Roubando Vidas

《0.3》

- Ela já chegou? - Liam, o chefe da polícia perguntou.

- Ainda não. - Zayn respondeu com desdém. - Eu não sei porque chamou ela! É o melhor caso que temos há anos e na primeira oportunidade você chama ela.

- Precisamos de pessoas capacitadas nesse caso. - Payne disse sem um pingo de paciência.

- Nós temos pessoas capacitadas para isso.

- Chega de reclamar, já temos um chamado para outro local. - Liam e Zayn foram para o quintal de uma casa, onde tinha uma cova aberta.

Chegaram mais perto, apenas para encontrar a agente que deveria estar na delegacia, mas na verdade ela estava ali, deitada em um túmulo.

- O que ela está fazendo? - Zayn perguntou encarando a menina.

Liam ligou sua lanterna no rosto da menina, a obrigando a abrir os olhos.

- Agente Brooke?

- Hm? - Murmurou se levantando e saindo daquele buraco.

- O que diabos você está fazendo aí? Isso é uma cova, sabia? - Zayn disse.

- Sabia.

- Agente Brooke, esse é o Zayn, essa é Ally Brooke. - Liam os apresentou, trocaram um rápido aperto de mãos.

- Eu acho que foi premeditado. - Disse se referindo ao crime. - Vejam só! A cova foi cavada sob medida, as laterais são perfeitamente retas, a vítima deveria ter o que, uns 1,75? - Brooke perguntou, vendo Zayn concordar. - Meu ponto é, o assassino vinha observando a vítima, tudo! Seus hábitos do dia a dia, se tinha filhos ou até mesmo um papagaio.

- E aí? Ela esperou que a vítima vir até aqui e matou ela?

- Aquilo... - Apontou. - É uma trilha de bicicleta, a vítima tinha marcas no tornozelo, acredito que marcas da bicicleta. A assassina queria que encontrássemos o corpo.

- Claro. - Zayn retirou os olhos.

[...]

Ally examinada o corpo que havia sido encontrado na construção, a loira examinava tudo, a falta do olho lhe chamou atenção, então saiu do necrotério e foi de encontro aos outros dois.

- Os olhos... Será que ainda estão no crânio?

- Talvez, ou talvez a assassina tenha tirado para comé-los. - Zayn debochou.

- Tanto faz. - Ally retirou os olhos. - Vamos fazer uma reconstrução do...

- Uma reconstrução do crânio, já está sendo feita. - Zayn a interrompeu.

- Ótimo.

- Todos dispensados. - Liam disse, sendo acompanhado até a saída. - Dê um tempo a ele, ainda está se adaptando a isso. - Liam explicou a Ally.

- Mas eu não disse nada.

- Te conheço a muito tempo para saber o que se passa nessa cabecinha, dona Ally. - Disse rindo. - Meus agentes te chamam de bruxa.

- Já me chamaram de coisa pior, você sabe. - Os dois deixaram uma leve risada sair por seus lábios e enfim foram para casa.

Ally chegou no hotel com suas malas, não era muita coisa, ficaria até o final do caso e depois retornaria para a sua casa.

Sentou sobre a cama, seus olhos estudaram as fotos de todos os corpos que foram encontrados, a loira tentava achar algo que havia deixado passar batido. Olhou a fita adesiva em sua mesinha de cabeceira e usando a mesma, colou todas as fotos no teto, assim quando fosse dormir, iria olhá-las por um longo tempo.

Depois disso, Brooke tomou banho e se trocou, pediu comida no quarto mesmo. Jantou encarando mais fotos de corpos desfigurados, não conseguia entender que a assassina havia deixado algo passar.

Ao terminar, escovou seus dentes e foi se deitar. Encarou as fotos do teto por um longo tempo, até que o cansaço falou mais alto e Brooke foi dormir.

[...]

Ally já se encontrava vestida, esperando sua hora de ir ao trabalho. A pequena mexia rapidamente em seu notebook, procurava mais pistas sobre o caso, qualquer coisa que pudesse lhe ajudar a desvendar o caso mais complexo da sua vida.

Ouviu alguém bater em sua porta, se levantou e foi ver de quem se tratava.

- Desculpe o incômodo, mas é que uma garota morreu. - Liam disse assim que a menina abriu a porta.

Foram até a delegacia o mais rápido que o limite de velocidade lhes permitiam.

- O mesmo caso? - Perguntou acompanhando Liam.

- Tudo indica que sim, todos os nossos legistas já estão trabalhando nesta autópsia, provavelmente teremos o resultado antes mesmo do fim do dia.

- Não dará resultados inconclusivos ou o mesmo que os outros? Digo, se é o mesmo caso, não é provável que seja o mesmo resultado?

- Sim, você está certa. Mas em todo o caso, é melhor termos certeza.

Allyson e Liam seguiram para o necrotério, os legistas já estavam fazendo a autópsia de mais um corpo. Payne já estava ficando cansado de todos aqueles casos sem solução, a assassina agora deveria estar rindo de toda a incompetência policial.

Fizeram questão de inspecionar a autópsia, mas como aquele era um processo demorado, resolveram sair para comer algo, afinal, Liam ainda não havia tomado café da manhã e saco vazio não para de pé.

Enquanto comiam, Allyson apenas observava a interação entre Liam e Zayn, eles pareciam muito amigos, mesmo que na maioria das vezes, Liam tivesse vontade de matá-lo. O que tinha de bonito, Zayn também tinha se irritante e isso Ally assumia.

- Acha que o resultado irá demorar para sair? Estou com uma dúvida e preciso esclarecê-la. - Disse a loira, quebrando a conversa em francês que os dois estavam tendo.

Zayn parou de falar, a olhando com uma cara não muito agradável, como se a interrupção dela fosse um dos maiores crimes que já vira.

- Com licença, estamos no meio de algo aqui, será que pode demonstrar um pingo de educação e não voltar a nos interromper? - Perguntou Malik, de forma irônica.

- Oh, desculpe! Eu não estava falando com você, estava falando com o seu chefe. Eu não dirijo a palavra a um mero ajudante quando o assunto é trabalho sério. - Zayn a encarou, como se estivesse surpreso pela resposta atrevida da loira, enquanto Liam se segurava para não rir do parceiro.

- Quem você acha que é? Escuta aqui, sua mulherzinha... - Ally o interrompeu.

- Escute aqui você, seu moleque que brinca de ser policial, tem um mundo real fora da sua bolha que gira ao seu redor, são crimes de verdade, que policiais de verdade precisam resolver, então se não vai ajudar com o caso, eu sugiro que volte para a sua casa e volte a assistir A Pantera Cor De Rosa, enquanto a adulta aqui resolve as coisas que você não dá conta!

Zayn abriu a boca diversas vezes, ele tentava encontrar palavras para que pudesse dar uma resposta à altura, mas estava difícil. Sim, ele poderia ter ido dormir sem essa!