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                           Um neko. 



Por que diabos eu tinha que ter aquela bela sorte? Odiava que as vezes me tornava tão distraído. Mas pelo jeito eu não era o único distraído já que nem eu e nem o homem percebemos uma terceira presença ali. 


— Tire as mãos nojentas dele. — Olhei para trás vendo uma silhueta de corpo pequeno e pouco forte. Os dois olhamos para ele meio confusos, afinal quem diabos se arriscava tanto para ajudar um desconhecido? 


— Como? — O homem a quem tinha certeza que estava drogado disse com um ar de riso. 


— Tenho plena certeza que não és surto. — Não pude conter a surpresa com as palavras do suicida, o cara tava armado. 




— Ora seu... — O homem já estava pronto para mirar no outro, só que para nossa surpresa ele havia derrubado o assaltante sem usar as mãos e nem os pés o que sinceramente me assustou um pouco. 




Ainda de bora aberta vi o garoto poder o assaltante pra correr, ele era pequeno mais tinha um corpo bem forte, me aproximei do meu salvador curioso para saber quem era ali. Tomei um choque ao reconhecer os olhos cinzentos de mais cedo, era o mesmo cliente do mercado. 




— Você..... — O olhei com espanto e curiosidade, não parecia nada que ele tinha tão força. Minha curiosidade sobre sua força diminuio ao ver uma calda velputa balança em um ritmo lento. Era um neko. 




— Não precisa me olhar assim. — O garoto disse desviando o olhar para o chão. — Como se eu fosse um monstro... — Ele já ia começar a andar mas eu segurei seu braço antes. 




— Eu... Você entendeu errado. Obrigado. — O olhei com o rosto ruborizado. — Eu não acho você um monstro. 


O olhei com mais confiança agora, eu era totalmente contra as ações das pessoas relacionadas aos nekos, os tratavam como objeto ou até em algum casos como escravo, seja doméstico ou sexual. 


— Agora que está ao salvo, eu vou embora. — Ele disse já começando a andar, porém antes que pudesse dar mais que dois passos segurei seu braço. 


— Como posso retribuir? — Pude ver seu olhar fixo em minha mão. — Você tem onde dormi ou ficar? — Pelas roupas, pude ver que ele provavelmente era mais um daqueles nekos que são abandonados na rua por seu dono. A humanidade realmente era uma merda. 


— Não preciso de nada. — Puxou o braço com força fazendo com que eu soltasse. E logo começou a andar novamente. 

Meu pequeno salvadorOnde histórias criam vida. Descubra agora