Xeque-mate, venci

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Mal dormi na noite passada, a figura de Gwen no chão morta me atormentou a noite inteira. Zabdiel não entrou, não sei aonde ele pode ter ido, não dormiu em casa.

Estou na empresa desde cedo, acho que cedo demais. Nem Romeu chegou ainda, acho que ninguém do escritório.

Não aguentava mais ficar em casa, estava me sufocando. E ainda estava com medo, a mesma pessoa que tirou a vida de Gwen sem motivo aparente, pode vir atrás de nós todos.

— Passou a noite aqui? — Chris adentra a sala.

— Acho que teria sido uma noite mais tranquila se eu tivesse dormido aqui mesmo — ele coloca um copo de café na minha frente e se senta — obrigada, e você, o que está fazendo aqui cedo assim?

— Nem sei explicar, mas hoje tem tanta coisa para colocar nos eixos que eu fico cansado só de pensar — dou risada.

— Quando a gente menos espera, outra bomba aparece para que a gente conserte.

— É, acho que deveria mudar minha profissão, de CEO para faz tudo — sorrimos. — Como foi ontem? — Suspiro.

— Nada fora do normal, se é que isso pode ser considerado normal para um casal que está somente a um mês casados. Conversamos e acabamos meio que discutindo, Zabdiel acha que as escolhas dele precisam me afetar também, mas eu já disse que não é assim, eu não plantei o que eu estou colhendo, eu não queria essa vida louca. — Me encosto na cadeira e olho para meu copo.

— Não sei se eu deveria ficar com raiva dele — olho para ele — Zabdiel está perdendo tudo que importa para ele, não sei como eu reagiria a isso.

— Ele não me perdeu Christopher — ele suspira — pelo menos não ainda.

— Mas perdeu o pai, perdeu a empresa, e agora alguém que foi muito importante para ele no passado, mas também alguém que o magoou profundamente, sem contar que a única pessoa no mundo que ele ama está distante dele — ele respira fundo — eu até consigo não ficar chateado com ele, nem sabemos o turbilhão que deve estar passando naquela cabeça.

— Esqueceu de uma coisa muito importante que ele perdeu.

— Do quê?

— O melhor amigo dele — ele suspira — vocês precisam se entender.

— Acho que esse não é o melhor momento para isso, vamos focar em resolver as coisas urgentes.

— E isso não é urgente? — Ele me olha e fica em silencio.

Eu me sinto parcialmente culpada pela amizade deles ter chegado a esse ponto, porque tudo isso só aconteceu depois que eu me aproximei de Christopher. Mas eu estava tão sozinha.

Ontem eu recebi diversas mensagens de papai, não sei o que está acontecendo, preciso passar lá antes de viajar.

Não falei com ele nesses dias, não sei se está precisando de alguma coisa ou mais provavelmente esteja preocupado comigo.

— Chris, agora me passou algo pela cabeça. — Me endireito na cadeira.

— O quê?

— Como vamos fazer a viagem se estamos sendo envolvidos em um homicídio? — Seguro minha cabeça com as mãos — meu Deus, isso nem tinha me ocorrido, se não pudermos sair do país, estamos ferrados quanto ao projeto.

— Não estamos em um drama policial Emily — ele sorri.

— Se eu tivesse qualquer coisa na minha frente que não fosse precisar, eu jogaria em você.

— Calma, estava brincando. — Reviro meus olhos — mas acho que não será nada tão complicado, não estamos como suspeitos principais e mesmo assim, podemos pedir uma permissão judicial, só não sei se vamos ter com tanta rapidez.

Love Action - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora