Eric Alves
Dias depois...
Sabe aqueles dias que você não está afim de fazer absolutamente nada?
Pois é, acordei assim hoje, mas parece que por alguma ironia do destino, meu pai resolveu que queria passar um tempo comigo, então levantei cedo, tomei banho, me arrumei, mas assim que sai do quarto para encontra-lo, vi Olívia subindo as escadas carregando um terno bem passado em um cabide e aquilo me assustou, pois pelo tamanho daquela roupa só podia ser para mim.
Respirei fundo e tentei me acalmar, assim que ela pediu gentilmente para que eu entrasse de volta no quarto e vestisse aquele negócio calorento.
Tentei argumentar, mas ela só dizia que eram ordens do meu pai e que não iriamos para qualquer lugar.
Então resolvi aceitar o pedido, tirando o terno delicadamente do cabide e estirando sobre a cama, pois precisaria tirar as minhas roupas, eu sei que precisaria ser rápido, mas fiz questão de demorar, apenas para irritar o meu pai e assim que me vi vestido, olhei-me no espelho e até que não fiquei tão ridículo.
Parecia até que aquilo serviria perfeitamente para mim futuramente, mas assim que cai em si, balancei a cabeça negativamente afastando aqueles pensamentos, pois não queria me transformar no engomadinho que meu pai queria.
— Demorou, filho, estamos quase atrasados. — Disse, assim que desci as escadas.
— Onde vamos, para ter me obrigado a me vestir desse jeito?
— Iremos a um almoço de negócios, pois preciso apresentar o meu único herdeiro. — Diz, como se aquilo fosse simples, não bastava eu negar, ele sempre dizia que eu iria parar onde ele queria.
Será uma premonição?
Não quero nem sonhar com isso...
— Eu não acredito, já falei mil vezes que não curto essas coisas. — Rebato, pensando que assim ele me deixará em paz, mas ele me ignora e vai até a porta principal.
Aproveito que estou sozinho e vou até a cozinha, pois preciso beber algo bem forte para aguentar essa provação.
E assim que chego na cozinha, vejo Olívia terminando o almoço e daria tudo para ficar e almoçar aqui com ela, mas parece que meu pai tem outros planos.
— Até que você ficou um gato com esse terno. — Diz, me observando.
— É, até que não estou mal, será que tem alguma bebida na geladeira, sinto que irei precisar.
— Menino, seu pai não se agradaria se visse você bebendo. — Me repreende e eu decido deixar para lá, pois não poderia mesmo deixar que meu pai percebesse.
Eu só iria ficar por lá, quieto, observando eles tratarem de negócios e depois eu viria para casa e me socaria em meu quarto, pois não tem mais nada melhor para fazer por aqui.
— Talvez seja bom você comparecer, conhecer pessoas e quem sabe uma garota. — Diz, me fazendo lembrar dos comportamentos estranhos da ruiva.
Que depois daquele dia no shopping, não quis mais saber de mim e passou a me ignorar por completo.
Tentei diversas vezes me aproximar e em todas as vezes, ela me dava foras e dizia que não queria nada comigo.
Então chegou a um ponto que parei de correr atrás e apenas continuou vivendo um dia de cada vez.
— Não, estou mais interessado em viver a minha vida, não quero saber de garotas agora. — Digo, lhe dando um beijo do rosto.
— Você que sabe.
Dito isso, ela se despede, avisando que irá aproveitar a nossa saída para arrumar os quartos que estão precisando de uma faxina.
Suspirei e tratei de me apressar, ou meu pai teria uma sincope se por acaso chegasse atrasado em seu compromisso.
Mas meus planos foram interrompidos assim que cheguei na sala e encontrei a ruiva sentada no sofá, distraída com seu celular, parecia até alheia a tudo ao seu redor.
Queria passar direto e ignorar sua presença, mas como sempre meu coração dispara e pede para que tente mais uma vez me aproximar dessa garota.
— Oi. — Falei, sentando ao seu lado.
Vejo que se assusta e tenta manter aquela pose inabalável, mesmo estando afetada com toda a nossa aproximação.
— Oi, onde vai desse jeito? — Pergunta, me olhando de cima a baixo.
— Irei a um almoço de negócios com o meu pai.
— Ah, achei que não se interessava por essas coisas.
— Não me interesso, mas meu pai insistiu muito, então estou indo agradar.
— Certo, então tchau!
Ela volta a olhar o celular, enquanto eu dou uma fiscalizada, apenas para saber se tem alguém por perto, quando vejo que estamos realmente sozinhos, aliso os seus cabelos e tento a puxar em minha direção.
Ela tenta se desvencilhar, mas sou mais forte, prendo-a em meu colo, alisando seu rosto e observando sua respiração bastante acelerada.
— Para de fugir de mim, o que aconteceu? — Pergunto, pela milésima vez, tentando entender o que fiz de errado para ela me tratar desse jeito.
— Nada, só não quero.
Balanço a cabeça negativamente, tomando seus lábios e lhe beijando vorazmente, ela se debate, mas acaba retribuindo, se ajeitando em meu colo e me agarrando, com saudades.
Sorrio entre beijos, vendo o quanto ela estava louca querendo mais de mim e assim que apertei sua bunda, ela saltou do meu colo e começou a andar de um lado para o outro, nervosa com a explosão de sentimentos que exalam de nossos poros.
— Você me quer.
— Não, Eric, para!
— Diz na minha cara que não sente nada. — Digo, me levantando e puxando-a para os meus braços.
— Não posso.
Assinto, deixando a ir, pois sei que não vale a pena tentar entrar em uma luta que nunca irá nos levar a lugar nenhum, pois nós somos apaixonados e ela precisa aceitar isso, mas ao invés de se render, fica nesses jogos sentimentais que só nos prejudica e nos afasta.
Ouço a buzina do carro do meu pai, avisando que já estamos atrasados, então decido deixar a ruiva de lado e me concentrar nesse almoço de negócios com o meu pai.
Talvez isso distraia a minha cabeça e ela terá tempo suficiente para pensar sobre nós dois...
Continua...
Beijos e até o próximo capítulo...
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A. F. D. M. M (Reescrevendo)
RomansaEric, um adolescente de 19 anos, que só pensa em diversão. Nunca teve uma relação muito boa com o seu pai e ainda por cima não se interessa pelos negócios da família e nem está disposto a ser o engomadinho que seu pai tanto deseja. Mas quando se vê...