⚓ CAPÍTULO 01: Mar em fúria

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   A embarcação avançava mansa e preguiçosamente pelo gigante azul

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   A embarcação avançava mansa e preguiçosamente pelo gigante azul. As águas estavam tranquilas como de costume, assim seguira pelos últimos seis dias, até o calendário marcar vinte e oito de setembro. O ano, 1992, guardava as mais insanas aventuras que aquelas 17 pessoas viveriam em suas vidas.

   O objetivo de buscar um grande navio perdido, destroços ou até mesmo os corpos de seus antigos companheiros já era raso. Quando a brutal tempestade pegou a equipe de Barnes desprevenida, todos os planos foram arrasados. Não se enxergava nada. Ao sul, leste, norte e oeste, a imagem seguiria a mesma por longas horas. Uma imensidão de água somada a um céu acinzentado e raivoso, que pouco a pouco se tornava completamente enegrecido pela noite. As nuvens odientas descarregavam água com uma força descomunal, e Barnes persistia em se manter erétil e firme, embora não soubesse sequer onde estavam. Sua honra e dignidade jamais seriam abaladas, e não demonstrara fraqueza perante ninguém.

    Um homem cujos olhos eram tão azuis quanto o mar e seu longo cabelo tão dourado quanto os raios de sol que ele sentira saudades, subiu a ponte de comando. Seu roupão branco e abotoado até o pescoço e sua calça que seguira a tonalidade da peça superior, deixava claro que era mais um oficial a bordo.

   — Capitão! Estamos perdendo o controle da situação! 

   — Larsson, continue. Não faremos mudanças nos planos. 

   — Senhor, não pode vencer a natureza! – gritou outro homem vestindo o mesmo traje, desta vez com seu quepe. Sua cabeça raspada e barba castanha lhe davam uma aparência mais viril que ambos os outros. Chamava-se Brown.

   Barnes, o capitão, não havia sido banhado pela chuva. Mas os outros dois estavam ensopados, mais ainda estava o quarto a entrar na sala de comando.

   — Não vamos resistir por muito tempo! Capitão Barnes, seremos comida de peixe nas próximas horas!

   — Até você, Sullivan? O que lhe foi ensinado em todos os anos nos mares? Continuemos, homem. Coragem para navegar é o que você precisa ter.

   O tal Sullivan estava completamente molhado pela chuva e já havia retirado parte de sua veste superior. Apenas com uma camisa esverdeada. Seu cabelo castanho, de tão úmido, negro estava e jogado para trás da cabeça.

   Um trovão irrompeu do céu junto a uma ventania assustadora. Barnes, sem esperar, saltou com a força e deu-lhe um tapa no timão. O capitão fora ao chão, e os outros três oficiais vieram lhe ajudar.

   Erguido foi em instantes, e a situação piorava a cada segundo. Não se enxergava nada a um palmo de seus olhos.

   Brown dirigiu-se até a área de armazenamento da embarcação, local onde o restante da tripulação havia ido para se esconder e tentar se proteger da chuva torrencial. Um senhor de poucos e grisalhos cabelos e batina negra segurava um terço e rezava com cuidado perante as outras pessoas.

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