Center Ville: O despertar

Capitulo 12

- Bom dia! - Diz Victoria, de uma forma confiante e bem mais calma do que na noite anterior.

Bom dia! - Respondo-a.

Foi aí que eu percebi, ela estava de calcinha e sutiã, na minha frente. Eu simplesmente não soube o que dizer, só fiquei observando ela se trocar, e pensando como teria sido a noite se aquele cara não tivesse aparecido. "Que maldito!", eu pensei, até nisso ele atrapalha minha vida.

- Peguei uma calça e um moletom seu, tem problema? E que as minhas roupas não estavam muito usáveis. - Diz Victoria, colocando as mão nas bochechas e fazendo uma cara muito fofa.

- Claro que não tem problema, mas por mim você ficava do jeito que você está! - Digo, em um tom de brincadeira.

- Bobinho! - Ela veio e começou a me beijar, meu Deus como eu queria que todas as minhas manhãs fossem como essa. - Agora eu vou indo, tenho que passar em casa antes da aula, até lá meu bem.

- Até...

Ela veio, me deu mais um beijo e saiu, no fundo eu só pude ouvir um, "Bom dia Sr. Patterson". Fico imaginando oque meu pai vai achar dessa situação toda, e oque ele pensou quando chegamos em casa ontem todos assustados, com certeza vai sobrar uma bronca para mim, mas não importa muito, apesar de tudo de ruim que aconteceu ontem, e tudo que poderia ter acontecido, eu preciso focar nas coisas boas. Agora eu "faço parte" do time de basquete, to indo bem nos estudos e tem uma garota incrivel dando em cima de mim! Poxa, melhor que isso é difícil.

Quando finalmente me levanto e pego meu celular, vejo que tem um monte de mensagens do Michael. "Meu Deus, o treino" - Penso. Já são 7:40 e eu marquei com ele às 7:20 no CT da escola. Tá, eu não estou tão atrasado assim! É só eu correr um pouco que eu chego "a tempo". Mando uma mensagem falando que eu já estou a caminho e começo a me trocar o mais rápido possível.

Me arrumei em tempo recorde, foi no máximo 3 minutos e eu já estava pegando meu café da manhã, até que chegou o meu pai.

- Iai filho! A noite foi boa? - Diz ele, me olhando com aquela cara de novo.

- Pai! Me desculpa tá, eu sei que eu fiz umas burradas ontem, mas é que...

- Que isso, você já tem quase dezessete anos - Diz meu pai, me interrompendo.

- Sério? Mas e aquele monte de ligações ontem?

- Era para saber qual sabor de pizza você ia querer.

- Entendi... - Na verdade eu não estava entendo nada. - Então tá, eu estou indo.

- Mas já? Por que tão cedo?

- Porque eu marquei um treino com o nosso capitão, e eu já estou atrasado então até mais... - Digo já saindo pela porta.

- Até mais meu garoto...

Saí pela porta e logo me deparei com aquela cena, o local onde eu havia visto o assassino procurado pela primeira vez, era um pouco entusiasmante ter visto ele, apavorante também, mas com certeza a melhor coisa de ver ele, foi saber que a Victoria não era a culpada, principalmente depois da noite de ontem, no fundo eu já sabia que não era ela, mas ter certeza, era uma sensação inexplicável.

Indo para a escola pude ver algumas pessoas da cidade, indo para o trabalho, ou para a escola, mas teve um grupo de jovens que me chamou muito a atenção, eles usavam jaquetas de couro, correntes, pareciam até ser uma gangue, mas eles nunca iam para a escola, pelo menos eu nunca havia visto eles lá, talvez eles fossem para outra escola, ou eles largaram os estudos mesmo, não tenho certeza.