Roubando Vidas

《0.7》

- Jogar o garrote no chão? Jogada de mestre, Brooke. - Zayn se aproximou da loira.

- É o que dizem. - Deu de ombros, tentando sair dali, mas foi travada pelo corpo de Zayn.

- Uma hora as suas cartas na manga vão acabar e aí o Liam finalmente vai tirar você do nosso caso.

- Agente Brooke? - Lauren chamou um pouco ao longe.

- Vai sonhando. - Sussurrou para o homem e foi de encontro a morena. - Sim?

- Desculpe se me saí mal, eu tenho uma irmã e ela também fica nervosa nessas situações.

- Não, você foi ótima.

- Vão ir agora atrás da mulher do desenho? - Ally apenas a olhou, dando um sorrisinho. - Oh, é verdade, é confidencial.

- Isso.

[...]

Os três policiais que estavam encarregados do caso, agora seguiam para o apartamento da mulher do desenho de Lauren. Ally procurou por casas, sítios ou qualquer coisa do tipo, que tivesse algo incomum e encontrou esse apartamento.

- Eu só vi a cara dela uma vez, faz tempo que não sai. - Um rapaz jovem, explicava.

- É uma dessas duas? - Liam mostrou a foto de Lauren e o desenho feito pela mesma.

- Essa aqui. - Disse apontando para o desenho.

- Tem certeza? - Payne perguntou.

- Tenho sim, Essa cretina me deve vinte pratas... - Iniciou já botando a chave na fechadura. - Quando vocês verem ela, será que podem cobrar por mim?

- Na verdade nós vamos quitar essa dívida. - Zayn passou um se Deus braços pelas costas do menino.

- Sério? - Perguntou desacreditado enquanto se afastavam.

- Sério, mas vamos deixar os policiais trabalharem. - Disse por fim sumindo do campo de visão da loira, que abriu a porta e entrou na companhia de Liam.

Foi bem difícil de entrar no apartamento, algo pesado bloqueava a porta, mas com a força dos dois policiais, o que estava prendendo a madeira logo foi retirado.

Tudo no lugar demonstrava o cuidado da assassina, tudo ali estava coberto por plásticos ou panos, sem nenhuma coisa a parte.

O barulho do chuveiro ligado chamou a atenção dos dois, que se entreolharam e em um gesto, foram até a porta.

Liam pediu silêncio a Ally, que concordou e o seguiu. O homem abriu a porta devagar, mas não encontrou nada ali, o chuveiro estava ligado atoa, talvez por uma distração.

Ally deixou que Liam procurasse por coisas no banheiro e foi andar pelo resto da casa. Seus olhos castanhos e curiosos vagavam por todos os lugares possíveis, ela olhava tudo minuciosamente, tanto que a pequena abertura no teto lhe chamou atenção.

Subiu na cama, encaixando seu dedo ali e puxando a madeira para trás, o que revelou algumas caixas de pizza, que ela não tocou, e um pequeno saco de papel.

Assim que desceu da cama, virou o saco de papel sobre a mesma, e dele caíram alguns objetos, entre eles uma carteira, chaveiros, dinheiro e um dedo.

- O que é isso? - Liam perguntou surpreso, enquanto a loira examinava o anel que estava no dedo decepado.

Ambos olharam para o buraco do teto, tentando entender como aquele dedo havia ido parar lá, coisa que logo foi respondida quando um cadáver deformado caiu do teto, de cara com Ally.

[...]

Já de volta a delegacia, o trio pediu que analisassem o anel do cadáver, enquanto Ally ia até o necrotério ver o corpo.

A loira observava o crânio aberto com a maior atenção do mundo, chegou a separar suas pálpebras com o dedo, mas os olhos já não estavam mais lá.

- E aí? - Zayn perguntou.

- Sem os olhos outra vez, tem algo no arquivo que fale sobre um corpo não encontrado? - Ela olhou diretamente para Liam, mas esse só deu de ombros, não sabia responder aquela pergunta. - Certo, vamos fazer uma aut...

- Uma autópsia! - Zayn a interrompeu novamente, cruzando os braços. - Nós somos bem familiarizados com isso, somos policiais! Ninguém aqui é novato, além de você.

Era nítido que Zayn não gostava dela, a loira só não sabia se era ciúmes ou inveja, não tinha o menor sentido toda essa raiva que tinha dela.

[...]

No dia seguinte, Ally, Liam e Zayn estavam tomando café em um bar qualquer. O lugar cheirava a mofo, as paredes descascavam por conta da infiltração, Ally não gostou nada daquele lugar.

- A autópsia de ontem nos deu uma identidade, Susan Duncan. Nós podemos ir até a casa dela, fica bem perto daqui. - Comentou a loira, analisando as fotos de corpos e mais corpos.

- Você tem razão. - Liam concordou e já ia se levantar para irem, mas a voz de Zayn o travou.

- O que? Nós ainda não terminamos o café. Além disso, é uma velha, não vai a lugar algum. - Ally revirou os olhos, puxando a foto de um corpo qualquer e a jogou em cima de seu prato.

Zayn a encarou, seu olhar estava dividido entre continuar comendo, ou tomar nojo por aquela foto.

- Enquanto você está enrolando para comer, tem pessoa sendo mortas, famílias se destruindo.

- Okay! - Resmungou. - Vamos até esse endereço!

[...]

Já a caminho de seu destino, Ally ia analisando todas as informações que tinham sobre Susan, enquanto Liam e Zayn conversavam em outra língua.

- Se virar à esquerda, pegaremos um atalho e podemos chegar mais rápido. - Informou, sem tirar os olhos dos papéis.

- Je pense qu'elle est un peu folle. At-il réussi le test psychologique? - Zayn comentou a Liam.

(Eu acho que ela é meio louca. Será que passou no teste psicológico?)

- Elle est l'une des meilleures que je connaisse.

(Ela é uma das melhores que eu conheço)

Ao estacionarem em frente a casa da mulher, Ally guardou os papéis na bolsa, jogando-a em seus ombros e abrindo a porta do carro.

- Eu vou falar com ela. É melhor que seja um papo de mulher para mulher.

- Chatter de femme en femme? Que pense-t-elle que nous sommes venus faire? Boire du thé? - Zayn disse, rindo.

(Papo de mulher para mulher? O que ela acha que viemos fazer? Tomar chá?)

Ally revirou os olhos, batendo no vidro do motorista, chamando a atenção de Zayn, que abaixou o mesmo.

- Pourquoi ne pas boire de thé et laisser un vrai flic faire le travail? - Piscou para o mesmo e foi em direção a casa.

(Por que você não toma chá e deixa que uma policial de verdade faça o trabalho?)

Zayn encarou Liam surpreso.

- Ela fala francês!