20 - Fim do Ciclo

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Espero que a partida seja feliz e espero nunca mais voltar.

Frida Kahlo

Fechei os olhos com força, minha cabeça estava latejando e meu corpo implorava para eu ceder. Nem que fosse só mais uma vez. Mas eu não queria, não podia, não era louca para fazer isso. Arfei ao sentir ela se esfregar com força em mim, já podia sentir minha intimidade pulsar.

— Camila... Não — resmunguei em súplica quando senti os lábios dela sugando meu pescoço.

Eu sabia e sentia que estava há um triz de perder o controle e ceder ao desejo, a ideia de ter aquele corpo maravilhoso sob o meu novamente, a nudez macia contra a minha, seus olhos entorpecidos, aquecidos pelo desejo era suficiente para me fazer arder.

— Sei que você quer Lauren — disse contra minha pele, eu realmente queria mas não podia. Meu corpo roçava-se ao dela, nossos seios pressionados estavam me levando a loucura, suas mãos famintas me deixando cada vez mais alerta. Minha mente implorava para eu me controlar, vários não's mas o sim que meu corpo dava falou mais alto, sempre parecia um animal perto dela, que só pensava no prazer e não na razão.

Eu sentia raiva, vontade, queria mais, cada vez mais daquele gosto, daquela boca macia que me tirava o controle. Camila se afastou do meu pescoço só para olhar fixamente para meus lábios, seus olhos estavam negros, nebulosos devido ao álcool, ela passou o polegar pelos meus lábios, e quando ela juntou sua boca a minha eu fui covarde o bastante para me entregar ao beijo, naquele momento nada mais fazia sentido, nada além do desejo que queimava dentro de mim, nosso beijo era urgente, o barulho que nossos lábios faziam ao se chocar enchia aquele comodo minimalista. Os dentes dela prenderam meu lábio inferior entre eles, e ela o chupou tão devagar quanto podia. Gemi na boca dela, e ela gemeu de volta. Quando separamos nossas bocas, ouvi nossas respirações agitadas. Ainda de corpos colados ela passou suas mãos pelo meu corpo, apertando todas as regiões que espalhavam calor pelo meu ser. Quando me dei conta, ela já tinha rasgado minhas roupas, me deixando nua para ela. Beijou cada pedaço da minha pele, conforme suas carícias e beijos iam subindo, eu deixava a cabeça cair para trás, então ela voltava a me olhar intensamente e sorria. Sugou meu seio com fome, gemi com seu toque, com sua língua salivada brincando com meu seio, suspirava a cada toque de sua boca em meu mamilo enrijecido. O pesado fogo dentro de mim estava crescendo gradativamente e chamuscava nela.
Conseguia sentir a respiração dela, o calor do seu corpo, a quentura que saia daquela pele feminina. Os gemidos que saíam de seus lábios evidenciaram que seu desejo era tão intenso quanto o meu.

Um desejo selvagem e irracional, uma lambida ágil, um grito, e um sorriso diabólico foram o suficiente para que eu me desmanchasse em sua boca como se estivesse morrendo.
Ali o fogo que passeava pelo meu corpo explodiu entre minhas pernas em um gozo. Minha respiração demorou muito tempo para se normalizar, tempo esse que já tinha levado Camila a dormir, provavelmente devido a grande quantidade de álcool que ela havia ingerido, estava agarrada a mim, nua também, respirava pesado, eu sentia meu ser repleto de arrependimento, eu não deveria ter cedido novamente, me sentia envergonhada, fechei os olhos engolindo em seco. Parecia que somente agora eu estava novamente em mim, as roupas no chão me deixavam ciente do tamanho do meu erro.

As roupas no chão...

Pensei olhando a calça de Camila no chão.

"Ela prendeu novamente as algemas em mim, colocando a chave no bolso da calça jeans em seguida. Sem dizer mais nada saiu do quarto após alguns segundos."

Minha mente clareou, eu precisava sair daqui, Camila não estava no seu juízo perfeito, e agora eu tinha uma chance. Com dificuldade arrastei meu pé para fora da cama, suava frio, não sabia do que ela seria capaz de acordava em visse o que eu estava fazendo. Quando consegui alcançar a calça dela com os pés, eu puxei para mais perto, rateando os bolsos na tentativa de achar a chave, quase chorei de emoção quando eu senti algo duro em um dos bolos, devia ser a chave das algemas. Era extremamente difícil conseguir pegar a chave só com um dos pés, mas eu consegui tirar ela do bolso e trazer para cima de mim com meus dedos do pé. Ali, sobre minha barriga nua estava a chave da minha liberdade, levantei a parte inferior do meu corpo com cuidado, na tentativa de fazer a chave deslizar para cima, onde eu poderia pegar com as mãos para poder abrir a algema. Meu coração estava acelerado, minha mente frenética, eu poderia sair daqui com vida, não me importava com o que aconteceria em seguida eu só queria minha vida de volta, para longe dela, voltaria para Miami na primeira oportunidade, Camila estava louca e se estivesse perto de mim não me deixaria em paz, eu não sabia se seria capaz de denunciar ela para a polícia pelo meu sequestro, infelizmente algo em mim não queria fazer mal para ela, mesmo Camila merecendo.

Sorri de emoção quando tive a chave em mãos, meus olhos estavam ardendo, eu estava feliz, conseguiria sair daqui se me esforçasse um pouco, Camila se moveu um pouco, ainda sonolenta e isso quase fez meu coração parar, permaneci estática por algum tempo, quando vi que ela não iria acordar, suspirei aliviada e continuei a me esforçar, tentando sair das algemas.

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Acordei com minha cabeça doendo e meu coração apertado em uma sensação nada boa. Quando abri meus olhos a primeira coisa que percebi foi que ela não estava ao meu lado, um apavoro encheu meu corpo, imediatamente me levantei rápido da cama colocando a primeira roupa que vi pela frente e saindo em busca dela. Ainda me sentia um pouco tonta devido ao álcool que havia ingerido na noite passada, minha cabeça estava frenética lembrando das coisas que aconteceram, eu tinha ficado com ela... me lembro de ter me sentindo muito feliz mesmo estando completamente alcoolizada, aquilo me fez acreditar que poderíamos ter uma chance, que as coisas finalmente estavam evoluindo que ela iria me perdoar por ser como eu era, mas assim que eu acordei e vi que ela não estava ali tudo isso foi substituído por uma sensação horrível, sentia como se tudo estivesse desmoronando, um medo descomunal de algo que ao menos sabia o que era estava presente em mim, sai da casa vendo que as coisas continuavam no mesmo lugar, a única coisa diferente era a mala que estava com suas roupas, provavelmente ela mexeu ali para pegar alguma roupa. Sai da casa olhando ao redor procurando um indício que me levasse a ela.

— Lauren... Onde você está? — perguntei temerosa olhando para os lados.

Procurei por muito tempo ela, por entre as árvores, até mesmo no lago eu havia olhado, com medo de que ela pudesse ter caído e se afogado ou algo do tipo, um aperto no meu peito dizia que havia acontecido alguma coisa com ela. Mas só achei ela quando estava anoitecendo. Assim que vi o corpo caído no chão eu senti minha visão ficar turva, corri até ela, sacudindo seu corpo.

— Meu amor, você precisa acordar... Por favor — dizia em meio às lágrimas, ela estava mole, pálida já, o corpo frio.

Ela não ia acordar, a poça de sangue que tinha no chão, onde estava sua cabeça me mostrava isso. Eu não tinha a menor ideia do que havia acontecido. Mas provavelmente ela devia ter caído e batido a cabeça em algo. Neguei com a cabeça, apertando ela com força no meu corpo, não podia ser verdade isso não podia ser verdade. Gritei alto, com todo o meu coração partido mostrando a dor que eu sentia naquele momento.

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Obsessão (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora