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Victor

Não consigo dizer o que eu fiz
exatamente para Babi ter uma
reação tão negativa.
Sei que falei que não me importava com ela, mas
é claro que eu me importo, eu a
conheço desde que éramos crianças.

Talvez ela esteja certa, talvez tudo que fizemos foi errado.
Amigos de infância não fazem aquilo, eles não mudam de repente e começam a se beijar.

Mas eu com certeza não posso negar que aquilo que fazíamos era bom, na verdade era muito bom, era diferente, diferente
em um ótimo sentido.

E agora aqui estou eu, me lamentando pelo o que fiz.
Não estou triste por não poder
beija-la ou toca-la como antes,
estou triste por tê-la magoado.

Nunca tinha magoado uma garota assim, nunca tinha feito uma garota chorar por algo que eu disse, e me sinto horrível por ter feito aquilo.

Decido ir embora da escola, se eu
não for embora agora, eu juro que dou um soco na primeira pessoa que falar comigo hoje.
Chego em casa e tomo o banho mais demorado da minha vida. Deixo a água quente do chuveiro derramar por minha pele como se estivesse me consolando e me dizendo que nada disso foi a minha culpa, até porque, Babi havia acabado de terminar seu relacionamento, estava muito frágil.

Talvez eu não devesse tê-la
questionado tão cedo sobre o
assunto.
Desde o dia que eu comecei
a perceber que ela e o Nobru não
estavam andando juntos como
antes, achei que era por minha
culpa, achei que ela tinha contado alguma coisa a ele, e achei que ela esperava um futuro entre nós dois, o que eu sei que é impossível.

Não queria que ela criasse expectativas entre nós dois, então eu precisava ter certeza de que ela não estava criando.
E agora eu tenho certeza de
que não está.
As horas passam e o dia começa a
virar noite.

Olho pela janela e percebo que Babi ainda não chegou em casa, ela já deveria ter chegado a
essa hora.
Fico no escuro do meu quarto
pensando em milhões de coisas,
milhões de palavras, até que eu
me lembro de que não fizemos
o trabalho de literatura.

Aquilo por algum motivo me vem à mente, então eu corro para pegar um papel e começo a escrever apenas algumas dessas milhões de palavras que correm pelos meus pensamentos.

Apenas a luz da lua ilumina o
pedaço de papel que estou na mão.
Mas eu paro de escrever quando
vejo um carro chegando na casa de Babi.

É ela, ela está em casa.
Vou até a janela e a observo entrando em casa.
Sua expressão não esta tão triste Como antes, agora ela está neutra, não está nem feliz demais, nem triste demais.

Ela apenas está lá.
Espero até ela entrar no seu quarto e trancara porta. Ela acende a luz e deixa as cortinas abertas, o que me permite visualizar tudo o que está
fazendo perfeitamente.

Talvez o que eu estou fazendo
agora seja muito estranho, mas não consigo evitar de olhar para ela, de ver como ela está se sentindo.
Babi joga a mochila no chão e se
senta na sua cama.

Ela olha para o chão por alguns minutos, até que olha para mim. Espera... ela não
olhou para mim, ela olhou para a
janela do meu quarto, mas ela não Consegue me ver.

Agora ela está triste. Seu rosto fica sério e seu corpo fica tenso, como se estivesse impedindo algo muito pesado de sair.
Antes que eu possa ver alguma coisa, Babi se levanta e
fecha a janela do seu quarto.

Não acredito que só de olhar para
cá ela se entristeceu. Por mais
que eu não possa vê-la ou ouvi-la,
a imagem dela chorando em seu
quarto nāo sai da minha mente.
Porra, que sensação horrivel.

E porque eu estou sentindo isso?
Estou me sentindo como a pessoa
mais desprezável que exista,
e talvez eu realmente seja.
Na verdade não existe dúvida nisso, porque por mais que eu sinta tudo isso, não tenho coragem de ir até ela e pedir desculpas.

Minha respiração começa a ficar
acelerada e eu começo a ficar
nervoso.
Estou com raiva, com raiva de tudo, mas ainda não sei
exatamente do que. Ou talvez
eu apenas esteja ignorando o
verdadeiro motivvo, mas prefiro
deixar isso pra lá.

Sou interrompido quando meu
celular começa a tocar.
O procuro pelo quarto sem sucesso, só o acho quando ele para de tocar.

Olho quem estava me ligando e reviro os olhos.
Suellen.
O que ela está fazendo me ligandoa uma hora dessa?
Meu celular começa a tocar
novamente, ela nāo desiste. Atendo
o telefone, mas não falo nada.

Mais cedo? O que ela me contou
mais cedo?
"Aquilo?"

"Sim, você não respondeu se você
queria ir para a praia esse final de semana."

"Ah, claro, isso."

"Sim, vamos lá, vai ser divertido.
Não vai ir muita gente, você vai
gostar."

Penso por um instante. Tudo o que eu tenho vontade de fazer agora é desligar na cara dela, mas não faço isso.

"Eu vou," digo.

"Mesmo? Isso é ótimo! Me desculpa por ter te ligado a essa hora, é que eu não pude esperar pra ouvir sua resposta só amanhä" ela diz,
animada.

"Está tudo bem, te vejo amanhā"
falo antes de desligar o telefone.

Não sei porque eu concordei em
ir, mas no momento acho que
tudo o que eu preciso é de um
pouco de diversão.
Mesmo que talvez Bárbara vá, o que eu acho que
não vai acontecer, já que ela está
triste porque acabou de terminar o namoro, e também porque Suelle  provavelmente vai dizer a ela que eu vou estar lá, então ela não vai querer ir.

O que é que eu preciso,
distância dela, assim como ela
preciso disso de mim.

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Mais um capítulo novo hoje!

Escute a músicaDisk till dawn》lendo o ep 32 e 33

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💫Um beijão e até a próxima💫

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