Capítulo 13 - O beijo

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– Me desculpe, Severo... Eu não queria lhe dar trabalho!

– Trabalho nenhum, só me preocupo com sua saúde. Você precisa de mais alguma coisa, Hermione?

– Sim, de um copo de água, por favor. Eu vou ao banheiro secar meu cabelo e passar creme no rosto, já volto.

Quando ela retorna, bebe a água e pergunta a ele:

– Que horas devem ser agora?

– Não sei... Mas logo vai amanhecer, acho melhor dormirmos mais um pouco.

– Boa noite!

– Boa noite, Hermione! Se precisar de mim, me chame, sim?

- Sim, senhor! Obrigado.

Ela vira-se para o lado da parede e dorme logo em seguida. Ele fica pensando em como se aproximar dela, não fisicamente, pois seus corpos já estão juntos. Juntos até de mais! Ele pensou, procurando não se encostar muito para evitar uma ereção. Ela havia lhe chamado pelo primeiro nome, agora precisava quebrar este gelo inicial e não sabia como...

Por Merlin, como se conquista uma mulher? Eu e Rosmerta somos amantes há anos, mas não há nada de jogo de conquista, quando há somente sexo. É um simples prazer momentâneo, pois quando estamos afim a gente se encontra no Três Vassouras e pronto. Aliás, fomos amantes, não vou mais procurá-la. Agora me sinto diferente, é tão bom ficar na companhia da Hermione. Conforme ela mesmo disse, eu poderia ter aparatado na minha casa... mas ficaria lá solitário como sempre. Aqui eu tenho a presença dela em tempo integral. Ela nem escreveu mais nada na agenda... E se eu entrar na mente dela para saber como conquistá-la?

Severo pega no sono com estes pensamentos. Às oito horas em ponto, o elfo chega no quarto para deixar a bandeja do café e o jornal. Vê os dois abraçados dormindo e sente carinho por eles. Sai em silêncio. Em seguida a elfa também aparata no quarto, faz seu serviço e some sem deixar vestígio.

Na metade da manhã, Hermione acorda e vai ao banheiro com extremo cuidado ao sair da cama para não acordá-lo. Volta a deitar-se no seu canto da cama, e fica olhando ele dormir tão sereno. Daria tudo para saber quais os reais sonhos dele, o que ele esperava da vida?

Será que sonhava em se casar algum dia? Por que não tinha namorada? Por que nunca se casou, afinal sua desilusão amorosa foi há tanto tempo, ainda na adolescência... Todos no castelo sabiam de seu passado, de seu amor por Lílian Evans. Ele completou trinta e oito anos, um homem tão inteligente, de uma beleza excêntrica, extremamente atraente, com uma voz sensual, marca presença em seus 1,88 de altura. Tem um bom emprego, um bom partido sem dúvida! Seu corpo era de deixar qualquer mulher enlouquecida só de olhar. Ela poderia jurar que ele tinha amante. Não era possível tanta masculinidade desperdiçada. Seus pensamentos vagavam sobre a vida dele, e sobre a incerteza de que algum dia ele também a visse, sem ser como aluna. Ao menos ele agora tem consciência que ela é uma mulher por menstruar. Sorriu para si mesma lembrando do constrangimento que passou no meio da semana.

– Já é um começo! Ao menos serviu para alguma coisa. Quarenta dias sem sexo... Não sei não, se ele aguenta... Grandes possibilidades para que ele me olhe diferente! 

De repente o insight! Ela lembrou de uma frase que disse há exatamente uma semana atrás, no domingo quando se encontraram na floresta, ela se chateou com ele. "Por Merlin: que homem mal-amado!"

Eu posso ser responsável por isso... Por Merlin, eu o amo! E amo muito mal! A culpa é minha! O que eu posso fazer para mudar isso? Para começar ele nem sabe que eu o amo... Vou ter que me insinuar... Ele vai me rejeitar, é certo! Mas não vou deixar passar esta chance, enquanto estivermos juntos aqui presos neste quartinho.

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