar mais aqui, não vai me ver crescer e não vai me ajudar quando eu estiver precisando. Deus, me leva também. Eu te suplico.
Meu pai me tirou dos braços gelados da minha mãe e me rodeou com os seus quentes, enxuguei todas minhas lágrimas enquanto olhava eles fecharem o caixão, e a única coisa que saía da minha boca era "Não, isso vai sufocar ela. Ela vai acordar". Meu pai então colocou minha cabeça encostada no seu peito, podia ouvir seu coração bater aceleradamente.
Senti uma mão na minha cintura, abri meus olhos lentamente e me surpreendi com Billie na minha frente, deixei que as lágrimas rolasse em meu rosto sem dó. Billie delicadamente passou sua mão em meu rosto limpando as lágrimas que rolavam sem parar, observei seu rosto se aproximar do meu e beijar minha testa, novamente fechei meus olhos tentando me controlar para não desabar naquele momento tão delicado.
— Me sinto tão exausta. — Olhei para o seu rosto sem algum tipo de reação, estava sereno.
— Por que não vai deitar? Deixa que eu fico com a Lucy, meu amor. — Billie pegou Lucy dos meus braços com cuidado para que a pequena não acordasse.
— Momento como esses, é melhor ficar todo mundo juntos. — Beijei seu ombro esquerdo.
Ficamos na sacada em silêncio, minha cabeça ficou encostada no seu ombro, tinha começado a chover, Matt apareceu, mas Harry não. Confesso que eu esperava a presença do meu irmão, fiquei desapontada com isso. Abracei a cintura de Billie e me permiti a chorar. Chorei pela morte da minha mãe, e pela morte do Andrew e por todas coisas que aconteceram com a gente.
— Amor, não chora, por favor. Tem certeza que não quer deitar? — Perguntou de novo, Billie.
— Não, está tudo bem. Eu quero ficar aqui. — Insisti.
— Eu te amo. — Umedeceu seus lábios lentamente enquanto encarava meu rosto, ela deixou seu braço esquerdo livre e levou sua mão até a minha que estava abaixada, seu indicador puxou meu médio e estrelassou os dois.
— Eu te amo. — Depositei um beijo na sua bochecha.
Finneas olhava nós duas de longe, já Cláudia estava de olhos fechados com a cabeça descansando no ombro esquerdo do ruivo. Eles iriam se casar semana que vem, mas resolveram deixar para o próximo mês e que respeitaria a morte do seu amigo.
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The Prisoner II |G!P|
Fiksi PenggemarApós o acontecimento, todos tiveram rumos diferentes em suas vidas. Quatro anos depois, Billie passou-se a ser uma pessoa fria e sombria, um ser totalmente manipuladora, contra tudo e todos, mas nunca deixou de se culpar pelo passado. Seus amigos de...