00 . A queda

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╔✵ 27 Anos - ANTES ✵╗

Era uma vez em uma constelação 𝑨𝒖𝒓𝒂 formada por oito estrelas e com um planeta longínquo.
Onde era formado de pólvora, ferro e sangue...
Um pequeno planeta saudável em meio a outros 6 planetas doentes.
𝑨𝒖𝒓𝒊𝒈𝒂𝒍 é o terceiro planeta em órbita da quase branca e jovem estrela 𝑯𝒂𝒍𝒖𝒙 sua estrela massiva.
Um mundo onde poucos entendiam sobre compaixão, amor, tudo girava em torno de ouro, festança, lucro feito em cima de horror.
Daqueles que em meio a guerra perdiam seus entes queridos e só conheciam a dor.
Um mundo cheio de ambição, Reis que contruiram tudo com traição.
Mas, até quando aquele mundo aguentaria tanta destruição?
⋆ ∞ ⋆
Um dia um homem chamado de louco, avoado e alucinado.
Correu os oito continentes contando a todos boatos. Em bares, becos e bailes, de tudo a todos de cabo-a-rabo, cortes, festas e até ao povoado.
Afirmando que logo mais, o reino do ódio haveria acabado juntamente com seus reis e reinados, deixando a todos de boca aberta e estupefatos com a audácia deste homem.
Até um fatídico dia com o qual um tal nobre rei seu irmão havia assassinado. E usurpou seu trono, criando ainda mais desavença e gerando a todos um profundo sentimento de descrença, sempre imaginaram seus governantes tal como inconstantes e inconsequentes.
Mas, jamais algo tão vil, quem imaginaria tal ardil?

Então o homem louco, agora se via o mago.
Tal qual começou a gritar e cantarolar por praças, alamedas e vielas que a salvação de todos estava a caminho.
Todos o olhavam descrentes, logo pensavam. Pobre tolo demente.
O que ele não sabia, era que havia olhos que o seguiam e observava, escutando tudo, palavra por palavra e guardava lá no fundo de seu coração que viraria realidade tudo aquilo que desejava.
Enquanto isso, uma guerra se desdobrava em campos de batalha onde escudos se chocavam com escudos, espadas dilaceravam carne e ossos. E em meio a temporada incomum de chuva torrencial que chegara transformando tudo ainda pior.
Tudo era calculado, a luta se encerrava ao amanhecer e se iniciava ao por do sol.
Todos os dias, contavam cadáveres, armas e tudo aquilo que precisava ser substituido, antes do soar dos tambores indicando o reinício daquela maldita carnificina, onde só se encontrava ferro, sangue e ódio.
Nem mesmo as grandes gotas de chuva que caiam sobre as suas cabeças ou o sangue de seus inimigos derramados aos seus pés, os fazia mudar de idéia e abandonar cenário tão brutal.
Mesmo a cada noite e seus milhares de soldados perdendo a vida os faria sentir arrependimento.
Mesmo após um quarto de temporada na estação de Queda*.
Nunca se viu mês tão escasso, tudo que se via ao raiar do dia eram milhas de corpos apodrecendo sob o sol e acumulando uma quantidade incalculável de insetos, sob seus pés uma lama ensanguentada se agarrava as botas.
Já quase não havia homens de pé que pudessem empunhar espadas, seus reis ainda tinham nos olhos sede de sangue inconstante, já se passava do vigésimo quarto dia da estação e então com poucos homens ainda de pé, eles iriam seguir para sua última luta.
Suas mentes cegas pelo poder e ambição, não ligavam para nada, nem ninguém.
Todas as suas chances se enceravam ali.
Enquanto os reis lutavam entre si, outros planejavam uma emboscada, que desde o início estaria errada.
Longe dali o Mago ainda desfilava, dizendo a todos para que as esperanças fossem elevadas, a Era da escuridão finalmente estaria encerrada e a Era da esperança estaria perto de ser alcançada.
E ao cair do último rei, em um campo não muito distante, uma mulher estaria perto de segurar um dos maiores símbolos de esperança em suas próprias mãos.
Uma mulher rodeada de cuidados, concentrava suas energias em sua respiração e empurrar mais uma vez.
Com um grito mais se parecia com um uivo.

Deu a luz a um menino.

8 Crowns | 8 CoroasOnde histórias criam vida. Descubra agora