The Camp

Capítulo Nove: Bright O Super Herói

Win estava digitando uma resposta à altura para a sua prima, quando um clarão rompeu o céu, seguido logo depois de um trovão. Sua sorte é que ele estava afastado dos seus amigos e eles não viram quando se abaixou, com os olhos fechados e tampando os ouvidos. Ele precisava sair dali o mais rápido possível. Mas suas pernas pareciam geleias de tão trêmulas e não pareciam o obedecer.

Então num surto momentâneo de coragem ele conseguiu se mover e partir em disparada para o seu quarto e se enfiou debaixo das cobertas, como se embaixo dela ele conseguisse se proteger dos raios e trovões que atravessavam o céu.

Win não percebeu quando um Bright todo encharcado pela chuva entrou no quarto, ele não conseguia prestar atenção em nada a não ser na tempestade, que fazia seu coração apertar.  Mas um barulho dentro do quarto o fez espiar pelo cobertor e ele viu a figura do outro garoto. Assim que Bright se trocou e se aproximou da cama, Win que antes estava o encarando se escondeu embaixo das cobertas. Mas parece que Bright queria conversar com ele. Ótimo, ele pensou, como se ele já não tivesse problemas demais para lidar.

— Vá embora! — Win fala embaixo das cobertas e sua voz sai abafada.

— Não posso, está chovendo muito lá fora.

— Jura? Se você não falasse eu não perceberia. 

— Você está bem?

— Sim, estou perfeitamente bem como pode ver, agora vá para sua cama.

A risada de Bright enche o quarto e é a primeira vez que Win escuta ela. Ele estava rindo dele? Lutando contra o impulso de sair debaixo das cobertas e lhe dar um soco, ele decide por tentar ser diplomático e tentar dialogar e não por estar com medo de sair da sua proteção. 

— Do que você está rindo? É de mim?

— Sim, mas em parte, desculpe.

— Que parte?

— Na parte que você me manda para minha cama, sendo que é exatamente onde estou… Win, você está na minha cama. 

Um trovão fez Win entrar debaixo das cobertas outra vez, antes que tivesse a chance de se levantar e sair da cama do outro. Só agora percebeu que ele tinha razão, quando ele entrou não estava pensando direito, por isso acabou na cama errada. De repente ele sentiu uma mão puxando lentamente para baixo a bainha do cobertor que Win segurava como se sua vida dependesse disso, o que era o caso. Ele não queria ver Bright nesse momento.

—  Win… — Ele sussurrou e Win se viu cedendo e lentamente abaixou as cobertas e o encarou. Win achou que ele iria falar algo para irritá-lo mais uma vez, mas em vez disso, viu ele dando um sorriso e depois passando a mão nos seus cabelos. — Você não precisa ter medo, você sabe, não é?

— Eu não estou com medo!

— Certo.

— Mas tecnicamente, se eu estivesse com medo, por que eu não precisaria ter medo?

— Porque eu estou aqui.

Agora era a vez de Win encher o quarto com uma risada anasalada. 

— Certo, esqueci por um minuto que estava com o senhor Bright Vachirawit, o super herói dos indefesos.

— Ainda bem que lembrou.

— Você é um idiota, sabia?

— Não. Por que você me odeia tanto?

— Odiar é uma palavra forte, Bright, eu só não vou muito com a sua cara, é isso.

— Nossa, isso foi reconfortante, obrigado.

A tempestade tinha diminuído então Win decidiu se levantar, apenas para afundar de novo sob a cama, o barulho a seguir foi tão alto que ele acha que derrubou alguma árvore próxima. 

— Eu posso cantar uma música para você?

— Por que você quer cantar uma música agora?

— Para te acalmar…

Win não responde nada então Bright se senta na beirada da cama e murmura uma melodia que de início parece ser de alguma banda desconhecida para Win, mas agora Bright começa a cantar de verdade e ele percebe que era umas das músicas que o personagem do Bright cantava para o seu personagem naquela peça, que eles eram um casal.

Parece que eu estou correndo

Pra longe

Nunca tive a chance

Chance de dizer

[Refrão]

Eu posso dizer que amar você é fácil

Eu não preciso provar nada

Em algum momento no caminho

Acho que você ficou presa em mim

Eu coloquei minhas cartas na mesa

Você nunca vai mostrar as suas

Eu prefiro te trazer pra perto

Do que tentar entender