Camila
— Eu estou noiva — declarei em um só fôlego, depois de dar infinitas voltas para iniciar o assunto após o jantar, ainda sentadas diante da mesa da cozinha.
Dei a nossa versão previamente ensaiada sobre os acontecimentos, que misturava as mentiras a algumas situações reais. Contei que, durante a festa da empresa, ele me pediu em noivado de forma completamente espontânea e não-planejada, por isso acabamos improvisando com anéis de miçanga comprados em um estande por lá mesmo.
Tive que segurar o riso ao fazer um comentário sobre ele ser um homem tão rico e, ao mesmo tempo, tão simples a ponto de fazer um pedido tão humilde e simbólico.
Simplicidade agora era sinônimo de embriaguez?
Porém, contei que ele pretendia formalizar tudo com nossas famílias me entregando um anel de verdade durante o jantar que ofereceria em sua mansão no próximo sábado.
Olhei por um instante para baixo, percebendo que, sentado no chão, até mesmo Tapioca me olhava com curiosidade, como se tivesse entendido a minha frase a ponto de saber que ela não fazia qualquer sentido. Meu último namoro tinha sido no final da faculdade, e nisso já se passavam quase três anos.
Eu tinha certeza de que minha avó jurava que eu tinha pretensões de virar freira.
Isso, é claro, porque ela não sabia o que eu tinha feito na festa da empresa.
Voltei a olhar para ela e percebi que ela piscava insistentemente, como se tentando encontrar lógica naquelas palavras.
— Mas por que não me contou nada, querida? Por que escondeu o namoro de mim?
Aquela pergunta seria a pior a ser respondida.
— É que... eu não queria te dizer nada enquanto... sabe... enquanto...
— Você ainda não tivesse certeza sobre os seus sentimentos? — ela completou, olhando-me com aqueles olhos bondosos e sonhadores dela.
Eu, de fato, não tinha certeza dos meus sentimentos por Miguel Marino. Era algo tipo 'quero que ele suma da face da terra', que nome deveria dar a isso?
Bem, não importava.
— É, vovó. Exatamente isso. A gente se conheceu há pouco tempo, sabe? E as coisas foram acontecendo um pouco rápido demais... — 'Rápido' do tipo perder a virgindade com quem conversou durante poucas horas, estando ambos completamente bêbados.
Porém, novamente, não era algo que valesse a pena ser mencionado. Era algo, inclusive, que eu pretendia apagar da minha mente.
— Ah, querida... anda, me conta, quem é o felizardo? Disse que é um homem muito rico e que estava na festa. É alguém da empresa, então?
— Então, vó... Ele meio que é o meu chefe...
Ela fez uma expressão horrorizada.
— Fala do cara que roubou o seu projeto?
— Eca, não! Não mesmo! Quando digo chefe, quero dizer um chefe maior...
— Alguém superior a ele na empresa?
— Digamos que... O superior a todos na empresa.
— Minha filha... você não está falando do...
— É, vó, ele mesmo. Eu estou namorando o Miguel Marino.
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Acordei Noiva do meu Chefe [DEGUSTAÇÃO]
Roman d'amourEra para ser só uma noite de bebedeira, mas eu acabei na cama com meu chefe - e noiva dele. Miguel Marino era o típico homem que poderia ter a mulher que quisesse: lindo, poderoso, herdeiro milionário de uma empresa de arquitetura renomada, sexy com...