Mais alguns minutos em silêncio naquele quarto, e então o professor se rende.
- Desculpe, sim? Já que vamos ter que ficar aqui, convivendo neste "cubículo", um pouco de civilização será extremamente necessário!
- Concordo com o senhor!
- E então, posso saber a que cargas d'água aquele elfo esquisito me prendeu aqui dentro?
- Antes que eu esqueça, ele não é um elfo esquisito! De acordo com Dobby, o castelo foi fechado por causa da pandemia. Ninguém mais entra ou sai do castelo, são ordens do diretor!
Agora era ele que se levantou, e começou a andar em círculos, visivelmente alterado.
- A senhorita só pode estar de brincadeira... – Ele rosnou.
- Antes fosse brincadeira... Ao menos se eu estivesse dentro da castelo, estaria no conforto, mas agora aqui? Neste lugar esquecido há milênios, como se fosse um rascunho de uma enfermaria mal projetada... – E logo com você? – Pensou, mas não disse.
- O que Alvo Dumbledore pensa dando estas ordens? Ninguém entra, ninguém sai? Bruxos são imunes ao coronavírus! Volto a repetir, o que EU estou fazendo aqui?
Snape braveja ao dizer a frase. Hermione na maior calma responde:
- Bruxos puros, o senhor quer dizer... Sabemos nossas origens, professor. Logo é melhor o senhor se acalmar e aceitar. Vai doer menos!
- Eu posso muito bem enumerar o que dói menos, senhorita...
E repentinamente ele pensou em sexo naquele momento. Ruborizou, sentou na beirada da cama e abaixou a cabeça deixando o cabelo liso encobrir parte do seu rosto para não ser pego em flagrante. Ela percebeu que ele maliciou ao dizer tal frase, pois notou um pouco mais de cor no rosto dele. Tal reação a induziu também a pensar em sexo. Hermione engole em seco, disfarça, retira o copo da garrafa mais próxima à sua cama e coloca água. Bebe com vontade aqueles goles. Estava com sede. O ar frio e seco dava sede. A temperatura começava a cair. O silêncio reinou mais uma vez. Quase meia hora se passou, cada um absorto com seus próprios pensamentos.
- Estou com fome e frio!
Disse Hermione mais para si, do que para ele, pois qualquer coisa a ser dita invariavelmente terminava em discussão, ou mal-entendidos.
- Deve ter cobertor naquele armário. Vou regular o termostato do quarto.
Ambos se levantam ao mesmo tempo e caminham para lados opostos do quarto. Severo regula o termostato que se encontra acima da mesa e depois pega sua varinha de dentro da mochila, volta a se sentar na beira da sua cama. Hermione vai até a entrada do quarto, abre o armário, mas não consegue retirar um cobertor sem derrubar uma pilha de lençóis e toalhas que estavam na frente.
- Tenha cuidado, olhe o que está fazendo!
- Desculpe! Não consigo pegar, eu não alcanço. O senhor pode ajudar?
- Que tal usar sua varinha? A senhorita é, ou não, uma bruxa?
- Vai começar de novo a me ironizar? – Pensou, mas na última hora disse: - Só para o senhor saber, eu tentei usar minha varinha antes para acender a luz, mas minha magia não reponde aqui dentro. Não sei por que...
- Accio cobertor! – Severo mira para o guarda-roupa sem se levantar da cama, mas nada acontece.
- Não falei? – Hermione segura um meio sorriso.
O professor repete o feitiço, mas o cobertor permanece na prateleira de cima sem se mover. Ele se levanta irritado.
- Inferno sangrento! – Cuspiu.
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A Quarentena
FanfictionO mundo vive uma pandemia, nem mesmo as terras de Hogwarts ficaram inócuas. O recesso de final de ano chegava ao fim. Alguns alunos já estavam de volta ao castelo, outros chegariam na segunda-feira. Hermione chegou um dia antes para colher várias am...