Capítulo 19

1.3K 78 2
                                    

Transferido ,essa era a palavra que batucava em minha mente a dias. O sangue corria com força em minhas veias tamanho era a adrenalina que se passava pelo meu corpo. A ligação que tive com o Koringa se passava por minha cabeça e as palavras ecoavam com toda força,a raiva só aumenta,hoje era pra ser uma hora de calma e cautela; a ira me domina junto com a vontade de quebrar tudo,a sensação de não estar livre pra resolver a situação; uma carga grande de armas havia sido desviada .

- Hey,você,levanta ! - faço o comando e sinto as algemas em minhas mãos e outras em meus tornozelos.

Acompanho os agentes penitenciários de acordo com os passos que as algemas me permitem. Hoje Will e eu seríamos transferidos para outra penitenciária,já que éramos conhecidos como pessoas perigosas e aproveitando a oportunidade vamos fugir, selando o resto da aliança que tínhamos feito ali dentro.Já tinha deixado o Koringa avisado e passado todo o plano,não assumindo e nem deixando brechas  para falhas,tudo tinha que sair perfeito se não minha cabeça rodava e iria parar em uma bandeja de ouro.

Meu advogado já tinha me alertado de tudo e até mesmo me garantido que em 3 ou 4 anos conseguiria uma brecha para me tirar dali e me colocar em algum trabalho comunitario ,fazendo com que  fosse na cadeia apenas passar a noite ,ou liberdade provisória e eu apenas balancei a cabeça concordando com ele e pensando que essa era a minha chance ,nem fudendo que iria ficar ali mais tempo do que já estou.

Me encaminharam para dentro de uma viatura e vi Will ser colocado em outra , não prestei muita atenção em qual seria a penitenciária e em qual lugar ela ficava ,apenas sabia que era em Minas Gerais,deixei isso para Koringa olhar todos os tragetos e assim que ele me mandou soube que ficaria até um pouco mais de 1 hora e meia dentro daquele camburão,preferiram me levar de carro para não chamar a atenção e até mesmo para terem certeza de que eu não conseguiria fugir em alguma distração, Will já seria transferido para uma outra penitenciária distante .

Apoiei minha cabeça na placa de ferro dura atrás de mim e suspirei,tudo tinha que correr conforme o combinado,o céu ainda estava escuro então suponho que ainda não é 5 horas da manhã,tínhamos sido separados dos outros assim que soubemos da transferência.

Minha cabeça doia e a noite mal dormida já começava a cobrar os juros me dando sono,meus olhos pesavam mas não os fecharia,tinha que está mais do que acordado para tudo que iria acontecer.

Os minutos se passava arrastando,tinha tentando contar o tempo desda hora que sai de lá mas havia me perdido com todos os pensamentos que tinham sido despertados em minha mente. Me permito fechar os olhos por alguns minutos para ver se o latejar em minha cabeça melhora.

(...)

Sentia que algo estava perto de acontecer mas não sabia se meu senso estava realmente certo,minha mente se alarma na hora que sinto uma batida na onde estou e me contorco no lugar,tentando fazer com que as algemas me machuquem menos.

Ouço barrulhos de tiros e suponho que seja os guardas tentando atirar nos meus homens,já que a ordem que foi dado é fazer com que eles parem o carro e só atirem para matar,mais a frente deverá ter um caminhão tampando a pista que fará com que eles parem. Não era besta de falar para tentarem atirar no carro que estava ,sabia que era blindado e que provavelmente se atingirem um pneu o carro capotaria dependendo da velocidade em que estávamos e até mesmo bateria no obstáculo que mandei colocar mais a frente.

- Comandante...Viatura 27  cercada  - escutei a voz falando provavelmente pelo rádio com um superior e o carro parar. Os tiros são ouvidos logo em seguida  fazendo com que o barulho alto da lateria do carro seja ouvido de longe.

A troca de tiros é intensa mas sabia que além dos meus serem muitos eles estavam armados até os dentes,os policiais não durariam por muito tempo na linha de frente sem reforços ,esses que demorariam a chegar.

Chuto do melhor modo que consigo a porta e não tem nenhum efeito mas quando me preparo para dar outro a porta é aberto e o sol bate em meu rosto,me cegando momentâneamente.

Desço do carro e vejo Koringa com um sorriso zombeteiro.

- Sentiu saudades ,Chefe ?!

- Deixa de ser viado e tira essa merda dos meus pés ,não temos muito tempo.  - A risada alta dele faz com que todos nós olhem e Will andar até nós.

- Vou considerar isso como um sim. - ele pegou a chave da mão de um vapor e abriu as algemas dos meus punhos e me deu outra chave pra abrir as do meu tornozelo,me abaixei e me livrei daquela merda.

Olhei em volta e tinha várias viaturas e pessoas mortas no chão,mas não tinha tempo para me preocupar com isso agora ,tinha que sair dali para não voltar para aquele inferno e só poder sair de lá quando se passasse 30 anos.

Saímos correndo para dentro dos carros e entramos por uma estrada de terra, Koringa acelerava e de acordo com isso minha adrenalina ia baixando,abaixei o vidro da minha janela e coloquei a mão pra fora ,sentindo o vento bater.

- Daqui a pouquinho você vai colocar a cabeça e a língua pra fora. - O meu irmão falou do meu lado rindo.

- Filho da puta ! - ri também - Só não te dou um tiro porque tô feliz.

- Vou fingir que acredito que é só por causa disso.  Vai pra casa do Will mesmo ? - o velocímetro marcava 180 por hora  mas não me importei,era estranho está no banco do carona mas bem melhor do que está na cadeia,isso com toda certeza.

- Sim,melhor ficar lá por uns dias para não dar alarde.

- Merda - resmungou batendo a mão no volante.

Sirenes e os tiros fizeram eco pela estrada vazia me fazendo pegar a arma no banco de trás e as munições.
Apertei o botão abrindo a janela e tentando atirar no policial que estava com o braço para fora ,mas nada. Resmungo abrindo o teto solar  e me equilibrando,mais disparos são ouvidos e o policial coloca o tronco para fora  ,tentando me acerta, aproveito que ele para para recarregar e disparei ,pegando no espelho retrovisor dele ,tento de novo assim que ele mira em minha cabeça e atiro ,o corpo dele cai para baixo,mostrando que atingi o alvo. Koringa faz uma curva brusca e eu volto para dentro do carro,me ajeitando e pegando as armas ,sabia que tínhamos que trocar de carros agora.

- Sua chave tá no porta luvas - falou assim que parou o carro com uma freiada brusca fazendo a poeira subir alto.

Peguei elas e desce do carro indo ao Corolla preto parado aí lado do Audi ,já que ele tinha ido para o outro carro. O olhei e balancei a cabeça,esse filho da puta me paga.

- Fé - gritou dando a ré e indo embora,fiz o mesmo e entrei no carro ,acelerando e saindo dali rápido.

Os outros carros foram chegando e logo o barulho de algo explodindo foi ouvido,não poderíamos deixar pistas então a ordem era botar fogo nos carros assim que chegasse ali.

Fui direto para o Vidigal,ficaria lá por alguns dias.

Atrás Das Grades Onde histórias criam vida. Descubra agora