Nãohavia um psicólogico intacto em nenhum dos grupos. Era como se estivessem abeira da loucura, uma tortura que não lhes dava descanso. O mental, que noscoordena, já estava em pleno estado de deterioração, surrada pelosacontecimentos macabros que ocorriam dia após dia. As pernas não atendiam aos comandos. Não tinha mais lógica em seus raciocínios e o físico também já estava por um fio.
Depois de mais onze horas ininterruptas, Barnes se manteve irredutível em não procurar por Nielsen e Wilson. Larsson deu aval ao capitão, e Allen só pôde concordar, visto que estava em sua minoria. Partiram em busca de algum local adequado para passar o dia.
Do outro lado, Evelyn palpitou que estivessem andando em círculos, e Watson levou a sério. Peterson e Sullivan andavam um ao ombro do outro, tentando se manter em pé. Estavam próximos a uma cavidade rochosa, cercada por arbustos de médio tamanho. O último, então, desistiu. Sentou-se nas proximidades. Suspirava como se fosse a última vez que o fizesse. Naturalmente, Watson tentaria levantar seu ânimo, mas ele sabia que não tinha muito o que fazer. Estavam fadados a morrer. O pouco de sol que havia era desagradável, e deixava a situação ainda mais caótica, sem ter o que beber. Quando o marujo Sullivan recostou sua cabeça nas rochas, de bate e pronto recordou-se do seu auge pelo oceano. De comida farta à vinho. Peterson, então, entregou os pontos junto ao oficial da marinha norte-americana. Abatido, o detetive suspendeu boa parte da calça e da manga que restava de sua camisa. Está acabado.
Watson e Evelyn trocaram olhares. Não tinha como reverter o jogo. Portanto, resolveram em acordo total, entrarem para dentro da caverna. Se algo estiver lá dentro, não há problema. Também há coisas no esperando do lado de fora.
A cavidade natural era longa, extensa e comum, sem nada de especial. Não se tinha lago em seu interior, mas a umidade era facilmente sentida. Sua dimensão não era tão abundante, e havia pouca variabilidade térmica.
Evelyn, combalida, retirou sua camiseta, ficando apenas de sutiã. Ouviu, de fato, piadas infames vindas de Sullivan, mas Petersen o cortou rispidamente. Respeito é bom, pensou o camarada de Los Angeles. No que se passaram algumas horas de repouso, Watson ainda preferiu permanecer deitado, até que uma grande sombra se fez presente na entrada lateral que se tinha a cerca de doze metros de onde seu grupo estava sentado. Imediatamente, duas novas obscuridades surgiram. Em suas mãos, haviam algo. O ex-militar pediu silêncio com as mesmas, e Sullivan e Petersen estavam acabados demais para tentar sobreviver. Entregues! Logo, as três sombras se esgueiraram e se entregaram. Eram Barnes, Larsson e Allen. Os grupos se abraçaram fortemente em festejo ao reencontro. A respeito dos que não estavam presentes, se deduziu o falecimento, em que pese Barnes não ter mencionado exatamente o que havia acontecido com Nielsen e Wilson.
Duashoras depois. Após muito se debater a despeito da ponta na qual sairiam, Watsonvenceu o famigerado par ou ímpar com Larsson, e optou por seguir a lógica deseu grupo, saindo por onde Barnes havia entrado. O caminho tortuso pelasfissuras da grande caverna fora feito rapidamente, e quando puseram seus pés para fora, um grande fescor tocou a todos. O bafo congelante arrepiou todos. Onde estamos agora... pensou Evelyn. De imediato, todo o grupo deduziu que seria impossível resistir ao frio em grande escala. Retornar a parte interna da caverna foi a ideia lógica e acatada por todos. Caminharam em retorno, e ao entrarem, tudo era mais esbranquiçado com água descendo pelas paredes rochosas. Um cenário oposto do anterior. Haviam mudado de localidade.
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A Ilha da Loucura
AdventurePor volta da década de 90, o Capitão John Barnes e mais dezesseis envolvidos saíram em uma viagem de busca a respeito do desaparecimento de um companheiro de trabalho. Jonathan Hill e sua tropa marítima de exploração havia se aventurado em um estudo...