Capítulo 16 - Fim da Quarentena

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 No dia 04 de fevereiro, Hermione acordou menstruada e foi direto para o banheiro. Severo acordou assim que ela pulou por cima dele para sair da cama. Ele já poderia imaginar o motivo da pressa dela, sentia-se feliz por conhecê-la tão intimamente, e principalmente, por não a ter engravidado.

Hermione entrou no período pré-menstrual de forma tão branda, que desta vez ele nem reparou.
- Está tudo bem, querida? Precisa de alguma coisa?
- Tudo bem, só menstruei! Eu vou tomar um banho rápido e já volto para a cama!
Quando ela se sentou na beira da cama para secar seu cabelo, ele pergunta.
- Não sentiu cólica neste mês... No mês passado você ficou muito mal, e eu tive que lhe fazer massagens, lembra?
- Sim, eu lembro. – E como poderia esquecer?  - Eu sei o motivo de não sentir cólica desta vez... Quando eu estava em casa de férias no ano passado, minha mãe teve que me levar ao médico, porque passei tão mal como desta vez que você me viu. Sabe o que o médico me disse?

- Não faço ideia...
- Que as cólicas só iriam melhorar quando eu tivesse relação sexual! E eu quase disse a ele, então por favor... o senhor não quer começar meu tratamento?! Era um médico recém-formado e tão bonito quanto você! Moreno alto, com uma voz incrível!

- Hermione!!!

Ele a repreende e sente uma pitada de ciúmes do médico. Teve que rir de si mesmo, depois a abraça e a beija com paixão.
Amar e sentir-se amado pela sua aluna favorita era algo que jamais poderia imaginar depois de anos de solidão. A presença dela num simples cômodo preenchia sua alma e aquecia seu coração que, por tantos anos foi uma barra de gelo. Sua vida agora seria completamente diferente, sentia-se mais jovem e pela primeira vez na vida, sentia-se feliz.

      Aquela última semana da quarentena passou muito rápido. O ministro anunciava o final do isolamento. O comércio voltaria a normalidade no dia seguinte, as pessoas voltariam a circular nas ruas, assim como todas as aulas no mundo mágico retornariam.

Na quinta-feira pela manhã do dia 12 de fevereiro, Dobby chega com a bandeja do café, e entrega o jornal nas mãos do professor. Ele encontrou o casal abraçados e os cumprimenta. Em seguida o elfo aparata para deixar o casal a sós. Hermione está faminta, vai para a mesa se servir. Severo lê por cima as manchetes principais, antes de se juntar a ela para tomar café.

- Querida, hoje é o último dia da quarentena! Eu deveria ficar feliz com a notícia... mas meu lado egoísta não quer se separar de você!
- Puxa... sim é uma ótima notícia para todos... exceto para nós... Vai ser horrível ter que lhe dizer adeus... mesmo que seja para nos encontrarmos nos fins de semana. Vamos ter que passar a semana toda distante um do outro...
- Temos que pensar que será por pouco tempo. Assim que você se formar, quero me casar com você!
Eles tomam café e permanecem sentados junto à mesa para a última aula particular.

 
Neste período todo que ficaram confinados, Hermione não apenas sabia todo o conteúdo do livro didático daquele semestre, mas também se deslumbrara ao tomar conhecimento de todo os conteúdos dos cinco livros da coleção especial do mestre. Eram inúmeras poções raras, que somente poucos bruxos excepcionais de final de carreira na área de alquimia, tinham acesso àquela coleção. Hermione sentia-se radiante diante de tantos conhecimentos milenares que serviram de referência para os livros atuais. Os primeiros manuscritos registrados por magos historiadores, que deram origem àquela obra, datava do Século III antes de Cristo. A coleção não continha apenas um imenso acervo de papiros com receitas de poções raríssimas, antídotos para qualquer tipo de veneno, ou líquidos anti feitiçaria das trevas, mas também incentivava o espírito investigativo de qualquer bruxo, dos mais curiosos, até os cientistas ganhadores de prêmios. Sem dúvida se tratava de inúmeros conhecimentos transmitidos à comunidade acadêmica bruxa, uma herança cultural incalculável. E aquela coleção raríssima pertencia a seu professor.

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