Depois de tudo que aconteceu ontem, a coisa que eu mais queria era ficar o dia inteiro na cama, vendo séries, filmes, talvez escrevendo. Infelizmente era impossível, eu tinha que ir para a escola resolver as coisas por lá, mas não sai da minha cabeça que todo mundo vai me julgar, pensando que eu matei a mãe de um estudante, felizmente o xerife não anunciou o porquê de eu ter sido preso, senão seria pior ainda. Mas é só pensar um pouco que as pessoas já descobrem o porquê.
Outra coisa que não sai da minha cabeça é a droga daquela carta de ontem, "maldito assassino, mas ele não vai conseguir me assustar, quer dizer, me assustar ele já conseguiu, mas ele não irá conseguir me deter, eu vou pega-lo", penso comigo mesmo. Levanto-me e fico olhando um pouco para o quadro de suspeitos que eu fiz em uma das paredes do meu quarto, tive essa ideia dos livros, todos os detetives fazem isso. Foco um pouco no rosto da Victoria, que está no lugar de principal suspeito, e passa pela minha cabeça um grande, "Será?". Eu ainda não consigo acreditar que ela seria capaz de articular um plano tão detalhado igual ao que aconteceu ontem, porque para mim, tudo que aconteceu ontem foi friamente calculado, eu ser levado na frente da escola inteira, ser preso por um dia, ser solto por uma prova fora do lugar que não fazia sentido lógico, eu chegar em casa e achar a carta. Paro para pensar um pouco, "Espera, a escola!". Olho para o despertador que fica em cima da minha mesa, meu deus eu estou muito atrasado, corro para me arrumar e desço para tomar café, meu pai já está lá.
- Bom dia pai! Desculpa o atraso, me perdi nos pensamentos. - Digo isso muito rápido, já pegando um pedaço de pão e saindo de casa.
- Espera aí garoto! - Meu pai me para.
- Pai eu tenho que ir, estou muito atrasado e hoje é o teste de basquete.
- Eu sei, por isso quero te dar isso. - Ele pega uma sacola da Nike que estava do lado dele e me entrega.
- Não acredito. - Digo tirando da sacola a caixa de um Jordan.
- Feliz aniversário antecipado! - Meu aniversário seria daqui um mês mais ou menos.
- Muito obrigado pai! Eu nem sei como te agradecer.
- Agradeça passando nesse teste hoje, agora vai logo, antes que você perca a aula.
- Tá bom! - Digo saindo de casa.
Agora sim! Um pouco de alegria para variar, eu estava morto, com certeza não conseguiria passar no teste do jeito que eu estava, mas depois de receber esse presente, "E que presente", eu me sinto totalmente energizado, pronto para qualquer coisa.
Quando chego na escola já vejo a galera do time, o Michael estava em uma mesa anotando os nomes de quem gostaria de participar dos testes, e como eu imaginei, já estavam todos olhando para mim, tanto o pessoal do time quanto as pessoas que estavam por perto, todos me olhavam com olhar de reprovação ou de suspeita. Não os culpo, depois do acontecido de ontem, até eu desconfiaria de qualquer pessoa que fosse levada pela polícia. Fui até o Michael para poder me inscrever, e até ele não estava me olhando normalmente, não era como os outros, mas o olhar dele era como se estivesse com pena de mim. Peguei a caneta para me inscrever e quando ia começar a escrever, um mão me para.
- Você tem que parar de ficar pegando na minha mão Jake. - Digo em tom de deboche.
- Não aceitamos assassinos no time! - Diz ele com muita arrogância.
- Olha aqui... - Faço ele soltar minha mão e seguro a gola da camisa dele - Eu não matei ninguém! Pergunta para o xerife, eu levei ele até uma prova que muda tudo!
- Me solta seu otário. - Diz ele com a voz trêmula.
- Solta ele Noah. - Michael intervém na quase briga, acabo soltando o Jake.
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Center Ville: O despertar
Misterio / SuspensoA História se passa em torno de um garoto chamado Noah, que se muda junto com seu pai de Nova York para uma cidadezinha chamada Center Ville, que fica no interior o estado de Nova York. Nessa nova cidade, ele pretendia viver uma vida comum e neutra...