O resultado da autópsia levou o dia inteiro para ficar pronto, mas assim que saiu, Ally foi a primeira a ir verificar. A loira preferia fazer tudo sozinha, pois Zayn apenas atrapalhava o trabalho.
A causa da morte, como em vários dos outros casos, foi por asfixia. Ally foi até o necrotério, como era policial, ela tinha total autorização para examinar o corpo ela mesma.
Algo acabou chamando a atenção da loira, o que a levou a pedir um exame de DNA, esse sim demoraria e muito para sair.
Finalizou a inspeção, recolocou o corpo na gaveta e tirou as luvas, lavando as mãos em seguida.
Brooke seguiu seu caminho de volta para onde estava hospedada, assim que chegou, nem teve tempo de fazer mais nada, pois o telefone tocou.
- Brooke! - Disse ao atender.
- Eu sei que é você, eu ainda sei ler. - A voz do outro lado da linha riu e Ally sentiu o peito aquecer ao ouví-la. - Como está tudo aí, meu anjo?
- Ah, esses casos ainda vão me deixar louca, mas eu sinto que estamos cada vez mais próximos de resolver isso. Como você está, amiga?
- Que horror! É por isso que eu sou a única do grupinho que não se tornou policial. Deve ser agonizante não conseguir solucionar um crime logo. Ah, eu estou ótima! Sinto sua falta.
- É bastante agonizante mesmo. Eu também sinto muito a sua falta, Dinah, mas é o meu trabalho, nós vamos nos ver logo, eu prometo.
- Eu sei que é o seu trabalho, mas eu não gosto de ficar longe da minha melhor amiga! Poxa, eu fui pedida em casamento hoje e você nem estava aqui para surtar comigo.
- Eu também não gosto de ficar longe de você, gigante! Mas eu... - Ally parou sua fala ao notar sua ficha cair, Dinah havia mesmo dito que foi pedida em casamento? - Espera! Você disse que foi pedida em casamento? Jura?!
- Sim! Normani me pediu em casamento e eu disse sim! Estou tão feliz, Ally! - Brooke podia sentir a animação da amiga do outro lado da linha, podia ter certeza de que Dinah estava pulando como uma louca do outro lado.
- Caramba, DJ! Isso é incrível! Eu estou muito feliz por você, Normani gosta mesmo de você e tenho certeza de que serão muito felizes juntas.
- Eu espero que até a data do casamento tudo isso já tenha passado e eu possa ter minha melhor amiga aqui, como minha madrinha!
- Eu te garanto que eu estarei aí, mesmo que isso ainda não tenha acabado, eu não vou perder.
- Certo, agora me diga, conheceu alguém interessante nesse fim de mundo onde você está? Tem alguma mulher bonita? Se interessou por alguém?
- Estava demorando, eu sabia que você não iria deixar passar essa chance. Eu não conheci ninguém de interessante e não tem mulheres solteiras onde estou trabalhando.
- Credo! Como você aguenta? Eu não consigo ficar sem sexo nem por dois dias, quem dirá por três anos. Você têm que arrumar alguém, Ally, nem para que seja apenas sexo casual.
- E você têm que parar de falar essas coisas. - Foi impossível não ouvir a risada escandalosa da amiga. Dinah não sabia rir baixo e talvez, aquela fosse uma das coisas que Ally mais amava na amiga. - Deixa só a Mani te ouvir dizendo essas coisas.
- Credo! Vira essa boca para lá! Eu esperei muito tempo para casar e não vou perder essa chance. - Sim, apesar do jeito brincalhão e avoado de ser, Dinah sempre sonhou em se casar e construir uma família com alguém que realmente gostasse dela. - Allz, eu só liguei para te contar a novidade e te dizer que estou morrendo de saudades. Por favor, resolva logo isso e volte para casa o mais rápido possível.
- Tudo bem, eu prometo que estarei aí antes mesmo do que possa imaginar. Também sinto saudades, nos veremos em breve. - Após se despedirem, Ally encerrou a ligação.
Ouviu alguém bater na porta, levantou-se para abrí-la, mas para a sua surpresa, não havia ninguém ali. Fechou a porta e já estava pronta para voltar para sua cama, quando ouviu as batidas outra vez.
Tornou a abrir a porta e outra vez, não havia ninguém do outro lado, ou até mesmo por perto. Quem quer que estivesse fazendo aquela pegadinha sem graça, não fazia idéia de como quem estava se metendo.
Entrou outra vez e encostou a porta, ficando a espreita. Agarrou uma das incontáveis armas que tinha pelo quarto e ficou a espera. Ouviu batidas a porta outra vez e sem demora, abriu a mesma, já apontando sua arma.
O entregador se assustou com a ação da loira, ele estava confuso, não sabia quem ela era ou se puxaria o gatilho por pura diversão. Ele tinha medo e Allyson podia sentir isso.
- P-por favor... - Pediu gaguejando. - Eu tenho duas filhas, minha esposa está a espera do nosso primeiro filho e eu não fiz nada de errado, eu estou apenas trabalhando.
- Quem enviou você?! - Se era ele quem estava a bater na porta e se escondendo a mando de alguém, ela iria descobrir.
- Quem me enviou? O correio! - Ele disse, erguendo uma caixa de papelão para que ela pudesse ver. - Eu só vim fazer uma entrega para a senhorita Brooke! Por favor... Não me machuca.
- Tudo bem! - Ally disse, enfim se dando por satisfeita, ela pôde notar que ele falava a verdade, então baixou a arma, a prendendo na cintura. - Me desculpe, é um costume policial... - Não, não era! Mas ela não diria a ele, poderia pensar que ela era louca. - Tem uma entrega para mim, não é?
- Sim, senhorita. - Ele disse, ainda um pouco assustado com o ocorrido de poucos segundos atrás. - Eu só preciso que assine aqui. - Indicou com a ponta da caneta.
Allyson assinou seu nome naquele papel e recebeu a pequena caixa que o entregador carregava. Curioso, não havia etiqueta indicando quem havia mandado aquilo.
- Obrigada e mais uma vez, desculpe por aquilo. - Ele sorriu gentil e seguiu seu caminho.
Brooke fechou a porta, de sentou em uma das cadeiras e balançou a caixa. Era muito leve, parecia até que estava vazia, ela abriu o lacre e acabou se espantando com o que havia no interior da caixa.
Eram dois olhos e também havia um bilhete, que a deixou mais do que alarmada: "Estou de olho em você!"
Sim, o assassino já sabia que ela estava ali, pronta para encontrá-lo, mas ele a encontrou primeiro e isso não era bom.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roubando Vidas
FanfictionUma assassina traiçoeira está se passando por uma de suas vítimas enquanto viaja por todo o Canadá. Uma onda recente de assassinatos em Montreal trouxe a agente do FBI Ally Brooke para o norte para investigar.