Capítulo 5

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"A bela adormecida não precisou do beijo do príncipe encantado para acordar, mas deuses, ela queria aquele beijo".

Corte Noturna - Velaris - Prythian (Terras Feéricas)

Respirar, uma respiração de cada vez. Gwyn concentrava sua respiração, inalando e exalando. Cada poro do seu corpo parecia responder aos comandos da sacerdotisa. Cada pedaço de magia que habitava em seu corpo, pulsava.

A pedra azul bonita em sua mão estava gelada quando ela a enfiou no bolso de sua calça de pijama.

Gwyneth estava sentada no parapeito de uma das sacadas da casa do vento, no topo da construção. Tão alto como poderia. Qualquer desequilíbrio fatal.

Mente-silenciosa. A técnica usada para firmar a mente e as emoções tinha virado uma salvação em noites como aquela, onde os pesadelos pareciam reais demais para suportar.

O inverno ainda não tinha terminado, as montanhas em volta de Velaris estavam brancas com a neve. Havia indícios do gelo derretendo, mas as noites ainda estavam longas e congelantes.

Gwyn exalou e sua respiração dançou, como uma neblina na frente de seu rosto. As bochechas em tons rosa do frio.

Ela sentiu a presença antes de chegar, tão inexplicável, mas não tanto se ela estivesse certa de quem era.

-O tempo está muito frio para estar nessa sacada – Ela estava certa. Não se virou, continuou de costa, mas sentiu ele se aproximar e o observou quando ele se sentou ao seu lado no parapeito, suas sombras silenciosamente a observando.

Ela bufou como resposta. Apenas.

-Posso falar que esse pijama também não deve estar muito aquecido – Azriel observava o conjunto, a calça verde musgo fina e a camiseta branca, Mãe, uma camiseta. Gwyn sabia que olhar do guerreiro não era um de agrado.

Quebrando seu treinamento e sua concentração na técnica mente-silenciosa desde o momento que Azriel entrou naquela sacada Gwyneth juntou as pernas antes cruzadas, ao peito, apoiando a cabeça no joelho e sussurrou – Pesadelos.

Azriel assentiu - Eu também os tenho, algumas noites são simplesmente muito difíceis de lidar.

Gwyn deu um sorriso triste em concordância e o peito do encantador de sombras doeu um pouco, sentindo falta do sorriso vibrante – Mente-silenciosa?

-sim, me ajuda a lidar com as emoções.

-Entendo – Azriel encarou a Valquíria, olhou dentro daquelas poças azuis turquesa que atormentava seus sonos, já a algum tempo, de uma forma boa. -À noite me ajuda. As estrelas sempre me lembram de que tem mais a viver, a descobrir, a ter esperança.

-Hoje eu entendo isso – Gwyn estremeceu, como se só agora o frio a incomodasse.

Azriel imediatamente percebeu aquilo, quando o corpo da mulher a sua frente se encolheu com a corrente de ar frio que passou entre eles. A regata fazia pouco para cobrir o frio. O pano branco fino delineava as curvas de Gwyn e Azriel apreciou aquilo, nunca tinha visto a guerreira em roupas apertadas, só os vestidos de linho azul padrão das sacerdotisas ou as roupas de treino largas, geralmente em tons brancos ou azuis. Gwyn tinha curvas, os braços magros e finos enroscados nas pernas musculosas, a cintura fina e estreita. Os seios médios estavam rígidos na camiseta, como pêssegos.

Ooh caldeirão, o que ele estava pensando? Ela era tão linda, e pela Mãe, ele estava ligado desde o segundo em que suas sombras o guiaram para aquela sacada e ele viu a ruiva trabalhando na técnica mente-silenciosa. A forma delicada e pequena encarando Velaris.

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