Living Proof - ziam -

δώδεκα - 𝔠𝔞𝔲𝔰𝔢 𝔡𝔦𝔞𝔪𝔬𝔫𝔡𝔰 𝔞𝔯𝔢 𝔣𝔬𝔯𝔢𝔳𝔢

E por fim, Liam, pálido, suado, extenuado, sem fôlego e sem forças, surgiu. Zayn encheu-se de alegria, mas ao mesmo tempo, percebeu que a vida de Liam estava por um fio! O príncipe mal aguentava-se de pé e ainda teria que levar a caixa de volta à Afrodite.

— Vamos, meu amor. Por favor, só um pouco mais. Você consegue — murmurou Zayn, apreensivo, observando-o de longe, pois não poderia interferir.

Segurando a caixa com as duas mãos, como se dentro dela estivesse o que restava da própria vida, Liam lutava bravamente para conseguir dar alguns passos e vencer a incrível distância que ainda a separava do templo de Afrodite.

Recostava-se em pedras enormes, segurava-se nos troncos de árvores, caminhava trôpega pela paisagem fúnebre. Rogava, cheio de amargura, que conseguisse ter forças para chegar ao seu destino.

Contudo, tão debilitado estava, que uma pequena pedra em seu caminho foi suficiente para desequilibrá-lo e levá-lo ao chão, fazendo-o derrubar a caixa que, aberta, deixou escapar parte do conteúdo valioso.

Aflito, o deus abandonou seu esconderijo, indo em socorro de seu amado.

— LIAM! Liam, levanta-te! Abre os olhos! Por favor, não desista agora! Não desista! Por favor, meu amor...não me deixe! — Zayn segurava a face do príncipe com lágrimas angustiadas escorrendo pelo rosto.

Mas o belo jovem não abria os olhos. Tinha a pele fria e desbotada de alguém já sem vida.

Absolutamente apavorado com a possibilidade de perder o homem que amava, Zayn fechou a caixa, apanhando-a. Em seguida, carregando Liam em seus braços, levantou voo em direção ao Olimpo, disposto a tudo para acabar de vez com a agonia de ambos.

— Essa tortura terminará agora, meu amor! — prometeu ele, batendo as asas fortemente, carregando no peito a certeza de que seria capaz de enfrentar o próprio Zeus, se fosse necessário.

Lá chegando, atravessou corredores e aposentos do palácio até chegar ao grande salão do trono, de onde Zeus orgulhosamente reinava o Universo e liderava os outros deuses.

Estavam muitos deles justamente reunidos naquele momento a discutir o terrível destino de Liam, quando o deus alado interrompeu os debates, colocando o corpo inerte do jovem delicadamente no centro do grande salão, encarado em seguida a Zeus, com lágrimas desesperadas caindo dos seus olhos.

— Zeus todo-poderoso! Venho rogar tua clemência! Salva Liam! Salva-o, pois sem ele nada serei!

Os deuses ali presentes postaram-se em volta dos jovens amantes, a fim de decidir o futuro de ambos. Contudo, no mesmo momento, Afrodite entrou no recinto, esbravejando contra todos.

— Ora, mas eis que se reúnem todos em assembleia, pelas minhas costas, para deliberar assunto de meu pleno interesse? Posso concluir então que conspiram contra as minhas decisões? — E se virando para Zayn, vociferou: — E o que fazes tu aqui com este traidor? Quem lhe deu permissão para se intrometer nas minhas decisões?

Encarando-a profundamente, Zayn postou-se à frente do corpo do príncipe, numa clara defesa à seu amado.

— Minha mãe, guardo por ti o meu mais profundo amor e respeito. Contudo, não permitirei mais que faça nenhum mal à Liam! Ele já cumpriu todos os deveres que lhe impuseste, já quase não dispõe de ar nos pulmões, não vê que teu ódio e vaidade ultrapassam qualquer limite?

— E quem és tu para me falar de limites, pequeno atrevido?

— Sou aquele que travará qualquer batalha, com qualquer ser, mortal ou imortal, que se dispuser a encostar um dedo nele! Digo-lhe minha mãe, e para quem quiser ouvir neste respeitoso salão: o sofrimento dele cessará hoje! E estou disposto a tudo para defendê-lo da tua ira!