"Quando a princesa Aurora parou para recontar a sua história, todos pararam para ouvir".Corte Noturna - Velaris - Prythian (Terras Feéricas)
Sempre aprendemos da maneira mais difícil. Não uma, não duas, mas tantas vezes que errar novamente nem dói, destroça.
Azriel observava seu irmão encostado na parede, o braços dobrados abaixo do peito, os olhos sombrios e vermelhos. Cassian estava com a pior expressão que Azriel já viu, parecia que estava morrendo, impotente. Doloroso de assistir.
Feyre fungou baixinho de onde estava sentada no sofá, Nyx dormia tranquilo nos braços quentes da mãe, sem entender o peso do momento.
Rhys sussurrava palavras no ouvido na esposa, apoiando.
O encantador de sombras focou seus olhos em Gwyn, sabendo que a mesma tinha enfrentado um perigo parecido poucas horas antes da catástrofe com Nestha.
Se algo tivesse acontecido com ela... Mãe, ele nunca se perdoaria por deixar ela sozinha naquela floresta. Nunca.
Gwyn estava com o rosto vermelho, o cabelo estava uma bagunça, preso em um coque mal feito, a maquiagem anterior limpa e o vestido deslumbrante trocado por um simples pijama azul de calça comprida e blusa de linho.
Antes de tudo acontecer o encantador viu Gwyn saindo da sala de Rhys, e sua única certeza foi de que algo nada bom tinha acontecido.
A sacerdotisa andou em sua direção e Azriel tinha certeza que ela ia parar para que eles conversassem, mas ele viu a teimosia brilhando nos olhos azuis, o queixo empinado e então, Gwyn passou por Az como se ele não existisse.Suas sombras riram, elas riram dele. Suspirou.
-Precisamos encontrá-la, precisamos! – a voz de Cassian preencheu o silêncio da sala, o olhar dele perdido na lareira e no barulho da lenha quebrando. O guerreiro soluçou.
-Você sente a parceria? – Rhysand perguntou, o que todos temiam perguntar. Por segundos, ninguém respirou.
-Sim – Cassian passou a mão no longo cabelo, um sinal de que estava nervoso – Sim, porra! Acredite Rhysand, a conversa seria muito diferente seu eu não estivesse sentido o laço!
Há minutos atrás Feyre revelou o que tinha acontecido na floresta com Gwyn, e para quem a caixinha entregue a sacerdotisa pertencia. Agora estavam todos aguardando Amren chegar para descobrir uma forma de abrir o lacre de terracota que selava a caixinha.
Precisavam de pistas.
Emerie abriu a porta da sala acompanhada de Morrigan e de Amren.
Cassian desencostou da parede, como se só a presença de Amren, fosse uma grande revelação.
Morrigan e Emerie sentaram no sofá ao lado de Gwyneth. Emerie entrelaçou os dedos com o de Gwyn, apoiando a amiga.
Amren cumprimentou a todos e após trocar algumas palavras com Rhysand em voz baixa, seguiu até a mesa e pegou a caixinha a avaliando.
-Essas caixinhas foram muito usadas quando as Ninfas eram adoradas, antes de serem o que são hoje, antes da discórdia, a fome e a tristeza invadirem os rios de Prythian, mas o engraçado é o selo que trava a caixa – o dedo longo com a unha pintada de um vermelho sangue raspou a madeira, absorvendo os detalhes – interessante! – Amren levantou o olhar e focou em Gwyn – Foi dado especialmente a você?
-Sim – a voz suave e firme de Gwyn ressoou.
Azriel inspirou, pelo caldeirão, ele amava aquela voz. Amava.
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LIBERTA-ME
RomanceGwyneth Berdara, a fêmea, a sacerdotisa, a Carynthian e a valquíria, seguia trilhando seu caminho para fora da escuridão, do luto e da dor. Azriel, o mestre espião da corte noturna, que nasceu em volta à sombras e viveu por muito tempo na escuridão...